domingo, 9 de fevereiro de 2014

UMA CRÔNICA DE MINHA MÃE: A PROFESSÔRA LIA PIMENTEL.



A NOVA-CRUZ DO MEU TEMPO

Um breve relato da Professora Lia Lima Pimentel Bezerra

Na Nova-Cruz do meu tempo, depositei toda a minha confiança, e passei a sonhar com um futuro promissor. Nova-Cruz se tornou cidade “Princesa do Agreste”, pacata, caracterizada pela bondade acima de tudo dos seus habitantes, povo dotado de espírito solidário. A Nova-Cruz do meu tempo era penalizada pelas difíceis vias de acesso à capital do Estado, particularmente no período chuvoso, quando as estradas de barro ficavam intransitáveis.
Mais tarde fora instalado na cidade o posto de serviço pelo governo, a “TELERN”, por volta de 1965. Por funcionar regularmente, os serviços de seu “Manoel da TELERN” que sempre de camisa molhada de suor, ia às nossas casas avisar das chamadas telefônicas.
A Coletoria Estadual, responsável pela efetivação do pagamento dos serviços de limpeza pública, havendo sujeira nas ruas, principalmente no centro e ao longo da estr4ada de ferro.
Os trens de passageiros e os trens de carga faziam parte da vida da cidade, e, ousadamente, acordavam os seus habitantes, e sua gente com o apito longo, agudo e ensurdecedor, quebrando, sem piedade, o silêncio que a envolvia, nas muitas madrugadas vividas pelo seu povo.
A Igreja Católica tinha como Pároco o Monsenhor Pedro Rebouças de Moura, de caráter austero e muito trabalhador. Orientador das irmãs de anta Gema, que, no Catolé, o “Externato Domingos Sávio”, e os trabalhos sociais da igreja.
A Fundação SESP teve papel relevante na saúde de Nova-Cruz e por conseguinte no desenvolvimento das comunidade, por excelência nas palestras educativas. O Núcleo de Educação desenvolvia a política educacional, com jurisdição em 17 municípios. O Lions Clube prestava relevantes serviços à sociedade, e participando ativamente dos eventos locais.
A chegada do jovem sacerdote padre Matias Patrício de Macedo, em substituição ao Monsenhor Pedro Rebouças de Moura, o qual foi grande pároco, inovou as festas tradicionais da cidade, especialmente as festas de fim de ano., Santa Luzia e a Festa de São Sebastião.
O tradicional Colégio Nossa Senhora do Carmo, desenvolveu o seu constante trabaçlho educativo, atendendo à classe mais privilegiada da sociedade, sem esquecer os mais humildes.
O Colégio de I e II Graus “Nestor Marinho”, oferecia o Curso Técnico-Profissionalizante de Contabilidade, com apoio do ex-Secretário, Diógenes da Cunha Lima. 
O Grupo Escolar Alberto Maranhão, o maior e mais antigo das cidade e responsável pela educação dos jovens que hoje são destaques no cenário político e social do município e do Estado, como por exemplo:
O Juiz de Direito Dr. Vivaldo Otávio Pinheiro, que continua firme, cumprindo suas funções, administrando com competência e que passou pela educadora nata, Euzébia Bahia de Vasconcelos.
Merece registro também, o trabalho incansável e de grande responsabilidade a pessoa de Maria do Carmo Bezerra, à frente do Ministério do Trabalho.
Como Professora, convivi obviamente com todos os trabalhos em educação da cidade e do interior do município.
Quantos nomes gostaria de citar neste texto. Pessoas e amigos (as) que desenvolveram papel decisivo no desenvolvimento da educação. Amigos leais, colegas inteligentes e bondosos, os quais, para não cometer injustiças, prefiro não nominá-los.
A Nova-Cruz do meu tempo, tinha muito mais:
-As serestas de Brejeiro;
-As raivinhas de Avelina;
-As rosas de Zé Teixeira;
-Os perfumes de Francisca Matias;
-A banda de música de Tenente Freitas;
-As quadrilhas marcadas por Alice Soares;
-A competência da parteira Dona Maria Tavares.
Além de tantas outras lembranças inesquecíveis, de honrosa e grande saudade do meu tempo!

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