quarta-feira, 30 de março de 2016

NO DIA QUE EU AVALIEI O MEU CAMINHO PERCORRIDO...POR BERNARDO CELESTINO PIMENTEL

Foi um show, a festa do pré do marista 1981…os trinta anos….
Festa organizada, farta, alegre, uma verdadeira confraternização….
Me encontrei com os meus queridos ex-alunos e hoje, meus professores de talento e vida.
A primeira emoção foi abraçar o irmão Kerginaldo,o diretor do marista á época,sempre amigo, e uma das melhores pessoas qua eu conhecí na vida,um engenheiro eletrônico, que hoje reside no marista do maranhào…um homem que um dia eu pedí:irmão eu quero que o senhor me bote pra fora,para eu receber o fundo de garantia e concluir a minha residencia em cirurgia geral ….ele lamentou eu deixar de ser professor,mas entendeu que eu queria ser cirurgião, e fez…homem que eu jamais esquecerei na vida…por muitos motivos do bem.
Fui abraçado e beijado por muita gente, pelos adolescentes que eu botava pra fora de classe quando estavam conversando na aula…fui convidado para falar, e assumí a postura de professor, dizendo:continuo perseguindo o silencio…ontem compreendí o que Gibran queria dizer,, no prefácio do seu livro, o profeta:vim para dizer uma palavra, e devo dizer agora,por que senão ela será dita pelo amanhã, posto que o amanhã não deixa segredos no livro da eternidade….
Ví no gesto e na face de cada aluno, a confirmação de que, cada um guardava um pedaço de mim…que eu tinha sido importante na vida deles…e isso que falo , foi sintetizado por um twitter que recebí do desembargador federal Dr. Marcelo Navarro Ribeiro Dantas,dizendo que eu tinha sido um dos melhores professores da sua vida…e afirmando a minha importância na sua existência….literalmente uma previsão gibraniana…como é importante semear trabalho, justiça, e a causa do bem…ontem,literalmente,tomei banho de chuva forte,sentí a força do vento, e bebí a tempestade…e, identifiquei, no peito de cada ex-aluno,a flor,que um dia a minha juventude lhe dera…

terça-feira, 29 de março de 2016

CRUZ E SOUZA...

ENCARNAÇÃO – Cruz e Souza

Carnais, sejam carnais tantos desejos,
carnais, sejam carnais tantos anseios,
palpitações e frêmitos e enleios,
das harpas da emoção tantos arpejos…
Sonhos, que vão, por trêmulos adejos,
à noite, ao luar, intumescer os seios
láteos, de finos e azulados veios
de virgindade, de pudor, de pejos…
Sejam carnais todos os sonhos brumos
de estranhos, vagos, estrelados rumos
onde as Visões do amor dormem geladas…
Sonhos, palpitações, desejos e ânsias
formem, com claridades e fragrâncias,
a encarnação das lívidas Amadas!

RELEMBRANDO FLAUBERT...




Gustave Flaubert escreveu, numa carta para um amigo: “Quando os deuses tinham deixado de existir, e o Cristo ainda não viera, houve um momento único na História, entre Cícero e Marco Aurélio, em que o homem ficou sozinho”.
As divindades pagãs nunca deixaram de existir, mesmo com o triunfo do cristianismo, e a Roma evocada por Flaubert era apenas Roma, não era o mundo. Mas, no breve momento de solidão flagrado pelo escritor, o homem ocidental se viu livre da metafísica — e não gostou, claro.
Quem quer ficar sozinho num mundo que não domina e mal compreende, sem o apoio e o consolo de uma teologia, qualquer teologia? O monoteísmo paternal substituiu as divindades convivais da antiguidade, em pouco tempo Constantino adotaria o cristianismo como a religião do império e o homem perdeu o seu momento único, a oportunidade de se emancipar dos deuses.
A ciência, pelo menos até Einstein, nunca pretendeu desafiar a metafísica dominante, mesmo quando desmentia seus dogmas. Copérnico cumpria seus deveres de cônego da Catedral de Frauenburg enquanto bolava a heresia que destruiria mil anos de ensinamento da Igreja, e seu tratado revolucionário sobre o universo heliocêntrico foi dedicado, sem nenhuma ironia que se saiba, ao Papa Paulo III.

AS CANTIGAS DOS PALHAÇOS...

O cachorro quando late
No buraco do tatu
Bota escuma pela boca
E chocolate pelos zói
Um velho mais uma velha
Foram tomar bãe na bica
A velha escorregou
E o velho passou-lhe a toalha
Menina namoradeira
Gosta de beijo e abraço
Depois fica aí chorando
Porque perdeu o caderno
Mulher bonita e faceira
É pior do que boi brabo
Se o boi tem força no chifre
Ela tem força no olhar
Faca de ponta
Espingarda, baioneta
Nunca vi coisa tão dura
Como couro de butina
Minha mãe, quando eu morrê
Me enterre lá no quintá
Debaixo da goiabeira
Aonde as moças vão me vê

domingo, 27 de março de 2016

DE QUANDO EU TOMAVA PONCHE...POR BERNARDO CELESTINO PIMENTEL.


