sábado, 30 de junho de 2012

PRA SE DiSTRAIR...





Amor Não É Brinquedo
Martinho da Vila
Composição : Candeia / Martinho da Vila


Se quiser se distrair
Ligue a televisão, amor comigo não

Se estás procurando distração
O romance terminou mais cedo
Peço por favor, pra não brincar com meu segredo
Verdadeiro amor não é brinquedo

Tens que chorar o meu choro
Sorrir no meu riso
Sonhar no meu sonho
Versar nos meus versos
Cantar no meu coro
Na minha tristeza tens que ser tristonho
Há de estar brincando, que também vou ficar brincadeira
Não choro o teu choro
Não sonho o teu sonho
Não verso os seus versos
Nem marco bobeira

Se quiser se distrair...

Eu te abri o meu peito
Deixei penetrar na minha intimidade
Tu conheces meu passado
A minha mentira e a minha verdade
Mas se esta deixando furo
Não está se comportando com dignidade
Eu fecho a porta
Te deixo de fora
Depois curto na saudade

Se quiser se distrair...

SOB O DESTINO DA MULHER AMADA...


SONETO – Anderson de Araújo Horta

A minha musa era risonha e franca
como o sorriso da mulher amada,
que põe na cama fria, neutra, branca,
as cores e a invenção da madrugada.
Um dia a porta amanheceu fechada
a sete chaves, taramela e tranca:
via-se que fugiu pela sacada
como vulgaríssima saltimbanca.
Depois pareceu-me vê-la no mar
arrastada por absurda fragrância.
Imensamente. Loucura. Loucura.
Perdida a medida de sua ausência,
por igual o sentido da procura.
Caiu como chuva em qualquer lugar.

SOBRE CANUDOS...


Um folheto de Leonel Alves de Aguiar
GUERRA DE CANUDOS
Até parece uma lenda
A história que eu vou contar
Que faz gente arrepiar
Pois um caixeiro de venda
Do estado da Bahia
Defensor da monarquia
Entrou em forte contenda
Pra defender o povão
E confrontar a república
Que não tinha gestão pública
Pra conduzir a nação
Muito menos um projeto
Transformado em objeto
Pra acudir o Sertão
Pois a coisa ficou séria
Quando o povo nordestino,
Homem, mulher e menino,
Que vivia na miséria
Só contava com a sorte
Para livrar-se da morte
Como se fosse pilhéria
E o governo da Bahia
Fraco e incompetente
Parecia que não via
O grito de dor e lamento
À procura de alimento
Que aumentava noite e dia
Sem água nem pra beber
Sem roça pra trabalhar
Sem semente pra plantar
Sem comida pra comer
Pois a chuva não chegou
E o açude já secou
E o gado já vai morrer
Mas, rebelde com a Igreja,
que estava indiferente
e ao lado do presidente,
Com o olhar que lacrimeja,
Vem Antonio Conselheiro
Autêntico brasileiro
Discursando com firmeza
Em favor dos oprimidos
A mensagem de esperança
De prazer e de bonança
Que agradava aos ouvidos
Deixando-os delirantes
E, agora, comandante,
Passa a ser muito querido.
Mas, quem é esse, afinal,
Um político famoso
Ou um general poderoso
Ou um príncipe real
Pra enfrentar o Poder
E lutar pra vencer
Presidente Marechal?
Um beato, tão somente,
De coração abnegado
Dos oprimidos, amado,
Devoto e muito crente
Na formação de um esquema
Pra resolver o problema
Do Nordeste indigente
Porém de povo simpático
Honesto e trabalhador
Que vivia grande labor
Com um Governo apático
Só voltado para os nobres
Em detrimento dos pobres
Desse país democrático
É Antonio Maciel
Conselheiro, seu apelido
Como era conhecido
Que exerceu grande papel
Como professor e mestre
No serrado e no agreste
Pra quem se tira o chapéu.
Trabalhava com critério
Dedicação e firmeza
Na construção de igreja
Levando a fé a sério
Prometendo grandes curas
Sofrendo uma vida dura
Pra construir cemitério
Pra sepultar indigente
Às vezes, até sem nome
Que morria de fome
Sem amigo sem parente
Enterrado sem caixão
À semelhança de grão
Sem despedida decente.
Dotado de confiança,
Seguia seu ministério
Carregado de mistério
À espera de bonança
Com sentimento de dor
Confiando no Senhor
Sua última esperança
De olhar para aquele povo
Nordestino bom e forte
Acreditando na sorte
De aparecer um renovo
Pra salvar aquela gente
Trabalhadora e decente,
Eliminando o estorvo
Que viesse impedir
De continuar a lida
Só preservando a vida
Em direção ao porvir
Anunciando com fé
Mesmo andando a pé
O direito de ir e vir.
Os coronéis das fazendas
Passaram por amargura
Com danos na agricultura
Que fizeram uma fenda
Com o êxodo rural
E o fanatismo total
Prejudicando suas vendas
Mas, a Igreja entrou na luta
Com a maldita hipocrisia
Acusando-o de heresia
Com mensagem muito astuta
Sem medir a consequência
Daquela interferência
Todavia, ninguém lhe escuta.
Mas Igreja e coronéis
Os eternos mandatários
E da lei signatários
Inverteram seus papéis
E partiram para a agressão
Em nome da religião
Pra conquistar fiéis
Rechaçado pela Igreja
Que o combate e o condena
Excomungando-o sem pena
Adquiriu, com certeza,
Grande popularidade
No campo e na cidade
Mais dignidade e nobreza.
E vivia caminhando
Seguido de romarias
Por aquelas sesmarias
E o povo foi se ajuntando
E fanático, entretanto,
Denominaram-no santo
Venerando-o, portanto.
Recebendo a notícia
Do envio de militares
Que viriam aos milhares
Com a devida perícia,
Adquiriu armamento
E montou acampamento
Pra esperar a milícia.
Foi desse jeito, contudo,
Que houve o enfrentamento
Fato que muito lamento
Na região de Canudos
E pareciam leões
Ou fortes furações
Querendo destruir tudo
O grupo foi operante
Matando muitos à bala
Enterrando-os na vala
Mas, a partir daquele instante,
Vem chegando em boa hora
Pra fazer parte da história
A poderosa volante
De heroicos cangaceiros
De excelente pontaria
Que lutavam noite e dia
Se preciso, mês inteiro,
Pra ajudar na matança
Com muita garra e vingança
O exército brasileiro
Parecido carrapato
Que em sua diligência
E cruel intransigência
Queria a morte do beato
Que causava desespero
Pela força e esmero
Entrincheirado no mato.
A primeira expedição
Comandada por Ferreira
Um tenente de carreira
Foi tremenda negação
Tendo sido executada
Por aquela jagunçada
À bala, faca e facão.
Major Febrônio de Brito
Na segunda investida
Que não foi bem sucedida
Saiu correndo aos gritos
Na debandada geral
Por aquele matagal
Como ligeiro cabrito.
Mil e trezentos soldados
Comandados por Moreira
Sumiram na capoeira
Depois de escorraçados
Pelo povo de Canudos
Tão indignado, contudo,
Foi vencedor da terceira.
O quarto destacamento
De Artur, um general,
João Barbosa e Amaral
De modo tão violento
Promove grande matança
Mulher, homem e criança
Não tiveram livramento.
O líder perde sua vida
Na data de vinte e dois
Mas, em vinte e quatro, pois,
Canudos é destruída
Naquele mês de setembro
Ficando só quatro membros
Lutando, mas sem saída.
Cercados pela missão
No dia cinco, portanto,
E encurralados no canto
Cansados e sem ação
Os quatro remanescentes
Três homens e adolescente
Receberam a execução.
Termina-se ali a guerra
Que abalou o Nordeste
Em confronto inconteste
Onde o fuzil é quem berra
Com dura devastação
Em defesa da Nação
Mas, sem solução prá terra.
Mas, essa guerra de outrora
Que provocou sofrimento
E muito constrangimento
Registrada na história
Consta na literatura
E vai gerando cultura
Por esse país a fora.
Foi registrada, porém,
Pelo Euclides da Cunha
A principal testemunha
Pois estava ali também.
Exercendo o jornalismo
Sem nenhum fanatismo
Que escreveu como ninguém
E preferiu escrever,
Mesmo embaixo da censura,
Toda aquela tortura
No desejo de rever
A versão oficial
Dada pelo general
Para os fatos esconder.

