O CANTO DE VÓLIA
Vesti-me de poesia
E caminhei pelas ruas,
Pelas esquinas vazias,
Em meio à madrugada fria.
Buscava comprar alguns sonhos,
Histórias de amor e alegria,
Histórias de aventuras,
Que pudesse me enfeitar,
A vida que andava vazia.
Procurava a loja de sonhos,
Pois precisava apenas sonhar,
Queria sonhos de bem querer,
Para continuar a viver.
Um sabiá amigo me contou,
Em certa madrugada insone,
Haver uma loja de sonhos,
Em rua desconhecida.
Pedi-lhe o endereço,
Mapa, ou qualquer roteiro,
Queria ir à loja de sonhos,
Mesmo que andasse o dia inteiro.
Segredou-me o sabiá,
Que saísse na madrugada,
Seguisse a última estrela,
Que se apaga na alvorada.
E no fim do horizonte,
Em um bosque florido
E risonho,
Ali eu encontraria,
A minha loja de sonhos.
E vestida de poesia,
Lá fui eu a caminhar,
Seguindo a última estrela,
Que estava no céu a brilhar.
Encontrei uma casinha,
Feita de pétala de flor,
Lá habita um anjo,
É o anjo sonhador.
Ele é o guardião,
Da loja de todos os sonhos,
Sonhos guardados em vidros,
Com luzes de pirilampos.
Quando lhe falei que sonhos,
Eu tinha vindo comprar.
O anjo me disse não os vender,
Pois não temos a moeda com que pagar.
Disse-me o anjo
Que os sonhos são ofertados
Aos corações apaixonados,
Pois é com a chama do amor,
Que eles são alimentados.
Os sonhos são pirilampos,
Que iluminam a nossa alma,
Sonhar é iluminar a vida,
Colorindo-a com as tintas do amor.
E como meu coração andava cansado,
Um tanto desajeitado,
Carregando machucados,
De tanto e tanto amar...
O anjo deu-me uma caixa,
Que continha milhões de sonhos,
E com eles, hoje, eu componho,
Os poemas sobre o amar.
(26/03/2015)
Vólia Loureiro do Amaral Lima é paraibana,
engenheira civil, poetisa, romancista e artista plástica..
Autora das obras Aos Que Ainda Sonham (Poesia)
e Onde As Paralelas Se Encontram (Romance).
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