domingo, 8 de setembro de 2013

DE QUANDO UM HOSPITAL FOI ATÉ O DOENTE...POR VIOLANTE PIMENTEL


  • Dr. José Tavares, assim como o outro santo, Dr. Luiz Antônio, marcou época em Natal. Como obstetra, abaixo de Deus, uma vez ele salvou a vida de minha mãe, quando ela teve uma gravidez molar. Nesse tempo as estradas eram de barro, Nova-Cruz não tinha energia elétrica nem água encanada. Mamãe quase perde o sangue todo, com hemorragia. A pedido da minha tia Carmen Pimentel, de quem ele era muito amigo, Dr. José Tavares se dispôs a ir a Nova-Cruz atender à minha mãe, que já era paciente dele há anos e só queria vir para Natal se ele fosse buscá-la. Então, ele se deslocou para Nova-Cruz, no carro de aluguel de Sr. Manoel Henrique, levando a melhor enfermeira da maternidade Januário Cicco, de nome Jersina, e todo o equipamento necessário para classificação e aplicação de sangue, soro, e tudo que precisava para salvar a vida daquela paciente, que corria sério risco de ir a óbito. No carro do Sr.Manoel Henrique, foram Dr. José Tavares, a enfermeira e todo o equipamento hospitalar. No Volks da minha tia Carmen, dirigido por seu primo Dr.Rodolfo Penna Lima, na época acadêmico de Medicina, filho do Dr. Luiz Antônio dos Santos Lima, tio da minha mãe, além dela, íamos eu e minha irmã Valéria. Em pleno inverno, a estrada de barro e a terrível expectativa de não chegar a tempo de socorrer minha mãe, vivemos uma viagem de terror. Chegamos no início da noite, e, imediatamente, Dr. José Tavares, juntamente com Dr. Rodolfo, tentaram estancar a hemorragia uterina, que estava consumindo a vida de minha mãe. As pessoas fizeram fila dentro de casa, para que a enfermeira fizesse a classificação de sangue, compatível com o de Dona Lia. Colhido o sangue, a transfusão foi imediatamente iniciada, para que a paciente fosse compensada do sangue que havia perdido. Com as mãos de Dr.José Tavares e do Dr.Rodolfo, a paciente foi tamponada, e a hemorragia cessou. As transfusões de sangue foram feitas, e logo depois começaram os preparativos para a viagem de volta para Natal, onde a paciente seria submetida a uma histerectomia, na Maternidade Januário Cicco. O retorno a Natal foi lento, com Dona Lia tomando soro, deitada no banco traseiro do Aerowilys de Sr. Manoel Henrique, forrado com lençóis e travesseiros, ao lado da enfermeira, que segurava o equipamento. De vez em quando, o carro parava para que Dr. José Tavares conferisse os sinais vitais da paciente. Ao chegar à Maternidade Januário Cicco, pela madrugada, Dona Lia continuou tomando transfusão de sangue, e foi submetida à cirurgia no dia seguinte. O Dr. José Tavares, ainda em Nova-Cruz, confessou à minha tia Carmen e ao meu pai, que iria fazer o possível para salvar a vida da minha mãe, mas achava muito difícil ela escapar, pois estava muito debilitada, por ter perdido quase todo o seu sangue. Com muita franqueza, o médico balançava a cabeça, em sinal de desânimo. Mas com a sua competência, e a ajuda de Deus, o procedimento cirúrgico foi bem sucedido. Dr. José Tavares, médico de renome e muito conceituado em Natal, da mesma forma do Dr. Luiz Antônio dosa Santos Lima, de quem era grande amigo, foi o instrumento usado por Deus, para salvar a vida da minha mãe, Lia Pimentel..

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