ERA ASSIM QUE ELE ESCREVIA E CANTAVA...
REALMENTE, ESTOU SURPRESO E COM PENA, MORREU O GRANDE COMPOSITOR PAULISTA:PAULO VANZOLINE...
O COMPOSITOR DE RONDA, DE VOLTA POR CIMA...
PERDA GRANDE E IRREPARÁVEL PARA A POESIA E A BOA MÚSICA POPULAR BRASILEIRA,SÓ COMPARÁVEL A PERDA DE VINICIUS DE MORAES, ATÉ HOJE,INSUBSTITUÍVEL...
TENHO O SEU ÚNICO DVD, PARECIA UMA DESPEDIDA...UM ZOÓLOGO, PESQUISADOR, E AUTOR DE GRANDES LETRAS...
FOI PARA A FLORESTA AMAZONICA FAZER PESQUISA...ERA UM PESQUISADOR IMPORTANTE NO BUTÃTÃ...BOÊMIO, BOM VIVANT, NOTÍVAGO...
TENHO CERTEZA, QUE APESAR DA SUA MORTE, O SEU ESPÍRITO E A SUA ALMA,PODERÁ SEMPRE SER ENCONTRADA EM SÃO PAULO, NO CRUZAMENTO DA AVENIDA YPIRANGA COM A AVENIDA SÃO JOÃO...SIM, SENTADO NA MESA DE BAR, VENDO E ADORANDO AS FLORES DO AMOR, QUE SE ABREM COM O RAIAR DO DIA,COM O CALOR DO SOL...QUE TRANSFORMA EM CLARO, O QUE ERA ESCURO...QUE INDUZ AO CORAÇÃO DO POETA, UM NOVO POEMA...
Falecimento de Paulo Vanzolini
POR RUDÁ RICCI.
Quando eu estudava na PUC-SP, andar nas ruas frias de São Paulo, de madrugada, era quase um esporte juvenil. Quase que se comparava à beber na "prainha" (perto da Paulista) até ver o sol raiar. Havia adornos para as caminhadas, principalmente após um show (lembro de Caetano Veloso no Teatro Municipal). E era comum o som de Ronda. Assim como Sampa, era quase uma identidade. As duas pareciam dialogar com o velho Adoniran Barbosa, que fazia melodias chorosas. Quase sempre faziam contraponto às experimentações que o Maurício Kubrusly listava num programa de rádio na Excelsior (se não me engano): do Arrigo Barnabé e Itamar Assunção, passando pelo Rumo, Premeditando o Breque, quase sempre passando pela Praça Benedito Calixto (Vila Madalena), o point libertário, que fazia par com seu irmão mais intelectualizado, o Spazio Pirandello, e o mais escrachado, o Riviera (na Consolação). Tenho a impressão que somente mais tarde a Praça Vilaboim foi se tornando um outro point, muito mais refinado, construído à imagem e semelhança da alta cúpula do tucanato.
Mas, voltando àquele tempo de estudante, Ronda fazia parte de nossas passagens, de bar em bar.
E era sempre uma surpresa quando alguém informava que o autor daquele hino era um professor da USP, zoólogo. Paulo Vanzolini passou a ser fonte de pesquisa de jovens dos anos 1980 a partir daí. Descobríamos "Volta por Cima" e "Praça Clóvis" que engatilhava com Paulinho da Viola e, sempre, Adoniran. Quando reabriu o Ponto Chic, que Adoniran gostava de tomar umas acompanhadas pelo verdadeiro bauru, fui bater cartão. Em grande estilo, já que era "foca" do Jornal da Tarde (outro que se foi) e fui escalado para acompanhar uma jornalista e um fotógrafo para a reinauguração daquele marco paulistano. Ganhamos chopp e bauru, de lambuja (um dia escrevo mais sobre minhas "matérias" como foca do JT, uma página interessante do meu aprendizado).
Vanzolini era nosso amigo de noitadas, sem nunca ter sido convidado e nem mesmo saber.
Acho que é este o sentimento que fica quando soube do seu falecimento, ontem, aos 89 anos, vítima de pneumonia.
Fiquei pensando o que teria levado um baita compositor de sambas tristonhos a se dedicar aos estudos dos répteis. Uma questão absolutamente sem sentido, mas que me surgiu porque havia algo na alma deste personagem paulistano que sempre me pareceu recatado e enigmático como seu objeto de estudo.
Evidentemente, uma questão sem nexo. Aliás, quem encontrou a melhor tradução para o compositor foi Ricardo Dias, que em 2009 produziu um comentário sobre Vanzolini cravando o títluo: "Um homem de Moral".