Me criei tomando ponche…vim saber o que era suco, depois de grande…além d o ponche, ainda na minha infância, o sucesso era o  QSuco…ou como vibramos com a chegada do Q QSUCO de Uva, de morango, de groselha…Quando adoecíamos, dispunhamos de guaraná champagne Antartica, com arroz branco e ovo frito…biscoito Maria…lambedor de angico com cumarú… No peito, uma massagem com vick vaporub, ou transpulmim…oh que alívio…pra quem tinha bronquite asmática…
O Ponche, era ,geralmente de maracujá…transparente, translúcido…diariamente,ia uma poncheira para o nosso comércio, as 15h, religiosamente,para matar a sede do nosso pai…
Nesta época, em Nova Cruz, cortava o cabelo com João Bil…que barbeiro simpático…era gordo, sorridente,tinha um cheiro de velho limpo, e exibia no riso, um dente canino inferior, de ouro…provavelmente colocado por Dr. Gilberto Tinôco…que era o dentista da cidade…o individuo envelhecia, morria, a terra comia, mais o dente de ouro permanecia intacto…Não existia fotopolimerização,nem resinas, mas as coisas dos dentes duravam, a vida toda…Paulo Bezerra morreu esmurrando a dentadura, para mostrar como Dr.Gilberto trabalhava bem…Que obturações bem feitas…definitivas…
Ria muito com as conversas da barbearia de João Bill…que parava de cortar o meu cabelo, para mandar uma coisa para Eulália, sua esposa…ele vivia para ela…mandava um coentro, umas tomates,carnes frescas, mas sempre mandava alguém entregar uma coisa para Eulália, na rua treze de maio…era um homem que se referia a mulher, estampando no rosto, o amor e a admiração….Coisa rara…Eulália era a princesa de João Bill…
Naquela época, se vinha pra Natal por Tangará…era uma viagem de mais de seis horas…se o motorista do ónibus fosse João França,aumentava bem duas horas de viagem…dirigia devagar….certa vez, custou tanto a chegar na rodoviária da ribeira, que quando estacionou,um gaiato perguntou se ele tinha vindo de ré…o motorista ficou irado…puto…quiz se agarrar com o moleque.
Certa vez, João Bill veio para Natal, após a feira,de ónibus, e em pé, segurando no guarda malas…o ónibus entupido de gente, um calor infernal….ao parar em Tangará, o velho barbeiro se dirigiu ao dono do bar,e pediu um refresco…estava morrendo de sede e calor…trouxeram-lhe um litro de ponche….ele compulsivamente tomou dois copos,tomou outro, e bebeu o litro todo, a sede era grande,sob a observação do barman, o dono…pediu novamente mais refresco,veio o segundo litro, que também foi tomando…nisso,o motorista do ónibus apita,lembrando o prosseguimento da viagem…o dono do bar esperava secar o segundo litro,após a confirmação de que o refresco era gostoso… com um certo prazer, pela aceitação demonstrada pelo freguês…João Bill pagou, e correu para o ónibus, de motor já ligado,mas, voltou correndo, e perguntou ao dono do bar: De que era este refresco que eu tomei? Pois se eu adoecer, eu pelo menos sei o que me ofendeu…

MASTRUÇO E CATUABA...DAS PÉROLAS DO PSIQUIATRA E COMPOSITOR ALDIR BLANC.



Veio a comadre bater no portão lá 
MASTRUÇO E CATUABA
DE ALDIR BLANC E CLÁUDIO CARTIER...


VEIO A COMADRE BATER NO PORTÃO LÁ 
de casa
Pra contar que o meu compadre, nem começou já acaba
Esse cara precisa de um chá
De mastruço e catuaba
Disse que faz uns seis meses que o fuque fuque anda ruço
Esse cara precisa de um chá
De catuaba e mastruço

O miguel chegou da espanha
Pra abrir um restaurante, boate e boteco
Era louco por vedete
Mas na hora "h" não armava o boneco
Suava perdia os sentidos
Y voltaba a si sin saber donde estaba
Taí mais um caso pra chá
De mastruço e catuaba

Um moço tão delicado
Que longe de mim comenta que era paca
Voltou da lua-de-mel
Babando a gravata, esticado na maca
Disse que se constrangera
Que a noiva era mais cabeludo que urso
Esse nem com muito chá
De catuaba e mastruço

Entrevistaram o cacique
Famoso guerreiro tatutacuntara
Índio que além de peitudo
Também possuía vergonha na cara
Tem bem mais de trinta filhos
É o tacape maior que se viu lá na taba
Graças a tupã e ao chá
De mastruço e catuaba 


ATÉ TÚ, BRUTUS?