sexta-feira, 29 de junho de 2012

MEU BRASIL BRASILEIRO...




REFLEXÃO DE ARNALDO JABOR SOBRE ELEIÇÕES NO BRASIL

- Brasileiro é um povo solidário. Mentira. Brasileiro é babaca.

Eleger para o cargo mais importante do Estado um sujeito que não tem escolarida- dade e preparo nem para ser gari, só porque tem uma história de vida sofrida;

Pagar 40% de sua renda em tributos e ainda dar esmola para pobre

Aceitar que ONG’s de direitos humanos fiquem dando pitaco na forma como tratamos nossa criminalidade.

Não protestar cada vez que o governo compra colchões para presidiários que queimaram os deles de propósito, não é coisa de gente solidária. É coisa de gente otária.

- Brasileiro é um povo alegre. Mentira. Brasileiro é bobalhão.

Fazer piadinha com as imundices que acompanhamos todo dia é o mesmo que tomar bofetada na cara e dar risada. Depois de um massacre que durou quatro dias em São Paulo, ouvir o José Simão fazer piadinha a respeito e achar graça, é o mesmo que contar piada no enterro do pai.

Brasileiro tem um sério problema.

Quando surge um escândalo, ao invés de protestar e tomar providências como cidadão, ri feito bobo.

- Brasileiro é um povo trabalhador. Mentira. Brasileiro é vagabundo por ex- celência.

O brasileiro tenta se enganar, fingindo que os políticos que ocupam cargos públicos no país, surgiram de Marte e pousaram em seus cargos, quando na verdade, são oriundos do povo.

O brasileiro, ao mesmo tempo em que fica indignado ao ver um deputado receber 20 mil por mês, para trabalhar 3 dias e coçar o saco o resto da semana, também sente inveja e sabe lá no fundo que se estivesse no lugar dele faria o mesmo.

Um povo que se conforma em receber uma esmola do governo de 90 reais mensais para não fazer nada e não aproveita isso para alavancar sua vida (realidade da brutal maioria dos beneficiários da bolsa família) não pode ser adjetivado de outra coisa que não de vagabundo.

- Brasileiro é um povo honesto. Mentira. Já foi; hoje é uma qualidade em baixa.


Se você oferecer 50 Euros a um policial europeu para ele não te autuar, provavelmente irá preso.

Não por medo de ser pego, mas porque ele sabe ser errado aceitar propinas.

O brasileiro, ao mesmo tempo em que fica indignado com o mensalão, pensa intimamente o que faria se arrumasse uma boquinha dessas, quando na realidade isso sequer deveria passar por sua cabeça.

- 90% de quem vive na favela é gente honesta e trabalhadora. Mentira. Já foi. Historicamente, as favelas se iniciaram nos morros cariocas quando os negros e mulatos retornando da Guerra do Paraguai ali se instalaram.

Naquela época quem morava lá era gente honesta, que não tinha alternativa e não concordava com o crime. Hoje a realidade é diferente.

Muito pai de família sonha que o filho seja aceito como ‘aviãozinho’ do tráfico para ganhar uma grana legal.

Se a maioria da favela fosse honesta, já teriam existido condições de se tocar os bandidos de lá para fora, porque podem matar 2 ou 3 mas não milhares de pessoas. Além disso, cooperariam com a polícia na identificação de criminosos, inibindo-os de montar suas bases de operação nas favelas.

- O Brasil é um pais democrático. Mentira. Num país democrático a vontade da maioria é Lei.

A maioria do povo acha que bandido bom é bandido morto, mas sucumbe a uma minoria barulhenta que se apressa em dizer que um bandido que foi morto numa troca de tiros, foi executado friamente. Num país onde todos têm direitos, mas ninguém tem obrigações, não existe democracia e sim, anarquia.

