quarta-feira, 24 de abril de 2013

LEMBRANDO SÉRGIO PORTO...

Foto: Olhe aí Bernardo Celestino Celestino Pimentel o que achei em Campos do Jordão! Dá duas de Cecília...

POR HÉLIO GALVÃO...PE.

Diante do que se vê e lê atualmente, o nosso Sérgio Porto faz falta.  
Ele, para quem não lembra ou mesmo nunca ouviu falar, foi jornalista e escritor, nascido no Rio de Janeiro em 1923 e falecido em 1968 e, através do pseudônimo Stalislaw Ponte Preta, ironizou a sociedade da época, especialmente o movimento militar de 1964, por ele intitulado de “revolução redentora”.
SergioPorto
Vale a pena lembrar algumas das suas frases ontológicas e atualíssimas:  
“Se o diabo entendesse de mulher não tinha rabo e nem chifre”;
“Pelo jeito que a coisa vai, em breve o terceiro sexo estará em segundo”;
“A prosperidade de alguns homens públicos do Brasil é uma prova evidente de que eles vêm lutando pelo progresso do nosso subdesenvolvimento”;
“Rabo e conselho só se deve dar a quem pede”;
“A mulher ideal é sempre a dos outros”;
“Basta ler meia página do livro de certos escritores para perceber que eles estão despontando para o anonimato”;
“Imbecil não tem tédio”;

“Ou restaure-se a moralidade ou locupletemo-nos todos”;
“Macrobiótica é um regime alimentar para quem tem 77 anos e quer chegar aos 78″;
“Quem não tem quiabo não oferece caruru”;
“Pode-se dizer a maior besteira, mas se for dita em latim, muitos concordarão”;
“As coisas que mais contribuem para avacalhar a dignidade de um homem são, pela ordem, bofetão de mulher e tombo de bunda no chão”;
“Mais inútil que vice presidente”;
“Quando um amigo morre, leva um pouco da gente”;
“Mulher e livro, emprestou, volta estragado”;
“Ninguém se conforma de já ter sido”;
entre muitas outras que não estão aqui reproduzidas por causa de espaço.  
Termino relembrando a inteligente paródia por ele composta em 1968, ironizando a então obrigatoriedade imposta  pelo Departamento de Turismo da Guanabara aos compositores das escolas de samba de tratarem temas da História do Brasil nos seus enredos, intitulada de “Samba do Crioulo Doido”:



“Foi em Diamantina
Onde nasceu JK
Que a Princesa Leopoldina
Arresolveu se casá
Mas Chica da Silva
Tinha outros pretendentes
E obrigou a princesa
A se casar com Tiradentes
 
Lá iá iá iá iá iá
O bode que deu vou te contar
Lá iá iá iá iá iá
O bode que deu vou te contar
Joaquim José
Que também é
Da Silva Xavier
Queria ser dono do mundo
E se elegeu Pedro II
Das estradas de Minas
Seguiu pra São Paulo
E falou com Anchieta
O vigário dos índios aliou-se a Dom Pedro
E acabou com a falseta
 
Da União deles dois
Ficou resolvida a questão
E foi proclamada a escravidão.
Assim se conta essa história
Que é dos dois a maior glória
Dona Leopoldina virou trem
E D. Pedro é uma estação também.
 
Ô, ô, ô, ô, ô, ô
O trem tá atrasado ou já passou”.

Essa composição fez parte do musical “Pussy Pussy Cats”, produzido por Carlos Machado e estrelado pelo Quarteto em CY.
Penso que valeu a lembrança, pois não?

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