domingo, 3 de abril de 2016

ZÉ PRAXEDIS: O POETA VAQUEIRO.

PARA ENCERRAR POR HOJE EIS AÍ ESTA POESIA DECLAMADA POR ZÉ PRAXEDI NO TEATRO COPACABANA NO ANO DE 1952, ONDE ELE HOMENAGEIA LUIZ GONZAGA E CAFÉ FILHO.
Zé Praxédi - O Poeta Vaqueiro
DOIS GRANDES
Duas boas arturidade
Me truveram do Sertão.
A sigunda do País
E a prenmêra do baião.
O Luiz Lua Gonzaga,
Qui dus pampa ao Amazona,
Todo o meu Brasí se curva
Para uví sua sanfona.
Gonzaga, o cantô da terra
Dos matuto e boiadeiro,
O cantô dos tangirino,
Do caçadô, do vaqueiro!
O homem de quem se fala,
É o seu cantá qui imbala
O Nordeste brasileiro.
Apôs bem, esse cabôco
Tão festêjado e feliz!
Protégi o pobe nas ruas,
O vigáro na Matriz.
O Luiz Lua Gonzaga,
Trabáia pelo País.
Doutô João Café Filho,
A palavra desse home,
Tem o gosto da cumida
Quando a gente tá cum fome.
O maió dos Députado
Qui o Brasí já conheceu!
Inté o só ismoréci,
Café nunca ismoreceu!
Esse Café de que falo,
Num é café de São Paulo,
Em minha terra nasceu.
Apôs bem, doutô Café,
Tem um grande coração!
Trabainado como vive
Pru distino da Nação.
Inda tira um momentim
Pra se alembrá do Baião.
Nesta obra de arte, o poeta-vaqueiro, que deixou saudades por onde passou, homenageou os dois responsáveis pela sua apresentação no Teatro Copacabana, no Rio de Janeiro, o vice-presidente da República, portanto a segunda autoridade do País naquele momento, João Café Filho (1899 - 1970) e o Rei do Baião, Luiz Gonzaga do Nascimento (1912 - 1989), que no intervalo, entre a primeira e a segunda partes do programa, cantou os sucessos de sua autoria, naqueles idos de 1952. Portanto, temos assim, três potiguares ligados a História musical do Rei do Baião: Zé Praxédi - autor do livro, Câmara Cascudo - prefaciador e Café Filho - apoiou na publicação e divulgação.

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