segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

UMA HOMENAGEM A ORQUESTRA TABAJARA...


Severino Araújo, nascido a 23 de abril de 1917, é um dos filhos mais ilustres da cidade de Limoeiro/PE e é um dos músicos, arranjadores e maestros mais reconhecidos no mundo. Desde 1937, com apenas vinte anos, assumiu a regência da famosa Orquestra Tabajara da Paraíba. Como compositor deixará um legado de músicas formidáveis no gênero choros, frevos etc.
Certa vez, o grande clarinetista K-Ximbinho que pertenceu à Orquestra Tabajara, chegou perto de Severino Araújo e falou de um certo “professor alemão” que o estava ensinando umas coisas diferentes: “música atonal”, “harmonia politonal” e “dodecafonia”. Araújo, espantado, disse: “oxente, eu nunca ouvi falar disso”. K-Ximbinho então respondeu: “Pois o meu professor disse que você já sabe de tudo isso e quer lhe conhecer”.
Isso dá muito bem a dimensão de como Severino Araújo era admirado em todo o mundo porque o tal alemão era nada mais nada menos do que o maestro Hans-Joachim Koellreuter, um vanguardista que influenciaria desde a bossa nova de Tom Jobim até o tropicalismo de Tom Zé, passando pelas “Coisas” de Moacir Santos, o santo de Serra Talhada.
Indo ao encontro do maestro Koellreuter este falou pra Severino: “Você já faz o que eu faço, agora vamos aprimorar”.
Diz o autor do livro, Carlos Coraucci, que com 14 ou 15 anos, Severino já era apaixonado pelas big bands americanas que ouvia em lojas de discos ou em ondas curtas de rádio, em João Pessoa/PB. Ele conta que o maestro buscava aproximar aquelas sonoridades que ouvia da música brasileira que conhecia das ruas nordestinas e das rádios.

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