"Até tu, Brutus?"
"ATÉ TU, BRUTUS?"
(Violante Pimentel)
Caio Júlio César (100 a.C.-44 a.C.), um dos maiores chefes militares de toda a História Romana, nasceu em família aristocrática e conquistou suas ambições políticas em brilhantes campanhas militares, contra os povos que habitavam as Gálias (atuais França e Bélgica). De 200 a.C. até o 476 d.C., Roma atravessou quase sete séculos de contínua expansão territorial, formando um império ainda mais vasto do que o de Alexandre, o Grande (356 a.C.-323 a.C.). Após haver conquistado Roma e a península itálica, Júlio César invadiu o Egito, intervindo na disputa dinástica a favor de Cleópatra, com quem teve uma relação amorosa. Em 47 a.C., chegou à Ásia, onde obteve rápida vitória sobre o rei da província bizantina de Ponto.
De volta a Roma, tornou-se cônsul vitalício e, em fevereiro de 44 a.C., assumiu o título de "ditador perpétuo". Por medo ou bajulação, o Senado passou a cobri-lo de honrarias. Com excesso de poder acumulado em suas mãos, acabou criando inimizades, e desprezava toda e qualquer crítica ou advertência. A República não lhe interessava, por estar convencido de que, com instituições democráticas, era impossível governar um império mundial. Sob seu reinado, a República foi sistematicamente transformada num sistema ditatorial.
Júlio César governava sentado em trono de ouro. Os Senadores eram obrigados a aprovar projetos de lei que não haviam lido. Ele aumentou em mais de 300 o número de membros do Senado, nomeando amigos para os novos postos. Em termos militares, tinha ainda grandes planos. Queria conquistar o reino dos Partos (região entre o mar de Aral e o mar Cáspio), para formar uma nova monarquia mundial.
General romano, tribuno e historiador, Júlio César esteve no Egito, passou à África e dominou a Hispânia. Aumentou as fronteiras do mais organizado império, o romano. A sua coragem o transformou em uma lenda. Amado e odiado, conseguia movimentar-se na rede de influências de Roma. De chefe militar, transformou-se em ditador, chegando a ser um brilhante Senador. Entre seus inúmeros adversários, estava Catilina. César criou um triunvirato com Pompeu e Crasso, distribuindo-se entre eles os poderes do Estado. Foram feitas alianças matrimoniais. Pompeu casou em quartas núpcias com Júlia, filha de César e ele casou pela terceira vez com Calpúrnia, filha de um político influente. No ano de 54, o triunvirato terminou. A sua exagerada ambição o levou a ser quase um monarca e a se considerar divino. Apesar de não ter sido imperador, Júlio César foi a figura mais importante da História Romana, tendo sido o mentor de importantes políticos e militares de diversos países. Entretanto, foi traído, miseravelmente, pelos seus pares, tendo sido, covardemente, assassinado, em pleno Senado, por 60 conjurados. Entre eles, estava Brutus, seu sobrinho e filho adotivo. Já sem forças e decepcionado, César pronunciou em Latim: "Tu quoque, Brute, fili mi? (Até tu, Brutus, meu filho? - Então, morra César!!!")
Veni vidi vici – vim, vi e venci – também é uma das frases célebres de Júlio César. E, de fato, ele venceu em todas as frentes de batalha. Ao ser destituído do cargo de governador das Gálias, o Senado Romano esperava que Júlio César depusesse as armas e voltasse como homem comum para Roma.
Mas César sabia que, se isso acontecesse, seria levado ao tribunal. Por isso, decidiu invadir a província da Itália e, ao atravessar o Rubicão (riacho que delimitava a fronteira da parte central do território romano), teria pronunciado a também famosa frase “Alea jacta est” ("A sorte está lançada"). Após alguns anos de guerra civil, ele detinha o poder absoluto em Roma.
No dia 15 de março de 44 a.C., Júlio César foi assassinado, com 23 facadas, nas escadarias do Senado, por um grupo de 60 Senadores. Júlio César ainda se defendeu, cobrindo-se com uma toga, até ver Brutus, seu sobrinho e filho adotivo, entre os seus algozes. Foi então, que proferiu a famosa frase: "Até tu, Brutus"? "Então, morra César!!!"
Caio Júlio César foi morto por haver desprezado a opinião dos seus adversários. Supõe-se que seus assassinos não tivessem apenas motivos políticos para destruí-lo, tendo agido, também, por inveja e orgulho ferido.
Matar um tirano, na época, não era considerado crime. Não há, porém, consenso entre os historiadores de que Júlio César tivesse sido um tirano.
César viveu no auge do período das conquistas romanas. De 200 a.C. até o 476 d.C., Roma atravessou quase sete séculos de contínua expansão territorial, formando um império ainda mais vasto do que o de Alexandre, o Grande (356 a.C.-323 a.C.). Após haver conquistado Roma e a península itálica, Júlio César invadiu o Egito, intervindo na disputa dinástica a favor de Cleópatra. Em 47 a.C., chegou à Ásia, onde obteve rápida vitória sobre o rei da província bizantina de Ponto.
Porém, poucos dias antes de iniciar a nova campanha militar, sucumbiu a um ataque dos conspiradores. No dia 15 de março de 44 a.C., foi assassinado com 23 facadas, nas escadarias do Senado, por um grupo de 60 Senadores, liderados por Marcus Julius Brutus, seu filho adotivo, e Caio Cássio. Júlio César ainda se defendeu, cobrindo-se com uma toga, até ver Brutus, quando então teria dito sua última frase: "Até tu, Brutus?!!! Então, morra César!!!"".
Trata-se do mais conhecido atentado político da Antiguidade, descrito por Caio Suetônio Tranquilo (70 d.C.-140 d.C.), na biografia De vita Caesarum (Da vida dos Césares). "César" foi o título dos imperadores romanos de Augusto (63 a.C.-14 d.C.) a Adriano (76 d.C.-138 d.C.).

sexta-feira, 25 de março de 2016

O DIA MAIS IMPORTANTE DO MUNDO...POR BERNARDO CELESTINO PIMENTEL.



