Geraldo Amâncio
A rede que hoje eu durmo
Tem um cheiro diferente
Da que eu tinha em minha infância
Com meu irmão inocente
Que tinha o cheiro das mãos
De mãe balançando a gente.
A rede que hoje eu durmo
Tem um cheiro diferente
Da que eu tinha em minha infância
Com meu irmão inocente
Que tinha o cheiro das mãos
De mãe balançando a gente.
* * *
Gerardo Teodósio dos Santos
Cantador é homem folclorista
incansável na luta de improviso
trabalhando com os dedos e com o juízo
vai levando uma vida de artista.
Desempenha o papel de repentista
e é querido em todas capitais
toda moça que o vê lhe dá cartaz
é inspirado pelo dom da natura
que um doutor, com a mais alta formatura
ainda não faz o trabalho que ele faz.
incansável na luta de improviso
trabalhando com os dedos e com o juízo
vai levando uma vida de artista.
Desempenha o papel de repentista
e é querido em todas capitais
toda moça que o vê lhe dá cartaz
é inspirado pelo dom da natura
que um doutor, com a mais alta formatura
ainda não faz o trabalho que ele faz.
* * *
Leo Cruz
Admiro a exuberância
De um poeta em cantoria
Com a tempestade de versos
Que num instante ele cria
E as nuvens do seu juízo
Soltam raios de improviso
Riscando o céu da poesia.
De um poeta em cantoria
Com a tempestade de versos
Que num instante ele cria
E as nuvens do seu juízo
Soltam raios de improviso
Riscando o céu da poesia.
* * *
Romano do Teixeira
Eu já suspendi um raio
E fiz o vento parar
Já fiz estrela correr
Já fiz o sol quente esfriar
Já segurei uma onça
Para um moleque mamar.
E fiz o vento parar
Já fiz estrela correr
Já fiz o sol quente esfriar
Já segurei uma onça
Para um moleque mamar.
* * *
Anistaldo Lins
Manoel Xudu Sobrinho
Só morreu por ter bebido
Se a fábrica da Pitu
Antes tivesse falido
Era menos prejuízo
Do que Xudu ter morrido.
Só morreu por ter bebido
Se a fábrica da Pitu
Antes tivesse falido
Era menos prejuízo
Do que Xudu ter morrido.
* * *
Manoel Caboclo
O poeta é um repórter
De pensamento ligado
Ouvindo o que o povo diz
Fazendo todo apanhado
E sai contando na rua
Tudo quanto foi passado.
De pensamento ligado
Ouvindo o que o povo diz
Fazendo todo apanhado
E sai contando na rua
Tudo quanto foi passado.
* * *
Assis Coimbra
Sou nordestino, confesso!
Cabôco do pé rachado,
Eu posso ser gente pobre
Do rico ser empregado,
Mas tenho dignidade
E não gosto falsidade,
De “gente” que dá recado.
Cabôco do pé rachado,
Eu posso ser gente pobre
Do rico ser empregado,
Mas tenho dignidade
E não gosto falsidade,
De “gente” que dá recado.
* *
Pinto do Monteiro
Se ninguém envelhecesse
Eu não estava aonde estou
Velho, doente, acabado
Sem saber pra onde vou
Toda alegria que tinha
Veio o tempo e carregou.
Eu não estava aonde estou
Velho, doente, acabado
Sem saber pra onde vou
Toda alegria que tinha
Veio o tempo e carregou.
* * *
Sebastião Dias
Eu também com minha rima
Passei por transformação
Troquei o trote do jegue
Na rapidez do avião
Vim do programa de rádio
E já tô na televisão.
Passei por transformação
Troquei o trote do jegue
Na rapidez do avião
Vim do programa de rádio
E já tô na televisão.
* * *
Dimas Batista
Nasci no sertão, desfrutando as virtudes
Do tempo de inverno, fartura e bonança.
Depois veio a seca, fugiu-me a esperança
Deixando-me assim, de tristeza tão rude.
Vi secos os rios, fontes e açudes.
E eu que gostava tanto de pescar,
Saí pelo mundo tristonho a vagar,
Fui ter numa praia de areias branquinhas
E vendo a beleza das águas marinhas,
Cantei meu galope na beira do mar.
Do tempo de inverno, fartura e bonança.
Depois veio a seca, fugiu-me a esperança
Deixando-me assim, de tristeza tão rude.
Vi secos os rios, fontes e açudes.
E eu que gostava tanto de pescar,
Saí pelo mundo tristonho a vagar,
Fui ter numa praia de areias branquinhas
E vendo a beleza das águas marinhas,
Cantei meu galope na beira do mar.
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