"Igualdade Social, Vírgula!", de Gisleno Feitosa
Por: Gisleno Feitosa
"Igualdade Social, Vírgula!"
I
Se rico veste uniforme
É chamado "coronel",
É porteiro de hotel.
II
Rico armado é "praticante",
Seja pistola ou canhão.
Pobre armado é assaltante,
Não tem outra explicação.
III
Rico de unha pintada
É um metreoxesual.
Se pobre der essa mancada,
É boiolagem geral.
IV
Sandália em pé de rico,
Todos sabem que é turista.
Sandália em pobre é mico
É mendigo, tá na vista.
V
Um rico que muito come,
Fica bem alimentado
se pobre fala da fome,
Dizem que é esfomeado.
VI
Se o rico lê um jornal
Fica atualizado.
Pobre lendo. é anormal
deve estar desempregado.
VII
Coceira em rico é alergia
ou estresse de uma ira
Coceira em pobre é mania
Verminose, chato ou pira.
VIII
Rico correndo é esportista,
Com saúde de primeira.
Pobre correndo é golpista,
Baterdozinho de carteira.
IX
Branco em rico serve tanto,
Pra doutor ou enfermeira.
Branco em pobre é pai de santo
ou chefe de gafieira
X
Se o risco pesca é um hobby
Que o mesmo faz por lazer.
A vara na mão do pobre
É não ter o que comer.
XI
O rico que tem "barriga",
Deve ser bem sucedido.
Barriga em pobre é lombriga
Ou hérnia em bucho rendido
XII
Um rico de paletó
Todos dizem, é empresário.
Terno em pobre já dá dó:
É defunto ou otário.
XIII
Chifre em rico é desrespeito.
Um ultraje, um adultério.
Chifre em pobre não tem jeito:
É corno até no cemitério.
XIV
Depois desta diferença,
Digo com sinceridade,
Inda há gente que pensa
e sonha com igualdade!.
XV
Quem espera sempre alcança;
Sabe que o bem vence o mal.
É utopia ou esperança.
Essa "igualdade social"?
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