               HOJE É O DIA MAIS IMPORTANTE DA HISTÓRIA DA HUMANIDADE...
               o  dia DO SUPLÍCIO E MORTE DE Nosso Senhor Jesus  Cristo: o maior presente  para a humanidade doado por Deus...
               Um dia para a reflexão...para libertar o homem da sua miséria humana...das suas dúvidas...das suas apreensões...das suas frustrações...dos seus recalques....do seu vexame...da sua aflição...DO SEU CANCER...
               A Vida  e  a Morte de JESUS é o manual da vida...é um código da conduta do homem, insubstituível...é  a esperança, que só pode ser fundamentada pela fé...
               Agradeço aos meus pais pelos ensinamentos, desde o meu berço, destes valores cristãos...
               Agradeço ao  Colégio Nossa senhora do Carmo de Nova Cruz,na pessoa de irmã Luiza, minha grande mestra, que na sua humildade, contribuiu para esta fé tamanha que me contaminou e me salva...
               Infeliz de quem depositou a sua fé no banco, na poupança, no  poder...na posição social...a HISTÓRIA DO FILHO DE DEUS ratifica  os meus aforismas...
               Agradeço á DEUS por ter conseguido passar para os meus três filhos:Brena, Breno e Bruno, estes mesmos valores, insubstituíveis na vida...
               Não tenho dúvidas: DEUS É O CAMINHO, A VERDADE E A VIDA...O RESTANTE SÃO APARÊNCIAS TRANSITÓRIAS, QUE O TEMPO VAI APAGAR...

               Clama-me na hora da tua angústia e eu vos aliviarei...

quarta-feira, 23 de março de 2016

TODA VEZ QUE UM JUSTO GRITA , UM CARRASCO O VEM CALAR...POR BERNARDO CELESTINO PIMENTEL

               Reina a insegurança  jurídica...se ganha no tapetão...no processual...na forma...
               O que menos tem força é o conteúdo das ações...dos atos...triste Brasil!
               Nada é mais atual do que os versos de Cecília Meireles, NOS INCONFIDENTES:
               Toda vez que um justo grita, um carrasco o vem calar...quem não presta fica vivo, quem é bom  mandam matar...





Tema de "Os Inconfidentes"
Chico Buarque
  

Toda vez que um justo grita
Um carrasco o vem calar
Quem não presta fica vivo
Quem é bom, mandam matar
Quem não presta fica vivo
Quem é bom, mandam matar

Foi trabalhar para todos
E vede o que lhe acontece
Daqueles a quem servia
Já nenhum mais o conhece
Quando a desgraça é profunda
Que amigo se compadece?

Foi trabalhar para todos
Mas, por ele, quem trabalha?
Tombado fica seu corpo
Nessa esquisita batalha
Suas ações e seu nome
Por onde a glória os espalha?

Por aqui passava um homem 
(E como o povo se ria!)
Que reformava este mundo
De cima da montaria
Por aqui passava um homem
(E como o povo se ria!)
Ele na frente falava
E atrás a sorte corria

Por aqui passava um homem
(E como o povo se ria!)
Liberdade ainda que tarde
Nos prometia
Por aqui passava um homem
(E como o povo se ria!)
No entanto à sua passagem
Tudo era como alegria

Por aqui passava um homem
(E como o povo se ria!)
Liberdade ainda que tarde
Nos prometia

Toda vez que um justo grita
Um carrasco o vem calar
Quem não presta fica vivo
Quem é bom, mandam matar
Quem não presta fica vivo

Quem é bom, mandam matar

terça-feira, 22 de março de 2016

MOACYR LUZ E WILSON DAS NEVES: SAMBA DO BOM...

OS INTERESSES PERDIDOS...CARLOS PENA FILHO.




Os Interesses Perdidos.
“Sem ter chegado a parte alguma, espia
Os interesses que perdeu na viagem.
E sem ter mais nenhum, tarde confia:
É mais leve o viajante sem bagagem.
Deserto, sem caminho e sem linguagem,
Sem a lembrança até que outrora havia,
Nem sabe se existiu, quando existia,
Ou se era a parte morta da paisagem.
Muito tem de perder, mas não tem nada,
Por isso é tempo de ir adquirindo,
Pra não entregar a alma endividada.”

MANUEL BANDEIRA...

