OS CAÇADORES E OS ADESISTAS... por Walter jorge.
No Brasil existem 27 partidos políticos devidamente regularizados. O 28º, o PSD, está na dependência de algumas assinaturas para conseguir registro no TSE.
Como aqui tudo tem caráter provisório, os partidos políticos, as coligações e demais arrumadinhos feitos para dar abrigo aos políticos oportunistas, suportam apenas uma campanha ou eleição. Na disputa seguinte, as figurinhas e os figurões trocam de posição e de lado, sem a menor cerimônia. Tais atitudes expõem um total desrespeito aos eleitores, à ética e aos discursos pronunciados durante as campanhas.
A bola da vez, o PSD está nos últimos dias de gestação e tem como seu líder maior, o prefeito da capital paulista, o Sr. Gilberto Kassab, que há pouco tempo era um ilustre desconhecido. Mas, para desgosto dos cidadãos, algumas dezenas de legendas estão na fila tentando regularização para poderem cair na farra eleitoral.
Só tem uma coisa: classificar esse tal de PSD como um partido novo, provoca risos no mais sisudo dos cidadãos.
Primeiro, porque estão ressuscitando uma velha sigla que nasceu em 1945, foi extinta em 1965, voltou com suas feições renovadas em 1987, para sucumbir novamente em 2003, ao ser incorporado pelo PTB.
Segundo, se analisarmos cuidadosamente os nomes envolvidos na sua fundação, concluiremos que esse é o tipo de instituição que já nasce desgastada e sem credibilidade junto à população.
Outro detalhe: esse partido está se formando mediante alianças que agrupam políticos de várias tendências, todos famintos por cargos e que não medem as consequências para consolidar esse ajuntamento, motivado apenas por interesses e sem o mínimo de idealismo.
Se, de um lado, temos os caçadores de adesões, do outro, encontramos os adesistas, sempre de olho nas vantagens oferecidas por prefeitos, governadores, deputados e senadores, na mais clara demonstração de oportunismo e incoerência ideológica.
O cidadão não precisa ser doutor em política para entender que toda essa crise que está deixando a presidente Dilma desnorteada tem origem nas alianças celebradas pelo seu partido com forças totalmente antagônicas e interesseiras que só enxergam os cargos e as vantagens obtidas pelo fato de estarem no poder.
Que isto sirva de exemplo nas futuras eleições. É claro que ninguém é doido para recusar voto, mas deveria haver mais critério na “costura” das candidaturas.
Considerando que tanto na política, como no amor, a nova conquista é sempre mais paparicada, a ciumeira é inevitável nas hostes governamentais. Quem sempre esteve nos palanques governistas, sente-se desprestigiado com a chegada dos novatos.
E assim, como produto de artimanhas puramente eleitoreiras e de olho nas próximas eleições, surge mais um partido, cuja finalidade é servir de atalho para encurtar os caminhos de políticos infiéis e adesistas em direção aos palanques governistas, na busca pela proteção e pelos cargos oferecidos, ampliando cada vez mais o tamanho da máquina governamental.
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