O dia das despedidas. Amanhã a vida é repetida e
como no poema de Deolindo Tavares o céu será sempre o mesmo. Aqui nos Apalaches os pássaros passam alto como no poema de Aragon musicado por Aragon. Aquieto-me para refletir e deixo-lhes uma mensagem final.
ODE DA DESPEDIDA
Ciro José Tavares.
“A beleza é verdade, a verdade é beleza....
Apenas isto é tudo o que sabes
E precisas saber na terra.“
John Keats - ODE A UMA URNA GREGA
Nada de novo a partir de amanhã.
Num gesto repetido rasgo impiedoso
Calendários do passado e alguns papeis.
Mergulho para sem receios reduzir-me
às minhas fronteiras espirituais.
O poema de Keats que leio à meia noite
tem mais de cem anos guardando a beleza.
Beleza jamais transitória, presente
Num verso, nas cores, nos sons das cantatas.
Sim, nada de novo a partir de amanhã.
Estou pronto para ver a esperança
viajando chegar aos braços da aurora.
Ajoelho-me para ser abençoado,
fortaleço minha crença, renovando a fé.
Circularei meus santos com velas votivas
e rezarei pelos meus mortos queridos,
que ausentes não envelhecem na minha saudade.
Nada de novo a partir de amanhã.
O sol retomará o eterno caminho
e a lua fará seus passeios nas chalupas de prata.
As crianças estarão nos parques,
os namorados repletos de amor.
Idosos recontarão as historias,
e solitários amargam o abandono do outono.
Nada de novo a partir de amanhã.
Há sonhos misturados à incerteza,
enigmas num enorme labirinto.
E o mistério? Impossível desvendá-lo,
impossível profanar suas cortinas.
ODE DA DESPEDIDA
Ciro José Tavares.
“A beleza é verdade, a verdade é beleza....
Apenas isto é tudo o que sabes
E precisas saber na terra.“
John Keats - ODE A UMA URNA GREGA
Nada de novo a partir de amanhã.
Num gesto repetido rasgo impiedoso
Calendários do passado e alguns papeis.
Mergulho para sem receios reduzir-me
às minhas fronteiras espirituais.
O poema de Keats que leio à meia noite
tem mais de cem anos guardando a beleza.
Beleza jamais transitória, presente
Num verso, nas cores, nos sons das cantatas.
Sim, nada de novo a partir de amanhã.
Estou pronto para ver a esperança
viajando chegar aos braços da aurora.
Ajoelho-me para ser abençoado,
fortaleço minha crença, renovando a fé.
Circularei meus santos com velas votivas
e rezarei pelos meus mortos queridos,
que ausentes não envelhecem na minha saudade.
Nada de novo a partir de amanhã.
O sol retomará o eterno caminho
e a lua fará seus passeios nas chalupas de prata.
As crianças estarão nos parques,
os namorados repletos de amor.
Idosos recontarão as historias,
e solitários amargam o abandono do outono.
Nada de novo a partir de amanhã.
Há sonhos misturados à incerteza,
enigmas num enorme labirinto.
E o mistério? Impossível desvendá-lo,
impossível profanar suas cortinas.
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