Vou-me Embora pra Pasárgada – Manuel Bandeira
Vou-me embora pra Pasárgada
Lá sou amigo do rei
Lá tenho a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada
Vou-me embora pra Pasárgada
Aqui eu não sou feliz
Lá a existência é uma aventura
De tal modo inconsequente
Que Joana a Louca de Espanha
Rainha e falsa demente
Vem a ser contraparente
Da nora que nunca tive
E como farei ginástica
Andarei de bicicleta
Montarei em burro brabo
Subirei no pau-de-sebo
Tomarei banhos de mar!
E quando estiver cansado
Deito na beira do rio
Mando chamar a mãe-d’água
Pra me contar as histórias
Que no tempo de eu menino
Rosa vinha me contar
Vou-me embora pra Pasárgada
Em Pasárgada tem tudo
É outra civilização
Tem um processo seguro
De impedir a concepção
Tem telefone automático
Tem alcalóide à vontade
Tem prostitutas bonitas
Para a gente namorar
E quando eu estiver mais triste
Mas triste de não ter jeito
Quando de noite me der
Vontade de me matar
– Lá sou amigo do rei –
Terei a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada.

A VOZ DO POVO...


PROVÉRBIOS RELACIONADOS À CULINÁRIA

POR ARISTEU BEZERRA
“Não assines sem ler, nem bebas sem ver.”
“Do prato à boca muitas vezes se perde a sopa.”
“Pão pela cor, vinho pelo sabor.”
“Quem não é para comer também não é para trabalhar.”
“Quem arrota, bem almoça.”
“Quem nunca comeu melado, quando come se lambuza.”
“Não custa jejuar depois de bem jantar.”
“Vale mais um pão com Deus que dois com o diabo.”
“A galinha do vizinho é sempre mais gordinha.”
“Quando há fome, não há pão mal feito.”
“Deus dá nozes a quem não tem dentes.”
“Farinha pouca, meu pirão primeiro.”
“Cautela e caldo de galinha não fazem mal a ninguém.”
“Banana, de manhã é ouro, de tarde prata, de noite mata.”
“Vale mais um farto do que dois famintos.”
“Quem gosta do meu filho, a minha boca adoça.”
“Cada um puxa a brasa para a sua sardinha.”
“Se não queres engordar, come e bebe devagar.”
“Quem se deita sem ceia toda a noite esperneia.”
“O melhor bocado não é de quem faz, é de quem come.”

CARLOS PENA FILHO...


PARA FAZER UM SONETO – Carlos Pena Filho
Tome um pouco de azul, se a tarde é clara,
e espere pelo instante ocasional.
Nesse curto intervalo Deus prepara
e Ihe oferta a palavra inicial.
Aí, adote uma atitude avara:
se você preferir a cor local,
não use mais que o sol de sua cara
e um pedaço de fundo de quintal.
Se não, procure a cinza e essa vagueza
das lembranças da infância, e não se apresse,
antes, deixe levá-lo a correnteza.
Mas ao chegar ao ponto em que se tece
dentro da escuridão a vã certeza,
ponha tudo de lado e então comece.

sexta-feira, 18 de março de 2016

NO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO ONOFRE LOPES...

HUOL realiza cirurgia urológica assistida com técnica inovadora

Evento contou com a parceria da EndoMedical.
O Hospital Universitário Onofre Lopes da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (HUOL-UFRN) realizou, neste mês, uma cirurgia assistida com utilização da técnica Plasma Button, que permite a vaporização prostática com plasma, possibilitando o tratamento de tumores da próstata e da bexiga de forma mais rápida e segura.
O evento, que foi aberto à comunidade médica, ofereceu aos urologistas e residentes do HUOL contato com uma técnica inovadora e poucas vezes utilizada no Rio Grande do Norte. 
Na ocasião, o Dr. César Araújo Britto liderou a equipe cirúrgica que realizou o procedimento, enquanto o Dr. Bruno Marcelo Miranda o apresentou ao público que acompanhou tudo em tempo real, por meio de videoconferência.
“A técnica é minimamente invasiva e reduz sangramentos, risco de perfurações e tempo de recuperação e internação hospitalar do paciente”, explicou o Dr. Bruno, que é responsável pelo ambulatório de hiperplasia prostática do Onofre Lopes.
O médico esclareceu que a ação teve caráter instrutivo e não se trata de uma implantação. “É uma técnica realizada apenas oito vezes no Estado, sendo a primeira vez no HUOL. Foi uma iniciativa com caráter de capacitação, para contato com outras tecnologias, troca de experiências e discussão em equipe", destacou.
O evento foi realizado em parceria com a EndoMedical, empresa nacional de produtos e equipamentos em saúde.

A CARTA DE UM GRANDE ADVOGADO DO RN...

