O VIRA-LATA
José Manoel era um homem de
quarenta
anos, que trabalhava descarregando os
caminhões de algodão numa Usina de
Nova-Cruz (RN). Levava uma vida
calma, e sua alegria maior era o amor
de
sua mulher Laurinda e dos três filhos
pequenos, por quem seria capaz de dar
a
própria vida. Gostava do seu trabalho,
e,
como pobre, não tinha grandes
aspirações. Uma vez por outra tomava
umas cachaças, mas nada em excesso,
que prejudicasse a paz de sua família.
Laurinda, uma galega bonitinha,
procurava ganhar algum dinheiro,
fazendo faxina em casa de gente rica.
De um dia para outro, José Manoel
virou
a cabeça, ao ver desembarcar na
estação ferroviária da cidade uma
mulata bonita e faceira, por nome Zilda.
A criatura chegara para ser hóspede de
uma prima que morava na zona do
baixo
meretrício. Foi uma paixão violenta, e o
homem se enfeitiçou de tal forma pela
mulher, que passou a ser frequentador
assíduo desse ambiente, que antes
nunca frequentara. De repente,
esqueceu de que tinha mulher e filhos
em casa, entregou-se à bebedeira e a
essa paixão, por sinal, correspondida.
VIRA-LATA (3)
Laurinda, percebendo a mudança de
comportamento do marido, logo
percebeu que no meio disso tinha
mulher. Usando seu sexto sentido,
conversando com um e com outro, foi
fácil descobrir o motivo de tudo.
Acabou-se a paz dentro de casa, vieram
as brigas, e José Manoel avisou a
Laurinda que iria se separar dela.
Desesperada, a esposa procurou um
conhecido bodegueiro, seu amigo e
padrinho do seu filho mais velho, de
nove anos, para contar o drama por que
estava passando. Pediu ao compadre
que procurasse José Manoel e lhe desse
uns conselhos, para que ele não
abandonasse a família. O homem foi ao
encontro de José Manoel e falou:
- Compadre, eu soube de umas coisas, e
só acreditei porque comadre Laurinda
confirmou. Você que era tão bom pra
sua família, de repente virou a cabeça e
está querendo deixar sua casa, por
causa de uma vagabunda!…Você ficou
doido, homem?!!! Trocar a família por
uma mulher da zona?!!!
José Manoel, sem pestanejar,
respondeu:
- Não, compadre, eu não endoideci!…
Foi
o destino que quis assim. Eu passei dez
anos comendo porcaria, feito um
cachorro vira-lata, e de repente me vejo
comendo carne de primeira, filé de
verdade!!! Sei que me apaixonei por
uma mulher da vida! E daí? Eu me sinto
muito mais feliz comendo um prato de
filé junto com os amigos, do que
comendo uma panela de cocô sozinho…
A tentativa do compadre foi em vão.
José Manoel era um homem de
quarenta
anos, que trabalhava descarregando os
caminhões de algodão numa Usina de
Nova-Cruz (RN). Levava uma vida
calma, e sua alegria maior era o amor
de
sua mulher Laurinda e dos três filhos
pequenos, por quem seria capaz de dar
a
própria vida. Gostava do seu trabalho,
e,
como pobre, não tinha grandes
aspirações. Uma vez por outra tomava
umas cachaças, mas nada em excesso,
que prejudicasse a paz de sua família.
Laurinda, uma galega bonitinha,
procurava ganhar algum dinheiro,
fazendo faxina em casa de gente rica.
De um dia para outro, José Manoel
virou
a cabeça, ao ver desembarcar na
estação ferroviária da cidade uma
mulata bonita e faceira, por nome Zilda.
A criatura chegara para ser hóspede de
uma prima que morava na zona do
baixo
meretrício. Foi uma paixão violenta, e o
homem se enfeitiçou de tal forma pela
mulher, que passou a ser frequentador
assíduo desse ambiente, que antes
nunca frequentara. De repente,
esqueceu de que tinha mulher e filhos
em casa, entregou-se à bebedeira e a
essa paixão, por sinal, correspondida.
VIRA-LATA (3)
Laurinda, percebendo a mudança de
comportamento do marido, logo
percebeu que no meio disso tinha
mulher. Usando seu sexto sentido,
conversando com um e com outro, foi
fácil descobrir o motivo de tudo.
Acabou-se a paz dentro de casa, vieram
as brigas, e José Manoel avisou a
Laurinda que iria se separar dela.
Desesperada, a esposa procurou um
conhecido bodegueiro, seu amigo e
padrinho do seu filho mais velho, de
nove anos, para contar o drama por que
estava passando. Pediu ao compadre
que procurasse José Manoel e lhe desse
uns conselhos, para que ele não
abandonasse a família. O homem foi ao
encontro de José Manoel e falou:
- Compadre, eu soube de umas coisas, e
só acreditei porque comadre Laurinda
confirmou. Você que era tão bom pra
sua família, de repente virou a cabeça e
está querendo deixar sua casa, por
causa de uma vagabunda!…Você ficou
doido, homem?!!! Trocar a família por
uma mulher da zona?!!!
José Manoel, sem pestanejar,
respondeu:
- Não, compadre, eu não endoideci!…
Foi
o destino que quis assim. Eu passei dez
anos comendo porcaria, feito um
cachorro vira-lata, e de repente me vejo
comendo carne de primeira, filé de
verdade!!! Sei que me apaixonei por
uma mulher da vida! E daí? Eu me sinto
muito mais feliz comendo um prato de
filé junto com os amigos, do que
comendo uma panela de cocô sozinho…
A tentativa do compadre foi em vão.
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