Num país em que a maioria sucumbe bovinamente ante uma minoria barulhenta, não existe democracia, mas um simulacro hipócrita.

Se tirarmos o pano do politicamente correto, veremos que vivemos numa sociedade feudal: um rei que detém o poder central (presidente e suas MPs), seguido de duques, condes, arquiduques e senhores feudais (ministros, senadores, deputados, prefeitos, vereadores).

Todos sustentados pelo povo que paga tributos que têm como único fim, o pagamento dos privilégios do poder. E ainda somos obrigados a votar.

Democracia isso? Pense!

O famoso jeitinho brasileiro.

Em minha opinião, um dos maiores responsáveis pelo caos que se tornou a política brasileira. Brasileiro se acha malandro, muito esperto. Faz um ‘gato’ puxando a TV a cabo do vizinho e acha que está botando pra quebrar.

No outro dia o caixa da padaria erra no troco e devolve 6 reais a mais, caramba, silenciosamente ele sai de lá com a felicidade de ter ganhado na loto… malandrões, esquecem que pagam a maior taxa de juros do planeta e o retorno é zero. Zero saúde, zero emprego, zero educação, mas e daí? Afinal somos penta campeões do mundo né?

Grande coisa…

O Brasil é o país do futuro. Caramba, meu avô dizia isso em 1950. Muitas vezes cheguei a imaginar em como seria a indignação e revolta dos meus avôs se ainda estivessem vivos.

Dessa vergonha eles se safaram… Brasil, o país do futuro!?

Hoje o futuro chegou e tivemos uma das piores taxas de crescimento do mundo.

Deus é brasileiro.

Puxa, essa eu não vou nem comentar…

O que me deixa mais triste e inconformado é ver todos os dias nos jornais a manchete da vitória do governo mais sujo já visto em toda a história brasileira.

Para finalizar tiro minha conclusão:

O brasileiro merece! Como diz o ditado popular, é igual mulher de malandro, gosta de apanhar. Se você não é como o exemplo de brasileiro citado nesse e-mail, meus sentimentos amigo, continue fazendo sua parte, e que um dia pessoas de bem assumam o controle do país novamente.

Aí sim, teremos todas as chances de ser a maior potência do planeta.

Afinal aqui não tem terremoto, tsunami nem furacão. Temos petróleo, álcool, bio-diesel, e sem dúvida nenhuma o mais importante: Água doce!

Só falta boa vontade, será que é tão difícil assim?

Arnaldo Jabor

MATE O VELHO...







Mate O Veio

Genival Lacerda

Pra mulher de hoje tudo é simples e normal
Quando sai na rua faz o homem passar mal
De vestido justo e lascadinho de lado
de meia soquete deixa o cabra arrepiado
Mata o veio
Menininha moça ainda cheirando a leite
Usa shortinho e blusinha sem corpete
Adora um coroa e gosta de curtir forró
E diz que dançar agarradinho é bem melhor
De curtir o som é de motoca que ela gosta
De vestir curtinho pra mostrar as pernas grossas
Ela esta na onda e diz que é evolução
Se ela vai a praia nego bota um olhão.

NA CAPITANIA HEREDITÁRIA DO MARANHÃO, A PERPETUAÇÃO DA CORRUPÇÃO...

SOCIALISMO MUDERNO MARANHENSE

Quase 60 anos depois do atual senador José Sarney ter participado e vencido de um pleito pela primeira vez, os Sarneys estão lançando, nessa eleição, uma nova fornada de descendentes e aparentados, visando manter o domínio do desfortunado feudo do Maranhão
ALIADA ADEQUADA  – A prefeita de Paço do Lumiar, Bia Venâncio, acusada em 22 processos por corrupção, abriu mão da reeleição em beneficio de Adriano Sarney
Adriano Sarney, 32 anos, neto do presidente do Senado, José Sarney, e filho do deputado José Sarney Filho,vai disputar a eleição para prefeito de Paço do Lumiar, na região metropolitana de São Luís. Será a entrada da terceira geração da família na política, 57 anos após a primeira eleição de José Sarney.
Adriano é a maior esperança do clã para manter o controle do Maranhão. Com 110 mil habitantes e a 23 km do centro da capital, Paço do Lumiar é estratégica na “geografia Sarney”: é o melhor caminho para a ilha de Cururupu, onde a família tem casas.
Vovô Sarney é um exemplo para o netinho Adriano
Cinco candidatos com experiência política já desistiram da eleição em Paço, para apoiar o neto do homem ou por acharem não terem chances com ele no páreo.
Se for eleito, esse será o primeiro emprego de Adriano, que nos seus 32 anos de vida, nunca pregou um prego em uma barra de sabão” diz blogueiro maranhense.
A única atividade laboral de Adriano Sarney, que se tem notícia, foi quando a Polícia Federal, que investigava possíveis irregularidades no sistema de crédito consignado no Senado, o identificou como operador, no instante em que Sarney estava sendo bombardeado pela descoberta dos seus 300 imorais atos secretos. Descoberto, Adriano, perdeu a boquinha. Como não sabe fazer nada, a família resolveu pendurá-lo no cargo de Prefeito de Paço do Lumiar.
O principal cabo eleitoral de Adriano é a atual prefeita, Bia Venâncio (desistiu da reeleição para abrir espaço ao neto do senador) que responde a 22 processos na Justiça e já foi afastada quatro vezes, sob acusação de corrupção. Como se vê, uma correligionária perfeita para um Sarney que está começando. “Onde eu estiver, ele vai estar comigo“, disse Bia enquanto enfileirava elogios ao novo pretenso candidato: Tudo o que tem aqui em Paço tem o dedo da família Sarney.”
Papai Sarney Filho, destinou verbas federais para Paço do Lumiar, em forma de emendas parlamentares
Como não tinha nenhuma ligação com o município, Adriano é questionado sobre a legalidade de sua pretensão, por falta de domicílio eleitoral, (pela lei o candidato tem que residir na cidade onde pretende se candidatar) costuma exibir como prova de que tem endereço no município, uma conta de luz, em seu nome, de um sítio nos limites da cidade.
A reportagem da Folha de São Paulo diz que o Blogueiro Cesar Bello está disposto a ingressar na Justiça eleitoral, para questionar o documento emitido pela Cemar, a companhia energética do Estado governado por Roseana Sarney.
O neto tem a quem puxar: o avô, hoje senador pelo estado do Amapá, também não possui nenhuma ligação com o estado que representa. Comprou em Macapá, apenas para constar, uma casa que serve como seu endereço junto à justiça eleitoral.
Segundo a Folha de São Paulo, as outras apostas da família Sarney são Filuca Mendes (PMDB), afilhado de batismo de Sarney, candidato em Pinheiro. E Souza Neto, casado com uma sobrinha da governadora Roseana, que irá disputar como vice em Santa Inês.
Filuca já conseguiu uma pequena proeza. O PT decidiu apoiá-lo ignorando resolução que impede novas alianças com o DEM, também na chapa de Filuca. Petistas contrários prometem recorrer ao Diretório Nacional.