Minha mensagem de solidariedade, que foi enviada ao Min. Celso de Mello:
              Eminente Ministro Celso de Mello
Li, com costumeiro respeito e a permanente admiração, o sábio pronunciamento feito no Plenário no Plenário do Egrégio STF, em resposta as aleivosias e aos destemperos de um senhor que, por descuido popular, ocupou a Presidência do Brasil.
O Tribunal que tem a honra de ter V.Exa. como membro, jamais abrigará covardia, pois V.Exa. é o exemplo vivo de cultura jurídica e sobranceira posição na mais Alta Corte Judiciária brasileira.
Como Nordestino, relembro as palavras de Euclides da Cunha, quando afirmou que “O SERTANEJO É ANTES DE TUDO FORTE”, forte na coragem, forte no respeito às instituições, forte na benquerença, forte na solidariedade humana, forte na mágica sinfonia das decisões judiciais.
Os nordestinos não agem assim, são fiéis a sua origem e a sua luta no enfretamento da seca.
Receba, Senhor Ministro, a minha homenagem, que é a gratidão de todos nós, habitantes do semiárido brasileiro, terra que viu nascer cidadãos como Paulo Bonavides, Raquel de Queiróz, Ariano Suassuna, Dom Helder Câmara e tantos outros e outras que pontilham de glória a história brasileira.
Não será o desatino de alguém obscurecido pela politicagem que vai macular a honradez e a soberania do Supremo Tribunal Federal, que já abrigou nomes como Epitácio Pessoa, Oswaldo Trigueiro, meus conterrâneos e ex-Ministros dessa Corte, além de Amaro Cavalcanti, ilustre potiguar.
Receba meu amplexo e conte sempre com esse humilde Professor e Advogado sertanejo, que tem o privilégio de ter a amizade de V.Exa.
Saudações afetuosas.
Paulo Lopo Saraiva
Professor e Advogado

OUTRAS PÁS DE AREIA PARA O SEPULTAMENTO DO GOVERNO...



Em carta, Michel Temer oficializa a ruptura com Dilma. Confira a íntegra.

Não se trata mais de intriga de bastidor. A cosia ganhou caráter oficial, com direito a documento elaborado pelo Vice Presidente, agora tornado público.

Michel Temer e Dilma Rousseff estão oficialmente rompidos. É o que exprime a carta enviada pelo Vice-Presidente nesta noite – a correspondência tinha natureza privada, mas acabou “vazando”. Agora, portanto, é um documento oficial de ruptura, algo inédito na história do país. E o tom é de desabafo indignado.
Vários fatos são enumerados ao longo da mensagem e será difícil para Dilma negar qualquer um deles. Pois são mesmo fatos. Confiram a íntegra do documento.
Senhora Presidente,
“Verba volant, scripta manent”.
Por isso lhe escrevo. Muito a propósito do intenso noticiário destes últimos dias e de tudo que me chega aos ouvidos das conversas no Palácio. Esta é uma carta pessoal. É um desabafo que já deveria ter feito há muito tempo.
Desde logo lhe digo que não é preciso alardear publicamente a necessidade da minha lealdade. Tenho-a revelado ao longo destes cinco anos. Lealdade institucional pautada pelo art. 79 da Constituição Federal. Sei quais são as funções do Vice. À minha natural discrição conectei aquela derivada daquele dispositivo constitucional.
Entretanto, sempre tive ciência da absoluta desconfiança da senhora e do seu entorno em relação a mim e ao PMDB. Desconfiança incompatível com o que fizemos para manter o apoio pessoal e partidário ao seu governo. Basta ressaltar que na última convenção apenas 59,9% votaram pela aliança. E só o fizeram, ouso registrar, por que era eu o candidato à reeleição à Vice.
Tenho mantido a unidade do PMDB apoiando seu governo usando o prestígio político que tenho advindo da credibilidade e do respeito que granjeei no partido.
Isso tudo não gerou confiança em mim, Gera desconfiança e menosprezo do governo. Vamos aos fatos. Exemplifico alguns deles.
1. Passei os quatro primeiros anos de governo como vice decorativo. A Senhora sabe disso. Perdi todo protagonismo político que tivera no passado e que poderia ter sido usado pelo governo. Só era chamado para resolver as votações do PMDB e as crises políticas.
2. Jamais eu ou o PMDB fomos chamados para discutir formulações econômicas ou políticas do país; éramos meros acessórios, secundários, subsidiários.
3. A senhora, no segundo mandato, à última hora, não renovou o Ministério da Aviação Civil onde o Moreira Franco fez belíssimo trabalho elogiado durante a Copa do Mundo. Sabia que ele era uma indicação minha. Quis, portanto, desvalorizar-me. Cheguei a registrar este fato no dia seguinte, ao telefone.
4. No episódio Eliseu Padilha, mais recente, ele deixou o Ministério em razão de muitas “desfeitas”, culminando com o que o governo fez a ele, Ministro, retirando sem nenhum aviso prévio, nome com perfil técnico que ele, Ministro da área, indicara para a ANAC. Alardeou-se a) que fora retaliação a mim; b) que ele saiu porque faz parte de uma suposta “conspiração”.
5. Quando a senhora fez um apelo para que eu assumisse a coordenação política, no momento em que o governo estava muito desprestigiado, atendi e fizemos, eu e o Padilha, aprovar o ajuste fiscal. Tema difícil porque dizia respeito aos trabalhadores e aos empresários. Não titubeamos. Estava em jogo o país. Quando se aprovou o ajuste, nada mais do que fazíamos tinha sequencia no governo. Os acordos assumidos no Parlamento não foram cumpridos. Realizamos mais de 60 reuniões de lideres e bancadas ao longo do tempo solicitando apoio com a nossa credibilidade. Fomos obrigados a deixar aquela coordenação.
6. De qualquer forma, sou Presidente do PMDB e a senhora resolveu ignorar-me chamando o líder Picciani e seu pai para fazer um acordo sem nenhuma comunicação ao seu Vice e Presidente do Partido. Os dois ministros, sabe a senhora, foram nomeados por ele. E a senhora não teve a menor preocupação em eliminar do governo o Deputado Edinho Araújo, deputado de São Paulo e a mim ligado.
7. Democrata que sou, converso, sim, senhora Presidente, com a oposição. Sempre o fiz, pelos 24 anos que passei no Parlamento. Aliás, a primeira medida provisória do ajuste foi aprovada graças aos 8 (oito) votos do DEM, 6 (seis) do PSB e 3 do PV, recordando que foi aprovado por apenas 22 votos. Sou criticado por isso, numa visão equivocada do nosso sistema. E não foi sem razão que em duas oportunidades ressaltei que deveríamos reunificar o país. O Palácio resolveu difundir e criticar.
8. Recordo, ainda, que a senhora, na posse, manteve reunião de duas horas com o Vice Presidente Joe Biden – com quem construí boa amizade – sem convidar-me o que gerou em seus assessores a pergunta: o que é que houve que numa reunião com o Vice Presidente dos Estados Unidos, o do Brasil não se faz presente? Antes, no episódio da “espionagem” americana, quando as conversar começaram a ser retomadas, a senhora mandava o Ministro da Justiça, para conversar com o Vice Presidente dos Estados Unidos. Tudo isso tem significado absoluta falta de confiança;
9. Mais recentemente, conversa nossa (das duas maiores autoridades do país) foi divulgada e de maneira inverídica sem nenhuma conexão com o teor da conversa.
10. Até o programa “Uma Ponte para o Futuro”, aplaudido pela sociedade, cujas propostas poderiam ser utilizadas para recuperar a economia e resgatar a confiança foi tido como manobra desleal.
11. PMDB tem ciência de que o governo busca promover a sua divisão, o que já tentou no passado, sem sucesso. A senhora sabe que, como Presidente do PMDB, devo manter cauteloso silencio com o objetivo de procurar o que sempre fiz: a unidade partidária.
Passados estes momentos críticos, tenho certeza de que o País terá tranquilidade para crescer e consolidar as conquistas sociais. Finalmente, sei que a senhora não tem confiança em mim e no PMDB, hoje, e não terá amanhã.
Lamento, mas esta é a minha convicção.
Respeitosamente, MICHEL TEMER
A Sua Excelência a Senhora
Doutora DILMA ROUSSEFF
DO. Presidente da República do Brasil
Palácio do Planalto
Brasília, D.F.
Michel Temer - Carta Aberta - Dilma Rousseff
O impeachment ganha mais força. Agora, mais do que nunca.
(*) – carta publicada originalmente no “Blog do Moreno” do jornal O Globo.

