domingo, 10 de novembro de 2013

A BALADA DO VELHO MARINHEIRO...

BALADA DO VELHO MARINHEIRO*
Fragmentos.
Samuel Taylor Coleridge.

“Assustas-me, velho Marinheiro;
Assustam-me as mãos fracas!
És alto, esbelto, a tez, curtida
Como o areal com marcas.
Assusta-me esse olho em brasas; as mãos,
Fracas, Que o sol tisnou.”
“Não temas, não temas, conviva:
Tal corpo não tombou.
Tão só, tão só, ai, ai, tão só
Num vasto mar, vasto mar!
E nunca um santo teve dó
Dessa alma a agoniar.

“Os muitos homens – tão formosos!
-- Cada um, ali morreu;
Mil, mil seres viscosos ainda
Viviam tal como eu.”
Mirei o mar com as águas podres,
Depois olhei à volta;
Mirei o convés podre e nele
Nossa equipagem morta.
Olhei pro céu, tentei rezar;
Não jorrou prece – só
Cicios iníquos, que secaram
Meu peito como pó.

Nenhum comentário:

Postar um comentário