Carlos Ivan
PETROBRÁS
A Petrobrás, quem diria, rotulada como o orgulho brasileiro, a empresa intocável, por ter sido implantada no topo de robusto e sólido pedestal, não suportou a força do vento da corrupção, não aguentou as bordoadas dos arrumadinhos da política, que lhe balançou as bases, aí sucumbiu. Caiu do ranking das melhores empresas de petróleo do mundo. A queda, o desmoronamento, foi tão violento que agora, para vergonha do brasileiro, a Petrobrás rasteja nas finanças. Anda com o caixa quase rente ao chão. Causando preocupação ao Brasil.
A desgraça foi a compra impensada de uma refinaria considerada sucata nos Estados Unidos. Quando percebeu que tinha feito péssimo negócio, realizado enorme besteira com a aquisição de uma empresa sucateada, o megaempresário belga, Albert Fère, dono da refinaria, tratou logo de se desfazer do trambolho que só lhe dava prejuízos.
Esperto, Fère, um dos homens mais ricos da Bélgica, resolveu vender o abacaxi. Comprado no ano de 2005, por apenas US$42 milhões. O problema era encontrar um comprador trouxa. No rolo dos países abestados, que não sabem negociar, encontrou o Brasil, que só vive atrapalhado. Cheio de broncas.
Então, para fazer bom negócio, abrir brechas, o empresário belga tratou logo de se aproximar de líderes políticos. Apresentou-se como doador de grana internacional para as campanhas eleitorais. Aceito, fez doações para as campanhas eleitoreiras de 2006 e 2010.
Imediatamente, achou quem comprasse a metade da refinaria de Pasadena, no Texas. O preço de venda foi de US$ 360 milhões. Que negócio lucrativo!
Depois, como a sociedade mantida com o Brasil não deu certo, a Petrobrás foi obrigada a comprar a outra metade da estranha sociedade pelo fabuloso preço de US$ 820 milhões.
Trouxa, a Petrobrás caiu de mansinho na rede dos bons pescadores. Desembolsou a bagatela de 1,18 bilhão de dólares na compra da sucateada refinaria americana.
Agora, desperta do sono da enrolada, ciente da enrolada em que se meteu, de graça, a Petrobrás percebeu que entrou pelo cano. Caiu no conto do vigário. Por isso, passa sufoco. Atravessa difícil situação financeira. A salvação tem sido a produção de petróleo que, em níveis crescentes, atinge a marca de quase 300 milhões de barris, atualmente.
No entanto, para sair da assombrosa situação, melhorar os resultados da empresa, que estão claudicantes, fazer caixa suficiente para garantir o plano de expansão, a Petrobrás é obrigada a adotar o plano B. Por em prática o plano de desinvestimento. Vender ativos, estimados em US$ 9,9 bilhões.
Enquanto isso, os acionistas também choram o leite derramado. Contabilizam prejuízos, sem chances de ressarcimento. Em apenas dois meses, as ações da Petrobrás despencaram cerca de 35%. Antes, as ações da estatal eram avaliadas em R$ 21,44. No momento, o preço da ação caiu para apenas R$ 13,85.
É só o que a gente ganha, quando a politicalha manda no pedaço. Faz e acontece sem prestar satisfação ao cidadão. Ao povo. À Nação. Que aceitam tudo, no maior silêncio. Que quando decidem se manifestar, erram o passo. Mudam as estratégias de protesto. Partindo para o vandalismo criminoso.
Nenhum comentário:
Postar um comentário