quarta-feira, 16 de março de 2016

SABEDORIAS...


A SABEDORIA DE MANOEL DE BARROS


POR ARISTEU BEZERRA...

              “Poesia é a virtude do inútil. O inútil só serve para isso mesmo, para a poesia.”
“Eu sou excitado pela palavra. Ela se apaixona por mim. As amigas que ela tem pelo mundo se encontram pelo cheiro para desabrochar num poema. Desabrocham em mim.”
“Tenho uma confissão a fazer: noventa por cento do que escrevo é invenção. Só dez por cento é mentira.”
“Poesia a gente não descreve, a gente descobre. Eu sou procurado pelas palavras. Não tenho inspiração, não sei o que é isso. Só conheço de nome.”
“Quem tem muita informação perde o condão de adivinhar.”
“As palavras se oferecem no cio para mim. Tenho uma relação erótica com elas.”
“Quem anda no trilho é trem de ferro, sou água que corre entre pedras: liberdade caça jeito.”
“Cristo foi um dos grandes poetas do mundo – tanto que 20 séculos já passaram por cima de suas palavras e elas são vivas e reviçadas todos os dias.”
“A voz de um passarinho me recita.”
“Sou livre para o silêncio das formas e das cores.”
“As flores dessas árvores depois nascerão mais perfumadas.”
“No fim da tarde, nossa mãe aparecia nos fundos do quintal:
Meus filhos, o dia já envelheceu, entrem pra dentro.”
“Deixei uma ave me amanhecer.”
“Eu precisava de ficar pregado nas coisas vegetalmente e achar o que não procurava.”
“Um fim de mar colore os horizontes.”
“Melhor jeito que achei para me conhecer foi fazendo o contrário.”
“Gosto de viajar por palavras do que de trem.”
“A palavra amor anda vazia. Não tem gente dentro dela.
“Meditei sobre as borboletas. Vi que elas podem pousar nas flores e nas pedras, sem magoar as próprias asas.”
“Me procurei a vida inteira e não me achei pelo que fui salvo.”
“Poesia é voar fora da asa.”

