sábado, 9 de janeiro de 2016

UM VELHO SONETO (CARLOS PENA FILHO)
“No pobre e roto azul da tarde antiga
Andavas sobre a relva, à beira d´água.
Eras quase uma inglesa, a tua mágoa
Era serena e só e doce e amiga.
Não sabias do mundo ou do perigo,
Se apascentavas desencantos, era
Porque, afinal, é desencanto a espera
Entre o verde parado e o azul antigo.
Depois, a noite, a branca toalha, a mesa,
Os óculos do pai, a voz do amigo,
A conversa monótona e burguesa.
Enfim, a lua vã, despedaçada
Que entrava pelas frinchas do postigo
No pacífico ardor da madrugada”.

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