sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

POESIA POPULAR PARA OS AMIGOS DO PEITO...

NÃO POSSO TOMAR CAFÉ,

O ALCOOL TAMBÉM NÃO POSSO,


O CORAÇÃO BATENDO ERRADO,

EU VEJO A HORA TER UM TROÇO...

TENHO INTOLERÂNCIA A LEITE,

NÃO TENHPO MAIS MÃE PARA MAMAR,

JÁ ME QUEIXEI AO BISPO.

ELE FALOU COM RESPEITO,

SE ESQUEÇA DESTAS COISAS,

VÁ CHUPAR O SEU CONFEITO... 


TEM PEITO COMO UMA MANGA,

QUE APITA COM O ATRITO,
TEM PEITO QUE LEMBRA UM ÔVO,
OUTROS LEMBRAM UM OVO FRITO...

BERNARDO CELESTINO PIMENTEL

 Manoel Filó
Eu acho que não convém
Falar de quem bebe porre
Porque se quem bebe morre
Sem beber morre também
Apenas quem bebe tem
Suas artérias normais
Trata das fossas nasais
Controla o metabolismo
Cachaça no organismo
É necessário demais.
* * *
Cego Clemente
Colega não vá brigar
Por causa de uma truaca;
Você vai bater num mole
E o mole dana-lhe a faca;
Quem mata se solta logo,
Quem morre toma na jaca.
* * *
Louro Branco
Admiro a natureza
Mar vomitando salinas
Lajedos de corpos nus
Com as pedras cristalinas
E as serras, túmulos rochosos
Onde Deus sepulta as minas.
* * *
Vitorino Bezerra
Ensinei Patativa a fazer glosa
Inspirei Casemiro de Abreu
Castro Alves foi grande aluno meu
Passei muitas lições pra Rui Barbosa
Ensinei a Dercy ser vaidosa
Com as suas piadas imorais
Gravei disco com os filhos de Goiás
Expulsei Wanderley botei Leão
Pra ser técnico da nossa seleção
E o que é que me falta fazer mais.
* * *
Pinto do Monteiro
Minha corda não se estica
Não se tora nem se enverga
Da terra pro firmamento
Meu pensamento se alberga
Em um lugar tão distante
Que lente nenhuma enxerga.
* * *
Onésimo  Maia
Quando eu voltar aqui
Seu menino tem crescido
Sua filha tem casado
Já tem deixado o marido
Sua mulher já tá com outro
E o senhor já tem morrido.
* * *
Ton Oliveira
(em homenagem feita ao seu pai, o poeta Juvenal Oliveira)
Meu pai foi poeta repentista
Que lutou calejando suas mãos
Sustentou eu, mamãe e dois irmãos
Na difícil carreira de artista
Um valente, um herói, um otimista
Que tirando seus versos da sacola
Construiu de Repente a minha escola
E foi assim que aprendi a admirá-lo
O meu pai me criou fazendo calo
Na ferrugem das cordas da viola
Nas cantigas e grandes festivais
Divulgou a cultura em alto nível
Cantador de uma voz inconfundível
Que lutou pelos próprios ideais
Quando eu penso na falta que ele faz
Vem a dor da saudade e me assola
Minha voz quer falhar, a língua cola
Mais é cheio de orgulho que eu falo
Que meu pai me criou fazendo calo
Na ferrugem das cordas da viola.
* * *
Marcos Passos
Aos primeiros sinais da invernada,
Logo após longo tempo de estiagem,
Lá da serra, do vale e da barragem
Escutamos os sons da trovoada.
Vislumbrando a campina esverdeada,
Sertanejo se anima igual criança.
Logo mais, quando o mato se balança
E um corisco atravessa o céu nublado,
Cai a chuva no colo do roçado,
Germinando o pendão da esperança.
* * *
Rogério Menezes
Quando a mulher é jogada
Na mais detestável lama,
Recebendo humilhações
Da pessoa que mais ama,
A Terra bebe chorando
As lágrimas que ela derrama.
* * *
Oliveira de Panelas
No silente teclado universal
Deus pôs som nas sutis constelações,
e na batida dos nossos corações
colocou a pancada musical,
quando a harpa da brisa matinal
vai fazendo concerto pra aurora,
nessas lindas paisagens que Deus mora
em tecidos de nuvens está escrito:
é a música o poema mais bonito
que se fez do princípio até agora.
Quando as pétalas viçosas das roseiras
dançam juntas com o sol se levantando,
vem a brisa suave carregando
pólen vivo das grávidas cerejeiras,
verdejantes, frondosas laranjeiras,
soltam hálito cheiroso à atmosfera,
toda mãe natureza se aglomera:
de perfume, verdume, que beleza!
É o canto da própria natureza,
festejando o nascer da primavera!
* * *
Canhotinho
Quando era injusto o Brasil,
Os pretos se cativaram;
O choro dos filhos brancos,
As mães pretas consolaram,
E o leite dos filhos pretos,
Os filhos brancos mamaram!
* * *
Dimas Batista
Deus vê do céu bem visíveis
Nossos íntimos dilemas
Pra ele não tem problemas
De soluções impossíveis
Desde que são infalíveis
Os atos do grande Ser
Todos têm que obedecer
Rico, pobre, bom ou mau
Não cai a folha de um pau
Sem nosso Deus não querer.

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