Manoel Wenceslau Leite de Barros (1916-2014) foi um poeta brasileiro do século XX, pertencente, cronologicamente à geração 45, porém formamente ao pós-Modernismo brasileiro, localizando-se mais próximo das vanguardas europeias do início do século, da Poesia Pau-Brasil e da Antropofagia de Oswald de Andrade. O poeta mato-grossense Manoel de Barros buscava conjugar em sua obra elementos regionais com aflições existenciais e um surrealismo bastante particular. Sua formação era cosmopolita. Graduado em Direito e familiarizado com a moderna poesia francesa, chegou a viver no Rio de Janeiro, mas acabou se recolhendo a uma fazenda no Pantanal.

DO CABRA SAFADO...LULA SAFADÃO...

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A POESIA DE ANA LIMA...

JULIO – Anna Lima
Ao dr. Angelo Cousseiro
Oh! anjo, oh! louro anjo immaculado
Que voaste sorrindo ao Paraiso!
Teu rosto virginal inda diviso
Em meu sonho, de prantos orvalhado.
O teu sepulchro candido, adorado,
Das rimas com o perfume aromatiso,
Recordando teu ultimo sorriso,
Pobre lyrio tão puro e inanimado!
Na face maternal tremem agora,
– Enquanto surge alegremente a aurora,
Lagrimas tristes que de longe arrancas…
Adeus! dorme feliz, em paz repousa!
E deixa que eu colloque em tua louza
Uma grinalda de saudades brancas.
Açú – 1898

segunda-feira, 14 de março de 2016

MEU DIÁLOGO COM INÁCIO: O BISPO DE TAIPÚ...UMA CRÔNICA DE BERNARDO CELESTINO PIMENTEL.




         SEMPRE QUE POSSO VOU AO CAMELÓDROMO...GOSTO DAQUELE COMÉRCIO...barato,comum, onde você se sente rico...
          Não fico com remorso por que compro ums DVDs  piratas de Chico Buarque  ou de Bethãnia...
           Gosto de comprar bugigangas: coleira de cachorro, corrente de cachorro, extensão de tomadas, DVDS eróticos,filmes de livros famosos,filmes de filosofia...sou assim...são as minhas maldades...minhas fugas...um menino ainda perdido na feira de Nova Cruz...eu morro e este menino não morre...
          Certo dia, cheguei no camelódromo, e um amigo, Dr Francisco de Lima, me abordou:
          Bernardo, quero lhe dar um presente...conheça Inácio, o Bispo de Taipu...depois quero a sua análise...e me deu o DVD da história de Inácio.
          Gostei imensamente do DVD...Inácio é um homem do povo, autodidata, que já assistiu todos os filmes que existem...é um homem de muita fé, de contemplação, que transcendeu há  muito tempo...logo cedo...é um iluminado...dorme num pequeno cubículo, que é um Cânion de livros e filmes...
         Hoje comprei a maioria dos DVDS de Bethãnia, e conheci enfim Inácio...
          Na hora de pagar, ele me observou da cabeça aos pés, vi seus olhos pulularem de curiosidade...
          quem é este homem que compra DVDS de muito...?
          Me virei para ele e contei do presente do DR CHIQUINHO e lhe falei:gostei muito da sua história, cujo filme termina, a seu pedido, com três prostitutas rezando uma Salve Rainha, a seu pedido...ele era moleque de recado das putas, quando criança, em Ceará Mirim... era um GARACHOÉ...enfim me perguntou:
quem é o senhor?
eu sou neto do professor Celestino Pimentel e da poetisa Ana Lima, do seu tempo...
          Ele falou:era muito amigo de Arsênio  Pimentel e Yara...respondi,era o meu tio e padrinho de velas...
          O que o senhor faz?
respondi: sou médico...e me perguntou se eu era amigo de alguns médicos...respondi:
tenho amizade com todos eles, mas não tenho excesso de amizades com ninguém, e repeti o escritor francês:
          Por gentileza perdi minha vida...e complementei com   Vinícius de Moraes: A HORA do SIM é o DESCUIDO DO Não...
          Ele perguntou: e quanto aos amigos?
          respondi:
          TODOS ME TRAÍRAM...
           TENHO 12 AMIGOS?
PODERIA CITA-LOS?
          SÃO MEUS DOZE CACHORROS, QUE EU ESPALHEI POR ONDE BAIXO, PARA ATAPETAR MINHA VIDA COM PEDRINHAS DE BRILHANTE, COMO DESEJAVA O DONO DA RUA, NA INFÂNCIA...
          INÁCIO  arregalou os olhos,sorriu e eu o tranquilizei:
          ESTOU FALANDO ASSIM, POIS SEI QUE ESTOU FALANDO COM UM HOMEM  MUITO INTELIGENTE...NÃO TENHO A PRETENSÃO DE SER A PRIMAVERA...
          JÁ NÃO TENHO COBIÇA E NEM ENXERGO BEM...APERTEI-LHE A MÃO SENIL, E DEIXEI ELE NAVEGAR...saí rindo do grande ponto...e ainda lhe disse:
          Não exijo coerencia em mistérios, nem lógica em absurdos...