quinta-feira, 28 de junho de 2012

QUANDO O AMOR ACONTECE...





Quando o Amor Acontece

João Bosco

Coração
Sem perdão,
Diga fale por mim
Quem roubou toda a minha alegria
O amor me pegou,
Me pegou pra valer
Aí que a dor do querer,
Muda o tempo e a maré
Vendaval sobre o mar azul
Tantas vezes chorei,
Quase desesperei
E jurei nunca mais seus carinhos
Ninguém tira do amor,
Ninguém tira, pois é
Nem doutor nem pajé,
O que queima e seduz, enlouquece
O veneno da mulher
O amor quando acontece
A gente esquece logo
Que sofreu um dia,
Ilusão
O meu coração marcado
Tinha um nome tatuado
Que ainda doía,
Pulsava só a solidão
O amor quando acontece
A gente esquece logo
Que sofreu um dia,
Esquece sim
Quem mandou chegar tão perto
Se era certo um outro engano
Coração cigano
Agora eu choro assim

LULA COM MALUF...O TIRO SAIU PELA CULATRA...


Pesquisa divulgada nesta quarta-feira indica que Haddad não só não cresceu com o apoio de Maluf, como ainda caiu dois pontos — de 8 para 6% — e viu Celso Russomanno, do pequeno PRB, crescer mais três, chegando a 24%.
A diferença entre Russomanno e o tucano José Serra, o líder que continua no mesmo patamar desde março — oscilou de 30 para 31% no período —, caiu para sete pontos, a menor desde o início das pesquisas do Datafolha, em dezembro.
* * *
Finalmente o Inimputável com Síndrome de Deus fez uma cagada que trouxe benefícios.
O conluio público Lula-Maluf, amplamente documentado por fotos e vídeos, fez um bem enorme à cidadania. Bem pra São Paulo e bem pra estepaiz.
A mesma pesquisa aponta que a militância petralha – composta pela arraia miúda da Confraria dos Cegos -, rejeitou a associação quadrilheira entre os dois capos num percentual de 64%. É alto pra cacete este número.
A cumpanherada pegou mesmo no pé de Lapa de Fazedor de Merda! 
Talvez já possamos ter esperança de ver chegar o dia em que esses tabacudos se convençam que adoravam um ídolo dos pés de barro. Talvez…
E eu, como vocês já sabem, estou que não consigo parar de chorar, vertendo torrentes de lágrimas de crododilo, com pena da militância vermêia, decepcionada com o Cara (de pau).
Xiuf, xiuf, snif, snif, snif…

FOLHETO DE CORDEL...





