sábado, 30 de junho de 2012

SOB O DESTINO DA MULHER AMADA...


SONETO – Anderson de Araújo Horta

A minha musa era risonha e franca
como o sorriso da mulher amada,
que põe na cama fria, neutra, branca,
as cores e a invenção da madrugada.
Um dia a porta amanheceu fechada
a sete chaves, taramela e tranca:
via-se que fugiu pela sacada
como vulgaríssima saltimbanca.
Depois pareceu-me vê-la no mar
arrastada por absurda fragrância.
Imensamente. Loucura. Loucura.
Perdida a medida de sua ausência,
por igual o sentido da procura.
Caiu como chuva em qualquer lugar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário