sábado, 25 de fevereiro de 2017

LITERATURA DE CORDEL...


* * *
AS CONSEQUÊNCIAS DA COMPRA DO VOTO
Um folheto de Francisco Diniz
Quem negocia seu voto
Prega a corrupção,
Não pode exigir depois
Nenhuma pequena ação
Daquele seu candidato
Que escolheu na eleição.
Aquele que vende o voto
Sem saber faz aumentar
A injustiça social,
Pois não pode nem cobrar
Trabalho do candidato
Depois que este ganhar.
O crápula que compra votos
Do povo não quer saber,
O que ele pretende mesmo
É adquirir o poder
Pra roubar dinheiro público
E assim enriquecer.
O triste que compra voto
Não tem nenhum compromisso
Com saúde, educação
Nem quer saber se há serviço
Pro homem trabalhador
Da favela ou do cortiço.
Cidadão que vende o voto
Por carência ou ingenuidade
É vítima dos poderosos,
Que vêm com ar de bondade,
Disfarçados de cordeiros
Pra esconder toda maldade.
Quem oferece seu voto
Em troca de uma vantagem
Contribui para aumentar
O capitalismo selvagem
Que instalou-se em nosso meio
E é pai da politicagem.
Por isso meu caro amigo
Preste muita atenção,
No dia que for votar
Não se leve por emoção,
Escolha quem é honesto,
Quem ao pobre dá razão.
Quando escolher candidato
Veja bem o seu passado:
Se lutava pelo pobre,
Denunciava o errado,
Se nunca aceita propina,
Se parece equilibrado.
É preciso estar atento
Pra não cair em cilada,
Pois de político esperto
A rua está tomada,
Portanto pense, analise
O que diz o camarada.
Desconfie quando o sujeito
Em tempo de eleição
De repente fica simples,
Vai logo dando-lhe a mão,
Pondo no colo criança
Dizendo cheio de esperança:
É o futuro da nação!
Cuidado com o camarada
Que só vive garantindo
Resolver todo problema,
Que diz nunca está mentindo,
Que dá tapinha nas costas,
Chamando amigo nas portas
E que só vive sorrindo.
Não se engane com o político
Que vive a prometer
Emprego e vida fácil
Depois que ele se eleger,
Isso é conversa pra trouxa
Que não tem o que fazer.
Não deixe o seu lugar
Ser chamado de banal
E não ser reconhecido
Por curral eleitoral
Como quem usa cabresto,
Pois ninguém é animal.
Não faça como José,
Morador da Barra Funda,
Que dizia: – O meu voto,
O de Pretinha e Raimunda
É só pra quem tem dinheiro,
Quem não pensar desse jeito
Leva logo um pé na bunda.
Não imite Severino,
Que no dia da eleição
Andava com os bolsos cheios
Achando-se com razão
Para comprar todo o povo
Que não tinha condição.
Se assim você agir
Com certeza vai sofrer
As conseqüências depois,
O sujeito vai querer
Recuperar seu dinheiro
Quando alcançar o poder.
E logo não vai poder
Fazer o que prometia
E se você reclamar,
Quiser uma benfeitoria
Depressa ele vai falar:
– Po’daqui se retirar
Comprei seu voto, sabia?
É triste a sina de quem
Empresta ou vende o voto.
Joaquim disse: – menino
Eu nunca que me importo
Com essa tal corrupção
Quem me pagar na eleição
Viro ateu ou devoto.
E chegou um candidato
Dirigiu-se a Joaquim:
– Dou-lhe uma chapa novinha
Se você votar em mim,
Compro a de baixo no pleito
E a outra se eu for eleito
Espero não ache ruim.
Veja só o constrangimento
Desse ingênuo eleitor
Ao saber que o candidato
A eleição não ganhou,
Pois ficou sem mastigar
E muita gente zombou.
Há também quem compre voto
Por um quilo de farinha,
Por um par de alpargatas
Ou até mesmo uma galinha
Fazendo o povo objeto
À noite ou de manhãzinha.
Só que todo o corrupto
Age bem a qualquer hora,
Oferece o que tiver,
Mas cobra juro de mora
Do povo quando eleito,
Engana e não vai embora.
Para que tudo isso mude
O povo tem que agir
Em busca de um mundo novo,
Solução é construir
A nossa independência
E sabendo com freqüência
Político sério exigir.
Não é fácil a tarefa,
Mas precisamos tentar
Porque a corrupção
Está em todo lugar,
Para ter um mundo honesto
Fuja de político esperto
E não se venda ao votar!

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