1 – O poeta que jamais serei – (Ou, uma visão invertida do avesso)
Grande Otelo – minha eterna inspiração
O que somos é o exato avesso do que não fomos
Parece lógico?
Pois… tente ser o avesso
Do que você já foi.
E, do que ainda será,
Você conseguiria, ou conseguirá?
Inverta-se, e seja
O que você não foi.
Parece lógico?
Pois… tente ser o avesso
Do que você já foi.
E, do que ainda será,
Você conseguiria, ou conseguirá?
Inverta-se, e seja
O que você não foi.
Lembro que, jovem,
Conheci em mim um velho
Pensando em voltar a ser o que nunca fui.
Resolvi que, todos os dias
Arrumaria meu jardim, meu espelho na renovação das folhas
Foi assim que, imaginando ser eu mesmo,
Descobri que existia outro em mim – um velho.
Um filho que viera de mim, quando nem eu sei quem era
Preso por crime que pensava ter cometido, disse:
Pai, não escave o jardim – foi lá que escondi
Os corpos de quem não matei.
Conheci em mim um velho
Pensando em voltar a ser o que nunca fui.
Resolvi que, todos os dias
Arrumaria meu jardim, meu espelho na renovação das folhas
Foi assim que, imaginando ser eu mesmo,
Descobri que existia outro em mim – um velho.
Um filho que viera de mim, quando nem eu sei quem era
Preso por crime que pensava ter cometido, disse:
Pai, não escave o jardim – foi lá que escondi
Os corpos de quem não matei.
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