quarta-feira, 12 de outubro de 2016

De volta ao passado...uma crônica de Bernardo Celestino Pimentel...

               Como  me lembro do passado...                                 
               Como vivo de lembranças...
               Algumas lembranças me cortam  a alma, como a música do bandoneon de Astor Piazolla.
               Desde criança, de calças curtas, ainda sem conhecer as sandãlias japonesas, que quando chegaram foi um sucesso, eu me admirava como os acordes de Piazolla feriam a alma, o eu profundo...anos depois, já um homem feito, escutei de Artur de Távola uma constatação que eu já sabia: a música de Piazolla corta o espírito como uma Gillete.
          A Balada de um louco é um esmeril, asssim como a canção para NINO( avô em espanhol).
          Existem muitas frases que querem aniquilar o passado, mas ninguém  pode se livrar dele...ele está encrustado psicologicamente nas nossas entranhas...foi cunhado na gente a ferro e brasas.
          Alguns dizem:
               o passado é uma roupa que não nos serve mais...
               olhar o passado é dirigir olhando para o retrovisor...
               eu concordo mais com outra frase:
               só tem futuro quem tem passado...
               Ninguém pode viver sem a sua infãncia...
               Ninguém pode viver sem  seu pai e sua mãe...
               Feliz do homem, que já feito, relembra o cheiro do seu berço, das suas fraldas, e morre sendo uma criança por trás dos seus óculos, e olha pra o mundo procurando o doce da vida e as esperanças que surgem ao amanhecer, como o sol, que dilata as pupilas do coração.




OBS: Piazolla morreu de um derrame cerebral, o chamado AVC hemorrágico, o que eu já sentia, quando via o seu fácies pletórico , quando abria o Bandoneon...
          Tinha um facies de Hipertenso.

         O SHOW COMPLETO DE PIAZZOLLA EM MONTREUX...

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