Improvisos de João Paraibano:
Vi o fantasma da seca
Ser transportado numa rede
Vi o açude secando
Com três rachões na parede
E as abelhas no velório
Da flor que morreu de sede.
Ser transportado numa rede
Vi o açude secando
Com três rachões na parede
E as abelhas no velório
Da flor que morreu de sede.
Faço da minha esperança
Arma pra sobreviver
Até desengano eu planto
Pensando que vai nascer
E rego com as próprias lágrimas
Pra ilusão não morrer.
Arma pra sobreviver
Até desengano eu planto
Pensando que vai nascer
E rego com as próprias lágrimas
Pra ilusão não morrer.
Estou ficando cansado
O corpo sem energia
Jesus pintou meus cabelos
No final da boemia
Mas na hora de pintar
Esqueceu de perguntar
Qual era a cor que eu queria.
O corpo sem energia
Jesus pintou meus cabelos
No final da boemia
Mas na hora de pintar
Esqueceu de perguntar
Qual era a cor que eu queria.
Toda a noite quando deito
Um pesadelo me abraça
Meu cabelo que era preto
Está da cor de fumaça
Ficou branco após os trinta
Eu não quis gastar com tinta
O tempo pintou de graça.
Um pesadelo me abraça
Meu cabelo que era preto
Está da cor de fumaça
Ficou branco após os trinta
Eu não quis gastar com tinta
O tempo pintou de graça.
Terreno ruim não dá fruto,
por mais que a gente cultive,
no seu céu eu nunca fui,
sua estrela eu nunca tive,
que o espinho não se hospeda,
na mansão que a rosa vive.
por mais que a gente cultive,
no seu céu eu nunca fui,
sua estrela eu nunca tive,
que o espinho não se hospeda,
na mansão que a rosa vive.
Coruja dá gargalhada
Na casa que não tem dono
A borboleta azulada
Da cor de um papel carbono
Faz ventilador das asas
Pra rosa pegar no sono.
Na casa que não tem dono
A borboleta azulada
Da cor de um papel carbono
Faz ventilador das asas
Pra rosa pegar no sono.
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