O REI GONZAGA
POR DALINDA CATUNDA
Luiz Gonzaga partiu
Mas ficou no coração
Deste povo nordestino
Que povoa esta nação
Ao ser proclamado rei
Defendendo sua grei
Reinou em todo sertão.
Mas ficou no coração
Deste povo nordestino
Que povoa esta nação
Ao ser proclamado rei
Defendendo sua grei
Reinou em todo sertão.
O canto do rei Gonzaga
É sagrado é oração
É um canto envolvente
Enaltecendo o sertão
O povo traz na memória
E não esquece a história
Do eterno rei do baião.
É sagrado é oração
É um canto envolvente
Enaltecendo o sertão
O povo traz na memória
E não esquece a história
Do eterno rei do baião.
Nos programas matinais
Que animam o interior
Luiz Gonzaga inda é astro
Na boca do locutor
E canta dia após dia,
O seu canto de alegria
Mostrando seu esplendor.
Que animam o interior
Luiz Gonzaga inda é astro
Na boca do locutor
E canta dia após dia,
O seu canto de alegria
Mostrando seu esplendor.
Se dizem que quem foi rei
Nunca perde a majestade,
O velho lua confirma,
Que realmente é verdade.
O nosso cabra da peste
Será sempre o rei agreste
Um rei que deixou saudade.
Nunca perde a majestade,
O velho lua confirma,
Que realmente é verdade.
O nosso cabra da peste
Será sempre o rei agreste
Um rei que deixou saudade.
HOJE É DIA DE FESTA NO NORDESTE! SALVE GONZAGÃO E O SEU CENTENÁRIO
POR BRUNO NEGROMONTE...
Coincidiu desta coluna cair no mesmo dia em que é comemorado o centenário da figura mais emblemática da música nordestina e, sem dúvida alguma, uma das personalidades mais importantes de toda a história da música popular brasileira. E com um tema como este, não há a menor possibilidade do Prosódia Musical abordar outra coisa que não seja o legado e a importância de um homem que soube como poucos abordar tantas peculiaridades do Nordeste brasileiro (desde as agruras da região como a seca, a fome, a triste partida entre outras peculiaridades) até a alegria do povo da região (a partir das festividades, do amor, da dança e de tantas características que fazem da população dessa região tão sofrida, um povo especial).
A arte de Gonzaga soube retratar os tipos existentes no Nordeste como um todo, do sertão ao litoral, de maneira fidedigna. O padre sertanejo, os costumes, os coronéis, os agricultores, as riquezas e peculiaridades dos estados nordestinos e, por vezes, foi a voz mais forte da região com o seu canto e clamor aos mais necessitados. Não é de se estranhar, por exemplo, que quando ouvimos uma canção como “Estrada de Canindé” não nos peguemos a imaginar aquela estrada de terra batida, as pessoas a seguir por seu percurso seja em animais diversos ou a pé observando toda a bucólica paisagem que compõe tal letra.
É por essas e por outras qualquer tentativa de mensurar a importância do legado da obra de Luiz Gonzaga para a música brasileira particularmente a nordestina será sempre em vão. A onipresença do Rei do baião nos mais diversos contextos musicais brasileiro é a maior prova disto. Recentemente o cantor e compositor Gilberto Gil disse em entrevista, que sem a existência de Gonzagão a sua obra não existiria; do mesmo modo, Geraldo Azevedo reiterou essa afirmação na última segunda-feira ao participar de um programa de rádio carioca. Eu vou mais além defendendo a teoria que sem a presença de Gonzaga na música brasileira não haveria essa unidade existente hoje na cultura da região.
Toda uma geração de nordestinos, principalmente a que alcançou o auge do baião na década de 50, sofreu a influência da sonoridade do Rei do baião. Há exemplos artísticos nos nove estados que compõem a região. Luiz soube fundir de modo preciso a sua região em versos e acordes, tornando-se a mítica figura que hoje, na data do seu centenário, todos reverenciam. Que o legado desse filho tão ilustre de nossa região. Resta-nos reverenciar Gonzaga e a sua obra não só em seu centenário, mas pelos anos que estão por vir e por muitos centenários que ainda virão, atestando cada vez mais que Gonzaga como Rei da música nordestina é absoluto. Evoé a toda uma geração que hoje defende o legado do nosso velho Lua de modo tão genuíno.
Parabéns e obrigado Gonzagão!
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