A saudade, combustível da poesia em língua portuguesa desde os tempos de Luís de Camões, foi expresso em um poema de Antônio Gonçalves da Silva (1909 – 2002), mais conhecido por Patativa do Assaré, da seguinte forma:
“Saudade dentro do peito
É qual fogo no monturo
Por fora tudo perfeito,
Por dentro fazendo furo.
É qual fogo no monturo
Por fora tudo perfeito,
Por dentro fazendo furo.
Há dor que mata a pessoa
Sem dó e sem piedade,
Porém não há dor que doa
Como a dor de uma saudade.
Sem dó e sem piedade,
Porém não há dor que doa
Como a dor de uma saudade.
Saudade é um aperreio
Pra quem na vida gozou,
É um grande saco cheio
Daquilo que já passou.
Pra quem na vida gozou,
É um grande saco cheio
Daquilo que já passou.
Saudade é canto magoado
No coração de quem sente
É como a voz do passado
Ecoando no presente.
No coração de quem sente
É como a voz do passado
Ecoando no presente.
A saudade é jardineira
Que planta em peito qualquer
Quando ela planta cegueira
No coração da mulher,
Fica tal qual a frieira Quanto mais coça mais quer.”
Que planta em peito qualquer
Quando ela planta cegueira
No coração da mulher,
Fica tal qual a frieira Quanto mais coça mais quer.”
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