domingo, 29 de novembro de 2015

 Carlos Drummond de Andrade
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Tiremos o peso da semana com a poesia incorruptível de Carlos Drummond de Andrade. O poeta mineiro produziu poemas eróticos no livro O Amor Natural, editado pela Record, em 1992, com ilustrações de Milton Dacosta.
Aí vai trecho de A Bunda, Que Engraçada:
“A bunda, que engraçada,
Está sempre sorrindo, nunca é trágica.
Não lhe importa o que vai
Pela frente do corpo. A bunda basta-se.
Existe algo mais ? Talvez os seios.
Ora, murmura a bunda, esses garotos
Ainda lhes falta muito o que estudar.
A bunda são duas luas gêmeas
Em rotundo meneio. Anda por si
Na cadência mimosa, no milagre
De ser duas em uma, plenamente”.

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