E SE EU DISSER – Ivan Junqueira
E se eu disser que te amo – assim, de cara,
sem mais delonga ou tímidos rodeios,
sem nem saber se a confissão te enfara
ou se te apraz o emprego de tais meios?
sem mais delonga ou tímidos rodeios,
sem nem saber se a confissão te enfara
ou se te apraz o emprego de tais meios?
E se eu disser que sonho com teus seios,
teu ventre, tuas coxas, tua clara
maneira de sorrir, os lábios cheios
da luz que escorre de uma estrela rara?
teu ventre, tuas coxas, tua clara
maneira de sorrir, os lábios cheios
da luz que escorre de uma estrela rara?
E se eu disser que à noite não consigo
sequer adormecer porque me agarro
à imagem que de ti em vão persigo?
sequer adormecer porque me agarro
à imagem que de ti em vão persigo?
Pois eis que o digo, amor. E logo esbarro
em tua ausência – essa lâmina exata
que me penetra e fere e sangra e mata.
CENAS DAQUELA FESTA – Chico Jó
em tua ausência – essa lâmina exata
que me penetra e fere e sangra e mata.
CENAS DAQUELA FESTA – Chico Jó
E é só vê-la outra vez… E é só fitá-la
Para em mim renascer o antigo ardor,
O mesmo antigo e apaixonado amor
Que de repente o coração me abala.
Para em mim renascer o antigo ardor,
O mesmo antigo e apaixonado amor
Que de repente o coração me abala.
Os pares se entrelaçam pela sala,
A música maltrata a minha dor.
– Peço a todos silêncio, por favor,
Quero ouvir novamente a sua fala!
A música maltrata a minha dor.
– Peço a todos silêncio, por favor,
Quero ouvir novamente a sua fala!
Mas ela não demonstra haver notado
Que busco o seu olhar, desesperado,
Nem parece entender minha aflição.
Que busco o seu olhar, desesperado,
Nem parece entender minha aflição.
E alguém a chama e ela se vai, dançando,
Pisando tão de leve, mas pisando
Os restos de minha alma pelo chão!
Pisando tão de leve, mas pisando
Os restos de minha alma pelo chão!
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