Onésimo Maia
Com a minha cantoria
estou vivendo tranqüilo:
urubu não ganha fama,
não canta, não tem estilo!
Todo dia come carne,
Sem saber quanto é um quilo!
estou vivendo tranqüilo:
urubu não ganha fama,
não canta, não tem estilo!
Todo dia come carne,
Sem saber quanto é um quilo!
*
A mulher veio pedir
que eu passe o Natal com ela,
mas eu vou ganhar dinheiro
pra trazer o comer dela;
que é melhor faltar na cama
do que faltar na panela.
que eu passe o Natal com ela,
mas eu vou ganhar dinheiro
pra trazer o comer dela;
que é melhor faltar na cama
do que faltar na panela.
*
Eu voto em Zé Agripino,
que é santo da minha Sé,
porque me deu um emprego
que garante o meu café:
sou o vigia de um grupo
que inda sei onde é.
que é santo da minha Sé,
porque me deu um emprego
que garante o meu café:
sou o vigia de um grupo
que inda sei onde é.
*
Da casa de Lima Neto,
quando você se aproxima,
a empregada diz logo:
- Venha correndo, seu Lima!
Chegou o cantador torto
que o gambá mijou em cima!
quando você se aproxima,
a empregada diz logo:
- Venha correndo, seu Lima!
Chegou o cantador torto
que o gambá mijou em cima!
*
Ele é bom pai para os filhos
E um bom filho para Deus.
Eu sempre fui o canário
Das festas dos filhos seus,
Pois, do alpiste dos dele,
Eu ganho a ração dos meus.
E um bom filho para Deus.
Eu sempre fui o canário
Das festas dos filhos seus,
Pois, do alpiste dos dele,
Eu ganho a ração dos meus.
*
Quando eu vier outra vez,
seu filho já está crescido;
essa moça tem casado,
já tem largado o marido;
sua mulher tá com outro
e o senhor já tem morrido.
seu filho já está crescido;
essa moça tem casado,
já tem largado o marido;
sua mulher tá com outro
e o senhor já tem morrido.
*
Sua roupa tá bonita,
Seu sapato está brilhando.
Tive pena do menino
Quando estava lhe engraxando,
Pois ele tomou na jaca
Do jeito que estou tomando!
Seu sapato está brilhando.
Tive pena do menino
Quando estava lhe engraxando,
Pois ele tomou na jaca
Do jeito que estou tomando!
*
Eu sou tão analfabeto,
Que nem sei dizer o tanto;
Vendo um lápis, tenho medo;
Vendo um caderno, me espanto,
Mas, quando um jumento rincha,
Eu penso um poema e canto.
Que nem sei dizer o tanto;
Vendo um lápis, tenho medo;
Vendo um caderno, me espanto,
Mas, quando um jumento rincha,
Eu penso um poema e canto.
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