terça-feira, 7 de janeiro de 2014

A VELHICE EM PROSA E VERSOS...




ALCIDES MEU CAMARADA 
ATENDENDO SEU PEDIDO
MUITO OBRIGADO, DE NADA
TAÍ SEU VERSO QUERIDO.

A tinta que o tempo bota
Sobre a cabeça da gente
É d’uma que não desbota,
Permanece eternamente.
Tem gente que compra tinta,
Mete na cabeça e pinta,
Só pra nos causar enganos…
Mas é besteira do povo.
Depois sai cabelo novo
Co’a tinta branca dos anos.

Mote de Sebastião Siqueira (Beijo)
Dedé Monteiro
(NA ÍNTEGRA)
Nunca pensei na velhice,
Mas a danada chegou…
E o seu fantasma me disse
Que o tempo bom acabou.
E o mesmo tempo, sisudo,
Me quis despojar de tudo,
Desmoronando os meus planos.
E, pra maior pesadelo,
Jesus pintou meu cabelo
Co’a tinta branca dos anos.
O tempo passa veloz,
Deixando tudo em desgraça.
Nós nem pensamos em nós
Tão veloz o tempo passa.
Eu mesmo, em mim, só pensei
Depois que velho fiquei,
Depois de mil desenganos…
Já não represento nada,
Tendo a cabeça pintada
Co’a tinta branca dos anos.
Tudo na vida se acaba…
A mocidade, também.
A juventude se acaba
Quando a caduquice vem.
Sinto que a morte me afronta
E que a consciência conta
O meu tempo entre os humanos.
Vejo os meus dias contados
Nos meus cabelos pintados
Co’a tinta branca dos anos.
A tinta que o tempo bota
Sobre a cabeça da gente
É d’uma que não desbota,
Permanece eternamente.
Tem gente que compra tinta,
Mete na cabeça e pinta,
Só pra nos causar enganos…
Mas é besteira do povo.
Depois sai cabelo novo
Co’a tinta branca dos anos.

Tabira/1970

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