Mas, voltando àquele tempo de estudante, Ronda fazia parte de nossas passagens, de bar em bar.
E era sempre uma surpresa quando alguém informava que o autor daquele hino era um professor da USP, zoólogo. Paulo Vanzolini passou a ser fonte de pesquisa de jovens dos anos 1980 a partir daí. Descobríamos "Volta por Cima" e "Praça Clóvis" que engatilhava com Paulinho da Viola e, sempre, Adoniran. Quando reabriu o Ponto Chic, que Adoniran gostava de tomar umas acompanhadas pelo verdadeiro bauru, fui bater cartão. Em grande estilo, já que era "foca" do Jornal da Tarde (outro que se foi) e fui escalado para acompanhar uma jornalista e um fotógrafo para a reinauguração daquele marco paulistano. Ganhamos chopp e bauru, de lambuja (um dia escrevo mais sobre minhas "matérias" como foca do JT, uma página interessante do meu aprendizado).
Vanzolini era nosso amigo de noitadas, sem nunca ter sido convidado e nem mesmo saber.
Acho que é este o sentimento que fica quando soube do seu falecimento, ontem, aos 89 anos, vítima de pneumonia.
Fiquei pensando o que teria levado um baita compositor de sambas tristonhos a se dedicar aos estudos dos répteis. Uma questão absolutamente sem sentido, mas que me surgiu porque havia algo na alma deste personagem paulistano que sempre me pareceu recatado e enigmático como seu objeto de estudo.
Evidentemente, uma questão sem nexo. Aliás, quem encontrou a melhor tradução para o compositor foi Ricardo Dias, que em 2009 produziu um comentário sobre Vanzolini cravando o títluo: "Um homem de Moral".
Morre aos 89 anos o compositor Paulo Vanzolini
- Autor de ‘Ronda’ e ‘Volta por cima’ foi vítima de complicações de pneumonia.
SÃO PAULO - Morreu neste domingo, aos 89 anos, o compositor e zoólogo Paulo Vanzolini. Ele estava internado na UTI do hospital Albert Einstein, em São Paulo, desde quinta-feira, dia de seu aniversário. Vanzolini foi vítima de complicações de uma pneumonia.
Considerado um dos grandes nomes do samba paulista, Vanzolini é autor de clássicos da música popular brasileira, como "Ronda" e "Volta por cima", dos versos "levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima". Ao todo, são mais de 70 composições em seu nome.
Formado em medicina com doutorado em zoologia pela Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, o músico desenvolveu as duas carreiras em paralelo, tendo dirigido o Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo, além de trabalhar na produção dos programas de Araci de Almeida na TV Record, na década de 1950.
Sua obra foi tema de três documentários dirigidos por Ricardo Dias. Os dois primeiros abordam seu trabalho como zoólogo, premiado pela Fundação Guggenheim, em Nova York. O mais recente, lançado em 2009, foi batizado de "Um homem de moral" e trata de sua carreira musical, com depoimentos de nomes como Chico Buarque, Miucha e Paulinho da Viola.
Deixa mulher, a cantora Ana Bernardo, e cinco filhos do primeiro casamento, entre os quais o diretor de cinema e vídeo e sócio da Conspiração Filmes, Tony Vanzolini.
O velório será nesta manhã, no hospital Albert Einstein, em São Paulo. O enterro deverá acontecer à tarde, no Cemitério da Consolação.
Considerado um dos grandes nomes do samba paulista, Vanzolini é autor de clássicos da música popular brasileira, como "Ronda" e "Volta por cima", dos versos "levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima". Ao todo, são mais de 70 composições em seu nome.
Formado em medicina com doutorado em zoologia pela Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, o músico desenvolveu as duas carreiras em paralelo, tendo dirigido o Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo, além de trabalhar na produção dos programas de Araci de Almeida na TV Record, na década de 1950.
Sua obra foi tema de três documentários dirigidos por Ricardo Dias. Os dois primeiros abordam seu trabalho como zoólogo, premiado pela Fundação Guggenheim, em Nova York. O mais recente, lançado em 2009, foi batizado de "Um homem de moral" e trata de sua carreira musical, com depoimentos de nomes como Chico Buarque, Miucha e Paulinho da Viola.
Deixa mulher, a cantora Ana Bernardo, e cinco filhos do primeiro casamento, entre os quais o diretor de cinema e vídeo e sócio da Conspiração Filmes, Tony Vanzolini.
O velório será nesta manhã, no hospital Albert Einstein, em São Paulo. O enterro deverá acontecer à tarde, no Cemitério da Consolação.
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