BRENINHO...
Joaquim Cardozo
Fechemos a semana, de incerta agonia, com o verso certeiro de Joaquim Cardozo. Ele traz, na palavra, a calma que queremos em casa, na rua, na paz.
Soneto da paz
“Este soneto é natureza morta,
Traço na alvura, sombra de uma flor.
Sinal de paz que inscrevo em cada porta
Gesto, medida de comum valor.
Traço na alvura, sombra de uma flor.
Sinal de paz que inscrevo em cada porta
Gesto, medida de comum valor.
É letra e clave, é módulo que importa
Na redução da voz, do som. Calor
Do que vivido foi e inda importa
Palpitação de implícito lavor.
Na redução da voz, do som. Calor
Do que vivido foi e inda importa
Palpitação de implícito lavor.
Moeda que correu por muitas mãos,
Brinquedo que ficou perdido a um canto
Num lago de esquecidas esperanças.
Brinquedo que ficou perdido a um canto
Num lago de esquecidas esperanças.
Mas nos seus versos fecho os sonhos vãos
E em notas claras digo, exalto e canto:
– Paz ! Paz ! Brincai, adormecei, crianças !”
E em notas claras digo, exalto e canto:
– Paz ! Paz ! Brincai, adormecei, crianças !”
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