sábado, 5 de julho de 2014

SOBRE GENTE QUE A GENTE NÃO VÊ POR QUE É QUASE NADA...POR BERNARDO CELESTINO PIMENTEL.

          AGORA , ABRO UM BARON DE DUCTILLE, TINTO, e vou pinçar a poesia que  escorre no chão deste mundo injusto...
          Beata, a minha caseira, me diz que o ajudante de Pedreiro de Antonio vive drogado...trabalha muito e não conversa com ninguém...enfrenta mecanicamente o trabalho...
          Chamo Antonio e digo :como é que você bota um homem drogado para trabalhar aqui em casa ?
          Neste instante, Breno Augusto,intervém: Papai não bote  ele pra fora, ele é uma pessoa boa...é meu amigo de infãncia...ele não conhece a maldade...jamais ele terá uma ação ruim, que não seja para ele próprio...
          Me surpreendo com a intervenção do meu rebento , um engenheiro elétrico, um Gestor da Cosern,acostumado a lidar com números, circuitos e temperamentos, interceder por um amigo de infãncia...falei pra mim: este  homem deve ser um homem bom...
          Minha mãe dizia que a ocasião faz o monge...ele brincava com meus filhos, mas ninguém matriculou -o no colégio das freiras de Nova Cruz...nunca pode estudar no colégio Marista de Natal...não recebeu um carro zero, quando foi aprovado no vestibular...nem teve direito de fazer vestibular...
          è isto , amiga...a gente rotula as pessoas...julgamos mal...esquecemos que um homem é uma resultante de múltiplos fatores, inclusive da sua genética, do seu DNA...
          Fiquei feliz de ter um filho que respeita os seus amigos de infãncia...Olhei pro Céu e agradecí a Deus a dimensão da minha semeadura...
          Mas ao chegar na quinta dos tres bicos, o meu paraíso no agreste potiguar, sinto   falta de BEBÊ, a pastora suiça número 4, da minha guarda pessoal...ela gestante, estava morta, provavelmente de causa Obstétrica...um abortamento incompleto seguido de septicemia...
          Virei-a , procurando sinais de tiro, na presença do olhar silente dos outros três cachorro...nada, foi morte morrida...
          Fui me deitar com a preocupação de providenciar um enterro pela manhã, mas quando acordei, Beata já tinha resolvido...
          Chamou o  amigo de infãncia de Breno...ele solicitamente e respeitosamente , conduziu o mamífero até a eternidade, no seu carro de mão...
          AO TERMINAR O FEITO VEIO ATRÁS DE UMA RECOMPENSA...
          Beata, com a conivencia de Gracinha, deu ao rapaz 10,00...ele reclamou...mas é muito pouco...
         E passou a descrever o seu trabalho:
Cavei uma grande cova...
Enterrei...
ainda chorei muito...
e deixei fincada na cova uma cruz, feita de Velame...
Eu sofrí muito...
E nunca mais eu enterro cachorro de nhinguém...
          Achei engraçado esta história...realmente foi barato o serviço funerário...
          Depois vou ao supermercado e o noso protagonista, por coindencia, pede para passar um frasco de um enérgético entre o meu carro e  o de gracinha...Gracinha concordou, afinal ele dispões ainda de crédito.
          Ele me pergunta pelos meus filhos, seus amigos, que a realidade separa, apesar de cruzarem a mesma rua, sob o céu de Santo Antonio...
          e diz: o médico me proibiu de beber...eu agora só tomo o energético...falando com toda a seriedade do mundo...
          Lá na frente , escutamos ele dizendo a outra pessoa :ontem eu tomei uma garrafa de Whiskie...
          Eu sorrí, e disse de joelhos dentro de mim :
Deus lhe proteja...
Deus lhe dê a paz.


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