quinta-feira, 16 de março de 2017

A POESIA DE ZÉ DA LUZ...


As flor de Puxinanã – Ze da Luz
Três muié ou três irmã,
três cachôrra da mulesta,
eu vi num dia de festa,
no lugar Puxinanã.
A mais véia, a mais ribusta
era mermo uma tentação!
mimosa flô do sertão
que o povo chamava Ogusta.
A segunda, a Guléimina,
tinha uns ói qui ô! mardição!
Matava quarqué critão
os oiá déssa minina.
Os ói dela paricia
duas istrêla tremendo,
se apagando e se acendendo
em noite de ventania.
A tercêra, era Maroca.
Cum um cóipo muito má feito.
Mas porém, tinha nos peito
dois cuscús de mandioca.
Dois cuscús, qui, prú capricho,
quando ela passou pru eu,
minhas venta se acendeu
cum o chêro vindo dos bicho.
Eu inté, me atrapaiava,
sem sabê das três irmã
qui ei vi im Puxinanã,
qual era a qui mi agradava.
Inscuiendo a minha cruz
prá sair desse imbaraço,
desejei, morrê nos braços,
da dona dos dois cuscús!

Poeta Severino de Andrade Silva, mais conhecido como Zé da Luz, nascido na cidade de Itabaiana-PB, terra onde reside o colunista fubânico Poeta Jessier Quirino e terra de nascença do saudoso sanfoneiro Sivuca. Zé da Luz era alfaiate de profissão. Nasceu em 1904 e encantou-se em 1965.

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