terça-feira, 3 de novembro de 2015

SOBRE O BRINQUEDO DE FAZER AMOR...POR DR. MAURILTON MORAIS




A ESPERANÇA DO VIAGRA, CIALIS, ETC E TAL
P/ MAURILTON MORAIS.


               Pobre de nós homens, que temos de ter ereção, no ato sexual, contrariando a lei da gravidade. Pobre de nós,masculinos, com a exigência cada vez maior das mulheres a avançar como tigresas ,na horizontal dos leitos nos forçando a ultrapassar os pobres limites orgânicos, testoterônicos, sentimentais e psicológicos. A culpa é da cultura que sempre associou o “Ser Macho” à virilidade. Exigido pela cultura tem de estar com o biológico em ordem, o psicológico saudável e a ereção firme como uma perfuratriz a penetrar em recônditos de desejáveis cavernas femininas.

Já se usou fórmulas mágicas, pouco recomendáveis cientificamente como afrodisíacos (de Afrodite, deusa grega do amor e da beleza),tais como a “Nux Vômica”, as delicadas orquídeas(do grego, orquis, testículos), a ioimbina na década de 1950 e a eterna procura do elixir da juventude,desejo humano de ser imortal e perpetuar o vigor do sexo.Na Bíblia,Raquel tentou revitalizar Jacó dando-lhe raízes de mandrágora.Foi baseado nesta história que Maquiavel escreveu a célebre comédia –A Mandrágora” em 1524 em que a jovem esposa casada com o ancião é seduzida sarcasticamente por um jovem enganador de mulheres frágeis.
E há muito mais. A similitude que as partes do corpo humano tinham também similitude com as plantas, foi desenvolvida pelo célebre alquimista Paracelso, no sec. XVI gerou a crença de que o Ginseng, muito ainda em moda, como produto oriental, é tônico sexual, por ter suas raízes bifurcadas tais quais as pernas de um Homem. Quem leu as histórias de Casanova, o amante insaciável, deve se recordar da “Cantárida”,tida como mosca espanhola, na verdade um besouro. Segundo pesquisas, o pó da Cantárida produz irritação na bexiga, uretra, congestão e priapismo (ereção permanente do pênis), portanto muito mais danos que benefícios.

Nessa ânsia desesperada pelo bom desempenho sexual masculino até thimothy Leary e Richard Alpert, na década de 1960 distribuiram LSD a 400 alunos de Harvard. Uma década antes, Aldous Leonard Huxley havia escrito, “As portas da Percepção” em 1954 e “O céu e o Inferno” em 1956, sobre mescalina, um alucinógeno usado pelos Apaches mescalero, Comanches e Kiowas. Depois se concluiu: os alucinógenos inibem muito mais a sexualidade que a estimulam.
Hoje entramos na era dos vasodilatadores penianos, como Viagra, Cialis, Helleva e vai por aí. Para quem não toma nitrtos cardíacos, ladeira abaixo todo santo ajuda. O problema é que os jovens-e deixo a explicação para os sociólogos – pedem cada vez mais esses medicamentos em nossos consultórios.Talvez para se tornarem supermáquinas exigidas pelas jovens. Talvez pela dissociação da relação eu-tu na pós-modernidade. Talvez por não conciliarem amor e sexo.Talvez por serem muito rígidos consigo.Ou se acharem feios ou se encontrarem em uma depressão sub-clínica.

Só sabemos de uma coisa: a maioria dos homens é insegura com o sexo. Pois bebem um pouco de álcool antes do motel para liberar a ansiedade. Têm receio, muitos deles, de elevar o pênis, desafiando a natureza da lei da gravidade. Ainda no plano psicológico, há os que nem reza dá jeito. Nem guaraná em pó, nem amendoim, raspa de chifre de bode ou catuaba. Só uma mulher carinhosa, jeitosa e com muito amor. E como está difícil.

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