sábado, 5 de dezembro de 2015

SONETO DA PAZ...

BRENINHO...

 Joaquim Cardozo
JC
Fechemos a semana, de incerta agonia, com o verso certeiro de Joaquim Cardozo. Ele traz, na palavra, a calma que queremos em casa, na rua, na paz.
Soneto da paz
“Este soneto é natureza morta,
Traço na alvura, sombra de uma flor.
Sinal de paz que inscrevo em cada porta
Gesto, medida de comum valor.
É letra e clave, é módulo que importa
Na redução da voz, do som. Calor
Do que vivido foi e inda importa
Palpitação de implícito lavor.
Moeda que correu por muitas mãos,
Brinquedo que ficou perdido a um canto
Num lago de esquecidas esperanças.
Mas nos seus versos fecho os sonhos vãos
E em notas claras digo, exalto e canto:
– Paz ! Paz ! Brincai, adormecei, crianças !”

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