A meus irmãos
Oh! minha infancia, oh! quadra venturosa
Dos meus primeiros e risonhos dias!
Estrella radiante e fulgurosa
De santas alegrias!
Dos meus primeiros e risonhos dias!
Estrella radiante e fulgurosa
De santas alegrias!
Quantas saudades a minh’alma sente,
Meu juvenil e claro sol de amor,
Quando me quedo a recordar somente
O céo de Maio em flor!
Meu juvenil e claro sol de amor,
Quando me quedo a recordar somente
O céo de Maio em flor!
Oh! vida já passada e deliciosa…
De minha lyra virginal agora;
Mereces a canção mais perfumosa
Vibrada á luz d’aurora.
De minha lyra virginal agora;
Mereces a canção mais perfumosa
Vibrada á luz d’aurora.
Estancia encantadora e sorridente,
Flor divinal de candida esperança,
Eras pleno luar meigo e fulgente,
Meu tempo de creança!
Flor divinal de candida esperança,
Eras pleno luar meigo e fulgente,
Meu tempo de creança!
Que lembranças suaves e propicias
Me commovem de manso o coração,
Ao relembrar as candidas caricias
D’um pequenino irmão.
Me commovem de manso o coração,
Ao relembrar as candidas caricias
D’um pequenino irmão.
Uma infinda alegria, ardente e louca,
Eu sinto ao recordar, nesta manhã,
Os sorrisos gentis da rosea bocca
De minha terna irmã,
Eu sinto ao recordar, nesta manhã,
Os sorrisos gentis da rosea bocca
De minha terna irmã,
Quadra de encantos e gazia chimeras,
Oh! aurora ditosa e pueril!…
Que adornavas de minhas primaveras
O puro céo de anil!
Oh! aurora ditosa e pueril!…
Que adornavas de minhas primaveras
O puro céo de anil!
Acceita a minha estrophe colorida.
Casto idéal de amor e suavidade,
Grava-a em teu manto, como a flor sentida
De mystica saudade!
Casto idéal de amor e suavidade,
Grava-a em teu manto, como a flor sentida
De mystica saudade!
Açù – 1898.
Nenhum comentário:
Postar um comentário