sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

SOBRE A CRIANÇA QUE VIVE DENTRO DE CADA UM...POR BERNARDO CELESTINO PIMENTEL.


È impressionante como a gente carrega dentro da gente,a criança que a gente foi...Ontem no EXTRA,ví milhões de brinquedos expostos, para presentes no dia da criança.Ví brinquedos que eu desejava e nunca os tive:um trem elétrico correndo na linha,carros de metal, grandes, bem acabados, parecidos com carro de gente grande...antigamente, no interior, um brinquedo deste era um sonho,difícil de um adulto trazer e compreender...AS vezes inconscientemente,eu vejo a hora comprar um brinquedo deste,como a querer preencher uma falta oculta,dentro do homem menino.
Como uma criança deseja na vida ter um bicho de pelúcia?como eu desejei ter um urso?como as crianças são maltratadas nas lojas, as vezes pelos pais,pois não se conformam em satisfazer os seus desejos...vejo muitas crianças chorando, nas lojas, sendo arrastadas,sentindo a dor do não...as vezes, por desejos tão simples,que esbarram na incompreensão dos adultos...As vezes paro no tempo e procuro a alegria das manhãs da minha infância...a caminhada até o curral de Miguel Peitica, para tomar leite crú,levando na mão, o copo com açucar e TODDY...onde estão os gatos da calçada de Dona Maria Lúcia,em cujas frestas do cimento, eu sempre deixava um resto de leite,para vê-los lambendo...e os pés no capim molhado...ainda existe orvalho nas folhas? ví isto quando era criança... e as lavandeira nos jardins,os pássaro que mamãe dizia que eram sagrados, pois tinham ajudados Nossa Senhora a lavar as fraldas do menino Jesus!!!Meu Deus que saudade,do menino que fui e sou.Corre mamãe, que mataram os pássaros e querem matar jesus...no tirol, em Natal.
Eu era mais feliz, quando acreditava que um raio de sol suspendia a lua, e tinha um palhaço no meio da rua.

Capela

Paulo Sérgio

Quanta saudade sinto da nossa casinha
Bem pertinho da pracinha da matriz lá do lugar
Ainda criança eu vibrava de alegria
Ouvindo a melodia dos sinos a tocar

Quanta saudade das fogueiras de São João
Dos arvoredos enfeitados de balão
Daquela gente gente com pés no chão
feliz rezando
A bandinha ia tocando no final da procissão

E aos domingos levantava bem cedinho
Vestia meu terninho e corria pra capela
Rezava apenas uma Ave Maria
Porque o que eu queria era ficar pertinho dela

Quantas saudade das gangorras de cipó
Quando escondia os chinelos da vovó
Da escolinha, nove oito, dezesseis
Ai meu Deus que bom seria
Ser criança outra vez





Maninha


Chico Buarque
Composição: Chico Buarque


Se lembra da fogueira
Se lembra dos balões
Se lembra dos luares dos sertões
A roupa no varal, feriado nacional
E as estrelas salpicadas nas canções
Se lembra quando toda modinha falava de amor
pois nunca mais cantei, oh maninha
Depois que ele chegou
Se lembra da jaqueira
A fruta no capim
Dos sonhos que você contou pra mim
Os passos no porão, lembra da assombração
E das almas com perfume de jasmim
Se lembra do jardim, oh maninha
Coberto de flor
Pois hoje só dá erva daninha
No chão que ele pisou
Se lembra do futuro
Que a gente combinou
Eu era tão criança e ainda sou
Querendo acreditar que o dia vai raiar
Só porque uma cantiga anunciou
Mas não me deixe assim, tão sozinha
A me torturar
Que um dia ele vai embora, maninha
Prá nunca mais voltar




Meus tempos de criança

Francisco Petrônio
Composição: Ataulfo Alves

Eu daria tudo que tivesse
Pra voltar aos tempos de criança
Eu não sei porque a gente cresce
E não sai da mente esta lembrança

Aos domingos missa na matriz
Na cidadezinha onde eu nasci
Ai, meu Deus, eu era tão feliz
No meu pequenino Miraí

Que saudade da professorinha
Que me ensinou o beabá
Onde andará Mariazinha
Meu primeiro amor, onde andará

Eu igual a toda meninada
Quanta travessura que eu fazia
Jogo de botão sobre a calçada
Eu era feliz e não sabia

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