quinta-feira, 6 de março de 2014

2O14 NÃO COMEÇA NEM DEPOIS DO CARNAVAL...

DEPOIS DO CARNAVAL, A COPA E AS ELEIÇÕES

Flávio Tiné
A única vantagem da ociosidade forçada é observar à distância – ouvindo rádio, vendo televisão e lendo os jornais – as voltas que o mundo dá. No frigir dos ovos, resta a alternativa de rir ou chorar.
O vetusto Estadão coloca  com o maior destaque na primeira página Ellen Roche (ontem) e Sabrina Sato (hoje). Fico me perguntando o que elas fizeram de importante além de atiçar a libido dos foliões. Depois reclamam da empresa que lançou nos Estados Unidos camisas com discreto apelo sexual. Há algo mais libidinoso do que a transmissão ao vivo para o mundo inteiro dos desfiles carnavalescos? Pelo menos uma vantagem neste caso: os editores esqueceram José Dirceu, mais fotografado que Gisele Bundchen e diariamente prestigiado nas páginas de política.
Outro destaque para rir ou chorar é o sucesso de uma dança ridícula que já percorre o mundo como criação brasileira, uma tal de Leco Leco. Pois não é que a banda Psírico (seja lá o que for isso) está nas primeiras páginas dos jornais e em todos os programas de rádio e televisão! Enquanto isso, Teresa Cristina canta discretamente em botecos cariocas, sem nenhuma cobertura, nem nas páginas de variedade.
É verdade que não se confirmou a previsão de que o presidente do STF, Joaquim Barbosa, seria a personalidade mais homenageada do Carnaval, com máscaras e fantasias. Barbosa não conseguiu chamar a atenção nem mesmo com o veemente protesto contra a decisão de seus pares de inocentar os réus do mensalão do crime de formação de quadrilha. Nem sei ao certo se ele virou boneco gigante nas ladeiras de Olinda. É provável.
O fato é que todo mundo está mais interessado nas grandes musas. Ivete Sangalo, Daniela Mercury e Claudia Leitte na Bahia; Gaby Amarantos no Recife; Sabrina Sato em São Paulo e centenas de beldades no Rio de Janeiro, a partir de hoje à noite. Ninguém reclama sequer da fortuna que as prefeituras estão gastando com tantos shows. Até Belo Horizonte, que nunca foi lá essas coisas como tradição carnavalesca, entrou no ritmo e conseguiu atrair até turistas estrangeiros, segundo relatos dos repórteres.
De qualquer forma, a julgar pela alegria esfuziante do povo brasileiro, fartamente divulgada por todas as redes de televisão, tudo indica que não existe mais aquela ideia de que o ano começa de fato depois do Carnaval. Temos pela frente a Copa do Mundo e as eleições, para gáudio dos políticos e dos incréus. Haja fígado!

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