Certa vez, o Tio Cazuza e alguns comerciantes amigos viajaram a São Paulo, no intuito de comprarem mercadorias e um caminhão, que as transportaria, levando o Preto como chofer.
As negociações demoraram, levaram dias, fazendo com que o Preto, em dado momento, chegasse para o Tio Cazuza e falasse:
– Seu Cazuza, eu quero ir simbora! Num aguento essa vida de Sun Palo!
Tio Cazuza até se espantou, pois o Preto estava recebendo o melhor tratamento possível, hospedado no mesmo hotel que os patrões e comendo nos mesmos restaurantes. Ao perguntar-lhe a causa de seu desassossego, o Preto respondeu:
– Seu Cazuza, neste mundo, só ficou um divertimento pra pobre como eu, que é f*der, mas já tô com quaje um mês aqui e ainda num dei nem uma bimbada! Vou simbora! Fico aqui mais não!
Diante do exposto, e com todas as pendências resolvidas, Tio Cazuza e seus companheiros encetaram a viagem de volta no dia seguinte.
Conta que, na estrada, confortavelmente na boleia do Chevrolet zerado, o Preto, macunaíma sul-maranhense, enquanto dirigia, cantava este refrão que, mais de 30 anos depois, virava tema de enredo de uma escola de samba carioca:
“Vou simbora, vou simbora
Eu aqui fico mais não
Vou voltar pras rapariga
Dos cabaré do sertão”
Eu aqui fico mais não
Vou voltar pras rapariga
Dos cabaré do sertão”
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