domingo, 12 de março de 2017

OS MISTÉRIOS DAS FEIRAS LIVRES...POR BERNARDO CELESTINO PIMENEL



          Nenhum supermercado...nenhum  shopping center...nenhuma vitrine tem os mistérios da feira livre...
          Como sempre vivi a vida dos homens, e nunca fui inquilino do OLIMPO,desde criança que frequento a feira...
          Com cinco anos já andava na feira de Nova cruz, e observava o entusiamo dos feirantes, as emoções de todos da feira, buscando uma forma de sobreviver, ou vendendo ou comprando,mas sempre usando a astúcia, para se sair na melhor...
          Hoje, mais um a vez fui a feira da rua são José...uma feira viva, que funciona bem...
          Entrei na feira na terceira idade, do meio pro fim, eu já era o mesmo menino de cinco anos, na feira de mangai de Nova Cruz...

          se hoje, as feiras tem CDs, smartphones,produtos chineses, ainda comprei fruta pão,uma espécime que comia em Nova cruz, na casa de paulo Bezerra...se vende de parafuso de cabo de serrote a carregador de celular...pude observar, o que desde criança via: a astúcia de quem vende e a de quem compra...todo mundo inventa um Migué para sair ganhando e comprar ou vender bem...esta característica humana é ancestral,é intrinsseca, da sobrevivência...está em Roma, no italiano que canta para lhe distrair e ganhar mais o seu euro...
          O sentimento da sobrevivência é universal...é um bem natural...
          As mercadorias se somam...do jeito que se compra uma lanterna chinesa de LED, se compra a famosa lamparina,feita de flandre e com pavio exagerado de algodão estufado...
          A feira livre é divertida e insubstituível...frutas bonitas, inteiras, brilhosas, exuberantes...
             Raízes, como a macacheira, a cenoura,tubérculos como o inhame...
          Para o meu jardim comprei Begônias,renda portuguesa,e encontrei as ANGELICAS,que perfumavam o meu colégio em Nova Cruz...vou voltar a sentir o cheiro do que adorava tanto na infância...
          Quanto as carnes tem de todas as matizes:tilápias frescas,ciobas,bode, carneiro,boi,camarão...
          Encontrei na feira de mangai, a feira de mangai composta por Glorinha  gadelha e sivuca, só não encontrei o sanfoneiro no meio da rua, onde o mangaieiro ia se animar, tomar uma bicada com nambu assado e olhar para Maria do juá...
          Fico deslumbrado com  o encanto que existe nas feiras livres...até hoje, ímpar e inusitado...um encanto que nenhum supermercado conseguiu, nas suas gôndolas frias,mudas, neutras, e sem a angústia a a ansiedade da alma humana...
          De repente a gente se dá conta que o tempo passou, mas a s nossas emoções são as mesmas, pois ninguém penetra nem modifica o eu profundo...daí a persistência implacável dos traumas e das emoções...sombras da lama inapagáveis, que nos espia pro resto da vida dizendo:oh menino tolo, pensa que já é um homem, por que  é doutor...





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