Um folheto de João Martins de Athayde
AS PROEZAS DE JOÃO GRILO
901
Ilustração: Jô Oliveira
João Grilo foi um cristão
que nasceu antes do dia
criou-se sem formosura
mas tinha sabedoria
e morreu depois da hora
pelas artes que fazia.
E nasceu de sete meses
chorou no bucho da mãe
quando ela pegou um gato
ele gritou: não me arranhe
não jogue neste animal
que talvez você não ganhe.
Na noite que João nasceu
houve um eclipse na lua
e detonou um vulcão
que ainda continua
naquela noite correu
um lobisomem na rua.
Porém João Grilo criou-se
pequeno, magro e sambudo
as pernas tortas e finas
e boca grande e beiçudo
no sítio onde morava
dava notícia de tudo.
João perdeu o seu pai
com sete anos de idade
morava perto de um rio
Ia pescar toda tarde
um dia fez uma cena
que admirou a cidade.
O rio estava de nado
vinha um vaqueiro de fora
perguntou: dará passagem?
João Grilo disse: inda agora
o gadinho do meu pai
passou com o lombo de fora.
O vaqueiro bota o cavalo
com uma braça deu nado
foi sair já muito embaixo
quase que morre afogado
voltou e disse ao menino:
você é um desgraçado.
João Grilo foi ver o gado
pra provar aquele ato
veio trazendo na frente
um bom rebanho de pato
os pássaros passaram n’água
João provou que era exato.
Um dia a mãe de João Grilo
foi buscar água à tardinha
deixando João Grilo em casa
e quando deu fé, lá vinha
um padre pedindo água
nessa ocasião não tinha.
João disse; só tem garapa;
disse o padre; donde é?
João Grilo lhe respondeu;
é do engenho catolé;
disse o padre: pois eu quero;
João levou uma coité.
O padre bebeu e disse:
oh! que garapa boa!
João Grilo disse: quer mais?
o padre disse: e a patroa
não brigará com você?
João disse: tem uma canoa.
João trouxe uma coité
naquele mesmo momento
disse ao padre: beba mais
não precisa acanhamento
na garapa tinha um rato
tava podre e fedorento.
O padre disse: menino
tenha mais educação
e por que não me disseste?
oh! natureza do cão!
pegou a dita coité
arrebentou-a no chão.
João Grilo disse: danou-se!
misericórdia, São Bento!
com isto mamãe se dana
me pague mil e quinhentos
essa coité, seu vigário,
é de mamãe mijar dentro!
O padre deu uma popa
disse para o sacristão:
esse menino é o diabo
em figura de cristão!
meteu o dedo na goela
quase vomita um pulmão.
João Grilo ficou sorrindo
pela cilada que fez
dizendo: vou confessar-me
no dia sete do mês
ele nunca confessou-se
foi essa a primeira vez.
João Grilo tinha um costume
pra toda parte que ia
era alegre e satisfeito
no convívio de alegria
João Grilo fazia graça
que todo mundo sorria.
Num dia de sexta-feira
às cinco horas da tarde
João Grilo disse: hoje à noite
eu assombro aquele padre
se ele não perdoar-me
na igreja há novidade.
pegou uma lagartixa
amarrou pelo gogó
botou-a numa caixinha
no bolso do paletó
foi confessar-se João Grilo
com paciência de Jó.
Às sete horas da noite
foi ao confessionário
fez logo o pelo sinal
posto nos pés do vigário
o padre disse: acuse-se;
João disse o necessário.
Eu sou aquele menino
da garapa e do coité;
o padre disse: levante-se
que já sei você quem é;
João tirou a lagartixa
Soltou-a junto do pé.
A lagartixa subiu
por debaixo da batina
entrou na perna da calça
tornou-se feia a buzina
o padre meteu os pés
arrebentou a cortina.
Jogou a batina fora
naquela grande fadiga
a lagartixa cascuda
arranhando na barriga
João Grilo de lá gritava:
Seu padre, Deus lhe castiga!
O padre impaciente
naquele turututu
saltava pra todo lado
que parecia um timbu
terminou tirando as calças
ficou o esqueleto nu.
João disse: padre é homem
pensei que fosse mulher
anda vestido de saia
não casa porque não quer
isso é que é ser caviloso
cara de matar bebê.
O padre disse João Grilo
vai-te daqui infeliz!
João Grilo disse bravo
ao vigário da matriz:
é assim que ele me paga
o benefício que fiz?
João Grilo foi embora
o padre ficou zangado
João Grilo disse: ora sebo
eu não aliso croado
vou vingar-me duma raiva
que eu tive ano passado.
No subúrbio da cidade
morava um português
vivia de vender ovos
justamente nesse mês
denunciou de João Grilo
pelas artes que ele fez.
João encontrou o português
com a égua carregada
com duas caixas de ovos
João disse-lhe: oh camarada
quero dizer à tua égua
Uma pequena charada.
o português disse: diga;
João chegou bem no ouvido
com a ponta do cigarro
soltou-a dentro escondido
a égua meteu os pés
foi temeroso estampido.
derrubou o português
foi ovos pra todo lado
arrebentou a cangalha
ficou o chão ensopado
o português levantou-se
tristonho e todo melado.
O português perguntou
que foi que tu disseste
que causou tanto desgosto
a este animal agreste?
- Eu disse que a mãe morreu;
o português respondeu:
Oh égua besta da peste!
João Grilo foi à escola
com sete anos de idade
com dez anos ele saiu
por espontânea vontade
todos perdiam pra ele
outro Grilo como aquele
perdeu-se a propriedade.
João Grilo em qualquer escola
chamava o povo atenção
passava quinau nos mestres
nunca faltou com a lição
era um tipo inteligente
no futuro e no presente
João dava interpretação.
um dia perguntou ao mestre:
o que é que Deus não vê
o homem vê a qualquer hora
disse ele: não pode ser
pois Deus vê tudo no mundo
em menos de um segundo
de tudo pode saber.
João Grilo disse: qual nada
que dê os elementos seus?
abra os olhos, mestre velho
que vou lhe mostrar os meus
seus estudos se consomem
um homem vê outro homem
só Deus não vê outro Deus.
João Grilo disse: seu mestre
me diga como se chama
a mãe de todas as mães
tenha cuidado no drama
o mestre coça a cabeça
disse: antes que me esqueça
vou resolver o programa.
- A mãe de todas as mães
é Maria Concebida;
João Grilo disse: eu protesto
antes dela ser nascida
já esta mãe existia
não foi a Virgem Maria
oh! que resposta perdida.
João Grilo disse depois
num bonito português;
a mãe de todas as mães
já disse e digo outra vez
como a escritura ensina
é a natureza divina
que tudo criou e fez.
- Me responde, professor
entre grandes e pequenos
quero que fique notável
por todos nossos terrenos
responda com rapidez
como se chama o mês
que a mulher fala menos?
Este mês eu não conheço
quem fez esta tabuada?
João Grilo lhe respondeu:
ora sebo, camarada
pra mim perdeu o valor
tem nome de professor
mas não conhece de nada.
- Este mês é fevereiro
por todos bem conhecido
só tem vinte e oito dias
o tempo mais resumido
entre grandes e pequenos
é o que a mulher fala menos
mestre, você tá perdido.
- Seu professor, me responda
se algum tempo estudou
quem serviu a Jesus Cristo
morreu e não se salvou
no dia em que ele morreu
seu corpo urubu comeu
e ninguém o sepultou?
- Não conheço quem é esse
porque nunca vi escrito;
João Grilo lhe respondeu:
foi o jumento, está dito
que a Jesus Cristo servia
na noite em que ele fugia
de Belém para o Egito.
João Grilo olhou para o lado
disse para o diretor
este mestre é um quadrado
fique sabendo o senhor
sem dúvida exame não fez
o aluno desta vez
ensinou ao professor.
João Grilo foi para casa
encontrou sua mãe chorando
ele então disse: mamãe
não está ouvindo eu cantando?
não chore, cante mais antes
pois o seu filho garante
pra isso vive estudando .

