Quando o sol alviçareiro
Emerge à flor do levante,
Elle trina prazenteiro
Um gorgeio inebriante.
Emerge à flor do levante,
Elle trina prazenteiro
Um gorgeio inebriante.
N’uma alegria infinita,
Cantando estrophes amenas,
Alviçareiro saltita,
Orvalhando as louras pennas.
Cantando estrophes amenas,
Alviçareiro saltita,
Orvalhando as louras pennas.
Quando a brisa matutina
Oscula as flores do prado,
Elle solta a chrystallina
Voz de seu ledo trinado.
Oscula as flores do prado,
Elle solta a chrystallina
Voz de seu ledo trinado.
Para o delicado ninho,
Ess’ave, affavel e meiga,
Traz no seu curvo biquinho
Um ramo verde da veiga.
Ess’ave, affavel e meiga,
Traz no seu curvo biquinho
Um ramo verde da veiga.
Ei-lo em prazer dulçoroso
Trinando psalmos de amor,
Pelo rebento mimoso
Das laranjeiras em flor.
Trinando psalmos de amor,
Pelo rebento mimoso
Das laranjeiras em flor.
Um terno e magico encanto
Em meu ser todo se aninha,
Quando ouço o terno canto
D’essa mimosa avezinha.
Em meu ser todo se aninha,
Quando ouço o terno canto
D’essa mimosa avezinha.
E enquanto em flores remanso
Trina esse alado cantor,
Feliz minh’alma, de manso
Gorgeia a estrophe do Amor.
Trina esse alado cantor,
Feliz minh’alma, de manso
Gorgeia a estrophe do Amor.
Açú – 1899
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