domingo, 15 de maio de 2016

POETA PERNAMBUCANO...

 Carlos Pena Filho
carlos.pena_.filhO_
Para fechar semana sem encanto e sem rima, o canto pernambucano e azul de Carlos Pena Filho, intitulado Um Velho Soneto.
“No pobre e roto azul da tarde antiga
Andavas sobre a relva, à beira d´água.
Eras quase uma inglesa, a tua mágoa
Era serena e só e doce e amiga.
Não sabias do mundo ou do perigo,
Se apascentavas desencantos, era
Porque, afinal, é desencanto a espera
Entre o verde parado e o azul antigo.
Depois, a noite, a branca toalha, a mesa,
Os óculos do pai, a voz do amigo, 
A conversa monótona e burguesa.
Enfim, a lua vã, despedaçada
Que entrava pelas frinchas do postigo
No pacífico ardor da madrugada”.

Nenhum comentário:

Postar um comentário