A mãe de João Grilo disse:
choro por necessidade
sou uma pobre viúva
e tu de menor idade
até da escola saíste…
João disse: ainda existe
o mesmo Deus de bondade.
- A senhora pensa em carne
de vinte mil réis o quilo
ou talvez no meu destino
que à força hei de segui-lo
não chore, fique bem certa
a senhora só se aperta
quando matarem João Grilo.
João então chegou no rio
às cinco horas da tarde
passou até nove horas
porém inda foi debalde
na noite triste e sombria
João Grilo sem companhia
voltava sem novidade.
Chegando dentro da mata
ouviu lá dentro um gemido
dois lobos devoradores
o caminho interrompido
e trepou-se num pinheiro
como era forasteiro
ficou ali escondido.
Os lobos foram embora
e João não quis descer
disse: eu dormirei aqui
suceda o que suceder
eu hoje imito arapuan
só vou embora amanhã
quando o dia amanhecer.
O Grilo ficou trepado
temendo lobos e leões
pensando na fatal sorte
e recordando as lições
que na escola estudou
quando de súbito chegou
uns quatro ou cinco ladrões.
Eram uns ladrões de Meca
que roubavam no Egito
se ocultavam na mata
naquele bosque esquisito
pois cada um de per si
que vinha juntar-se ali
pra ver quem era perito.
O capitão dos ladrões
disse: não fala ninguém?
um respondeu; não senhor
disse ele: muito bem
cuidado não roubem vã
vamos juntar-nos amanhã
na capela de Belém.
Lá partiremos o dinheiro
pois aqui tudo é graúdo
temos um roubo a fazer
desde ontem que estudo
mas já estou preparado;
e o Grilo lá trepado
calado escutando tudo.
Os ladrões foram embora
depois da conversação
João Grilo ficou ciente
dizendo a seu coração:
se Deus ajudar a mim
acabou-se o tempo ruim
sou eu quem ganho a questão.
João Grilo desceu da árvore
quando o dia amanheceu
mas quando chegou em casa
não contou o que se deu
furtou um roupão de malha
vestiu, fez uma mortalha
lá no mato se escondeu.
À noite foi pra capela
por detrás da sacristia
vestiu-se com a mortalha
pois na capela jazia
sempre com a porta aberta
João pensou na certa
colher o que pretendia.
Deitou-se lá num caixão
que enterravam defunto
João Grilo disse: eu aqui
vou ganhar um bom presunto;
os ladrões foram chegando
e João Grilo observando
sem pensar em outro assunto.
Acenderam um farol
penduraram numa cruz
foram contar o dinheiro
no claro deu uma luz
João Grilo de lá gritou:
esperem por mim que eu vou
com as ordens de Jesus!
Os ladrões dali fugiram
quando viram a alma em pé
João Grilo ficou com tudo
disse: já sei como é nada
no mundo me atrasa
agora vou para casa
tomar um rico café.
Chegou e disse: mamãe
morreu nossa precisão
o ladrão que rouba outro
tem cem anos de perdão;
contou o que tinha feito
disse a velha: está direito
vamos fazer refeição.
Bartolomeu do Egito
foi um rei de opinião
mandou convidar João Grilo
pra uma adivinhação
João Grilo disse: eu vou;
no outro dia embarcou
para saudar o sultão.
João Grilo chegou na corte
cumprimentou o sultão
disse: pronto, senhor rei
(deu-lhe um aperto de mão)
com calma e maneira doce
o sultão admirou-se
da sua disposição.
O sultão pergunta ao Grilo;
de onde você saiu?
aonde você nasceu?
João fitou ele e sorriu
- Sou deste mundo d’agora
nasci na ditosa hora
em que minha mãe me pariu.
- João Grilo, tu adivinha?
o Grilo respondeu: não
eu digo algumas coisas
conforme a ocasião
quem canta de graça é galo
cangalha só pra cavalo
e seca só no sertão.

