sexta-feira, 15 de julho de 2016

SONETO ANTIGO
(Anderson Braga Horta)
Tanto, tanto de amor me eu tenho dado,
hei-me em tantas fogueiras consumido,
que fora de esperar no peito ardido
nada me houvera de ilusão sobrado.
Porém quanto mais sonhos hei nutrido
deste manancial inesgotado,
mais o tenho, no peito, avolumado:
que mais forte é amor, se dividido.
E se o destino tenho marinheiro,
volúvel me não chamem, ou perjuro:
que do amor sou apenas passageiro,
em porto inda o mais doce, não aturo,
e no mesmo travor do derradeiro
já prelibando estou o amor futuro.

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