_ Eu tenho doze perguntas
pra você me responder
no prazo de 15 dias
escute o que vou dizer
veja lá como se arruma
é bastante faltar uma
tá condenado a morrer.
João Grilo disse: estou pronto
pode dizer a primeira
se acaso sair-me bem
venha a segunda e a terceira
venha a quarta e a quinta
talvez o Grilo não minta
diga até a derradeira.
Perguntou: qual o animal
que mostra mais rapidez
que anda de quatro pés
de manhã por sua vez
ao meio-dia com dois
passando disto depois
à tarde anda com três?
O Grilo disse: é o homem
que se arrasta pelo chão
no tempo que engatinha
depois toma posição
anda em pé e bem seguro
mas quando fica maduro
faz três pés com o bastão.
O sultão maravilhou-se
com sua resposta linda
João disse: pergunte outra
vou ver se respondo ainda;
a segunda o sultão fez
João Grilo daquela vez
celebrizou sua vinda.
- Grilo você me responda
em termos bem divididos
uma cova bem cavada
doze mortos estendidos
e todos mortos falando
cinco vivos passeando
trabalham com três sentidos.
- Esta cova é a viola
com primo, baixo e bordão
mortas são as doze cordas
quando canta um cidadão
canta, toca, faz um verso
cinco vivos num progresso
os cinco dedos da mão.
Houve uma salva de palmas
com vivas que retumbou
o sultão ficou suspenso
seu viva também bradou
e depois pediu silêncio
com outro desejo imenso
a terceira perguntou.
- João Grilo, qual é a coisa
que eu mandei carregar
primeiro dia e segundo
no terceiro fui olhar
quase dá-me a tiririca
se tirar, mais grande fica
não míngua, faz aumentar?
- Senhor rei, sua pergunta
parece me fazer guerra
um Grilo não tem saber
criado dentro da serra
mas digo pra quem conhece
o que tirando mais cresce
é um buraco na terra.
João Grilo vou terminar
as perguntas do tratado
o Grilo disse; pergunte
quero ficar descansado
disse o rei: é muito exato
o que é que vem do alto
cai em pé, corre deitado?
- Aquele que cai em pé
e sai correndo pelo chão
será uma grande chuva
nos barros de um sertão;
o rei disse: muito bem
no mundo inteiro não tem
outro Grilo como João.
- João Grilo, você bebe?
João disse: bebo um pouquinho
e disse; eu não sou filho
de Baco que fez o vinho
o meu pai morreu bebendo
e eu o que estou fazendo?
sigo no mesmo caminho.
O rei disse: João Grilo
beber é cousa ruim;
o Grilo respondeu: qual
o meu pai dizia assim:
na casa de seu Henrique
zelam bem um alambique
melhor do que um jardim.
O rei disse: João Grilo
tua fama é um estrondo
João Grilo disse: eu sabendo
o que perguntar respondo;
disse o rei enfurecido;
o que tem o pé comprido
e faz o rastro redondo?
- Senhor rei, tenho lembrança
do tempo da minha avó
que ela tinha um compasso
na caixa do bororó
como este eu também ando
fazendo o rastro redondo
andando com uma perna só.
- João, qual é o bicho
que passa pela campina
a qualquer hora da noite
andando de lamparina?
é um pequeno animal
tem luz artificial;
veja o que determina.
- Esse bicho eu já vi
pois eu tinha de costume
de brincar sempre com ele
minha mãe tinha ciúme
ele andava pelo campo
uns chamavam pirilampo
e outros de vagalume.
O rei já tinha esgotado
a sua imaginação
não achou uma pergunta
que interrompesse a João
disse: me responda agora
qual é o olho que chora
sem haver consolação?
O Grilo então respondeu:
lá muito perto da gente
tem um outeiro importante
um mocó muito doente
suas lágrimas têm paladar
quem não deixa de chorar
é olho d’água de vertente.
o rei inventou um truque
do jeito que lhe convinha
- Vou arrumar uma cilada
ver se João adivinha;
mandou vir um alçapão
fez outra adivinhação
escondeu uma bacurinha.
- João, o que é que tem
dentro desse alçapão?
se não disser o que é
é morto não tem perdão;
João Grilo lhe respondeu:
quem mata um como eu
não tem dó no coração.
João lhe disse: esse objeto
nem é manso nem é brabo
nem é grande nem pequeno
nem é santo nem é diabo
bem que mamãe me dizia
que eu ainda caía
onde a porca torce o rabo.
Trouxeram uma bandeja
ornada com muitas flores
dentro dela uma latinha
cheia de muitos fulgores
o rei lhe disse: João Grilo
é este o último estrilo
que rebenta tuas dores.
João Grilo desta vez
passou na última estica
adivinhar uma coisa
nojenta que se pratica
fugir da sorte mesquinha
pois dentro da lata tinha
um pouquinho de titica.
O rei disse: João Grilo
veja se escapa da morte;
o que tem nessa latinha?
responda se tiver sorte;
toda aquela populaça
queria ver a desgraça
do Grilo franzino e forte.
Minha mãe profetizou
que o futuro é minha perda
“Dessas adivinhações
brevemente você herda;”
faz de conta que já vi
como está hoje aqui
parece que dá em merda.
O rei achou muita graça
nada teve o que fazer
João Grilo ficou na corte
com regozijo e prazer
gozando um bom paladar
foi comer sem trabalhar
desta data até morrer.
E todas as questões do reino
era João que deslindava
qualquer pergunta difícil
ele sempre decifrava
julgamentos delicados
problemas muito enrascados
era João que desmanchava.

Certa vez chegou na corte
um mendigo esfarrapado
com uma mochila nas costas
dois guardas de cada lado
seu rosto cheio de mágoa
os olhos vertendo água
fazia pena o coitado.
Junto dele estava um duque
que veio denunciar
dizendo que o mendigo
na prisão ia morar
por não pagar a despesa
que fizera com afoiteza
sem ninguém lhe convidar.

João Grilo disse ao mendigo:
e como é, pobretão
que se faz uma despesa
sem ter no bolso um tostão?
me conte todo o passado
depois de ter-lhe escutado
lhe darei razão ou não.
Disse o mendigo: sou pobre
e fui pedir uma esmola
na casa do senhor duque
e levei minha sacola
quando cheguei na cozinha
vi cozinhando galinha
numa grande caçarola.
- Como a comida cheirava
eu tive apetite nela
tirei um taco de pão
e marchei pro lado dela
e sem pensar na desgraça
botei o pão na fumaça
que saía da panela.
- O cozinheiro zangou-se
chamou logo seu senhor
dizendo que eu roubara
da comida seu sabor
só por eu ter colocado
um taco de pão mirrado
aproveitando o vapor.
- Por isso fui obrigado
a pagar esta quantia
como não tive dinheiro
o duque por tirania
mandou trazer-me escoltado
pra depois de ser julgado
ser posto na enxovia.
João Grilo disse: está bom
não precisa mais falar;
então pergunto ao duque:
quanto o homem vai pagar?
- Cinco coroas de prata
ou paga ou vai pra chibata
não lhe deve perdoar.
João Grilo tirou do bolso
a importância cobrada
na mochila do mendigo
deixou-a depositada
e disse para o mendigo:
balance a mochila, amigo
pro duque ouvir a zoada.
O mendigo sem demora
fez como o Grilo mandou
pegou sua mochilinha
com a prata balançou
sem compreender o truque
bem no ouvido do duque
o dinheiro tilintou.
Disse o duque enfurecido:
mas não recebi o meu;
diz o Grilo: sim senhor
e isto foi o que valeu
deixe de ser batoteiro
o tinido do dinheiro
o senhor já recebeu.
- Você diz que o mendigo
por ter provado o vapor
foi mesmo que ter comido
seu manjar e seu sabor
pois também é verdadeiro
que o tinir do dinheiro
represente seu valor.
Virou-se para o mendigo
e disse: estás perdoado
leva o dinheiro que dei-te
vai pra casa descansado;
o duque olhou para o Grilo
depois de dar um estrilo
saiu por ali danado.
A fama então de João Grilo
foi de nação em nação,
por sua sabedoria
e por seu bom coração
sem ser por ele esperado
um dia foi convidado
pra visitar um sultão.
O rei daquele país
quis o reino embandeirado
pra receber a visita
do ilustre convidado
o castelo estava em flores
cheios de grandes fulgores
ricamente engalanado.
As damas da alta corte
trajavam decentemente
toda corte imperial
esperava impaciente
ou por isso ou por aquilo
para conhecer João Grilo
figura tão eminente.
Afinal chegou João Grilo
no reinado do sultão
quando ele entrou na corte
foi grande decepção
de paletó remendado
sapato velho furado
nas costas um matulão.
O rei disse: não é ele
pois assim já é demais!
João Grilo pediu licença
mostrou-lhe as credenciais
embora o rei não gostasse
mandou que ele ocupasse
os aposentos reais.
Só se ouvia cochichos
que vinham de todo lado
as damas então diziam
é esse o homem falado?
duma pobreza tamanha
e ele nem se acanha
de ser nosso convidado!
Até os membros da corte
diziam num tom chocante:
pensava que o João Grilo
fosse um tipo elegante
mas nos manda um remendado
sem roupa esfarrapado
um maltrapilho ambulante.
E João Grilo ouvia tudo
mas sem dar demonstração
em toda a corte real
ninguém lhe dava atenção
por mostrar-se esmolambado
tinha sido desprezado
naquela rica nação.
Afinal veio um criado
e disse sem o fitar:
já preparei o banheiro
para o senhor se banhar
vista uma roupa minha
e depois vá na cozinha
na hora de almoçar.
João Grilo disse: está bem;
mas disse com seu botão:
roupas finas trouxe eu
dento do meu matulão
me apresentei rasgado
para ver nesse reinado
qual era a minha impressão.
João Grilo tomou um banho
vestiu uma roupa de gala
então muito bem vestido
apresentou-se na sala
ao ver seu traje tão belo
houve gente no castelo
que quase perdia a fala.
E então toda repulsa
transformou-se de repente
o rei chamou-o pra mesa
como homem competente
consigo dizia João:
na hora da refeição
vou ensinar essa gente.
O almoço foi servido
porém João não quis comer
despejou vinho na roupa
só para vê-lo escorrer
ante a corte estarrecida
encheu os bolsos de comida
para todo mundo ver.
O rei muito aborrecido
perguntou para João:
por qual motivo o senhor
não come da refeição?
respondeu João com maldade:
tenha calma, majestade
digo já toda a razão.
- Esta mesa tão repleta
de tanta comida boa
não foi posta para mim
um ente vulgar à toa;
desde a sobremesa à sopa
foram postas à minha roupa
e não à minha pessoa.
Os comensais se olharam
o rei pergunta espantado:
por que o senhor diz isto
estando tão bem tratado?
disse João: isso se explica
por estar de roupa rica
não sou mais esmolambado.
Eu estando esmolambado
ia comer na cozinha
mas como troquei de roupa
como junto da rainha
vejo nisto um grande ultraje
homenagem ao meu traje
e não à pessoa minha.
Toda corte imperial
pediu desculpa a João
e muito tempo falou-se
naquela dura lição
e todo mundo dizia
que sua sabedoria
igualava a Salomão.

MORREU NAZARENO...CANTOR E COMPOSITOR POTIGUAR, MACAUENSE....




VAI DOER


NAZARENO


Vai doer
Quando o sol da manhã me acordar
E ao meu lado eu não te encontrar
Pode ser que eu acabe chorando

Vai doer 
Eu saber que esta noite se foi
E o acaso que uniu nós dois
Terminou e acabou te levando

Vai doer
Porque tudo que é bom depois doi
Quando o sonho a maldade destrói
Só saudade, fica machucando

Mesmo assim, foi tão bom seu amor conhecer
E por estes momentos viver
Vou passar minha vida te amando
(Bis)

quarta-feira, 27 de junho de 2012

O VERBO LULAR...


Os países de língua portuguesa,  reunidos na Academia de Ciências de Lisboa, para dar consonância à reforma ortográfica do idioma que adotam, acabam de aprovar, por unanimidade, a criação de uma nova palavra que passa a figurar oficialmente em todos os dicionários dessas nações.
Lular:  [Do analfabeto Lula]:  Verbo totalmente irregular de estranha conjugação; 1. Ocultar ou encobrir com astúcia e safadeza; 2. Disfarçar com a maior cara de pau e cinismo;  3. Não dar a perceber, apesar de ululantes e genuínas evidências; 4. Mentir;  5. Fingir, simular inocência angelical;  6. Usar de dissimulação; 7. Proceder com fingimento;  8. hipocrisia;  9. Ocultar-se, esconder-se, fugir da responsabilidade;   10. Tirar da reta, atingindo sempre o amigo mais próximo, sem dó nem piedade (antes ele do que eu);  11. Encobrir, disfarçar, negar sem olhar para as câmeras e nos olhos das pessoas;  12. Fraudar, iludir;   13. Afirmar coisa que sabe ser contrária à verdade, acreditar que os fins justificam os meios; 14. Voar com dinheiro alheio.

A POESIA LEVA A DEUS...


SE EU FOSSE UM PADRE – Mário Quintana

Se eu fosse um padre, eu, nos meus sermões,
não falaria em Deus nem no Pecado
— muito menos no Anjo Rebelado
e os encantos das suas seduções,
não citaria santos e profetas:
nada das suas celestiais promessas
ou das suas terríveis maldições…
Se eu fosse um padre eu citaria os poetas,
Rezaria seus versos, os mais belos,
desses que desde a infância me embalaram
e quem me dera que alguns fossem meus!
Porque a poesia purifica a alma
…e um belo poema — ainda que de Deus se aparte —
um belo poema sempre leva a Deus!

PELÉ COMO COMPOSITOR E CANTOR....



CIDADE GRANDE...

COMPOSITOR:EDSON ARANTES DO NASCIMENTO.


Abre a porteira que eu quero entrar 
Cidade grande me faz chorar (bis) 

Trovador no fim da tarde dedillhando a viola 
Passarinho gorgeando anunciando o luar 

Abre a porteira que eu quero entrar 
Cidade grande me faz chorar 

De manhãnzinha quando o galo canta 
Agente se levanta e começa a trabalhar 
Tira leite da vaquinha vendo o sol raiar 
E vai cuidar da roça pra poder vingar 
E vai cuidar da roça pra poder vingar 

Abre a porteira que eu quero entrar 
Cidade grande me faz chorar 

Olha a boiada na beira da estrada 
Olha a vaqueijada eu quero voltar 
Cidade grande me faz chorar 
Aqui não tenho o que tenho lá 
Aqui não tenho o que tenho lá 

Abre a porteira que eu quero entrar 
Cidade grande me faz chorar