quarta-feira, 24 de julho de 2013

QUANDO O MAL VENCEU O BEM...POR BERNARDO CELESTINO PIMENTEL.






               No século passado,a esposa de um médico famoso de Natal,um homem culto, erudito, respeitado,pergunta a minha irmã, Ana Pimentel, se ela não conseguiria em Nova Cruz, uma boa empregada,pois ela estava precisando...Ana responde: tem uma empregada ótima, mas é mãe solteira, e está com um bebê...de pronto  a madame responde:não é problema, pode trazer...

               A chegada do bebê naquele lar,restitui ao casal as corres vibrantes da aurora,já no ocaso das suas vidas...de repente, não mais que de repente, o casal se apaixona pela criança, que passa a ser a atração principal da casa dos velhos, e passa a ter berço de ouro....

               A criança vivia num berço dourado, ORNADO DE FINAS RENDAS, na sala principal, adorada tal qual os reis magos adoraram o menino jesus.....

          Mas a  gente cultiva a roseira,e um dia a fogueira queima e destrói...
          Passa a existir um conflito...uma ciumeira da mulher do médico com a empregada....
               Uma manhã,estou dormindo na casa de uma tia, na rua padre Calazanz, que é uma viela, entre a rua Santo Antônio e a rua Padre Pinto...numa casa de porta e janela...eram 5.30 da manhã...escuto batidas na porta da casa...
abro a porta de cima e me deparo com um senhor de facies ilustre, com óculos redondos dourados...o seu facies era de sofrimento...havia chorado muito...seus olhos denunciavam, e sua alma ainda chorava desesperadamente...

O senhor me pergunta: é aqui que se hospeda Ana Maria Pimentel, eu gostaria de falar com ela...respondí: é aqui, mas ela se encontra em Nova Cruz...ele agradeceu e se foi...

Não reconheci naquela figura um dos meus primeiros médicos, que me tratara de bronquite asmática...
          Depois, fiquei sabendo do que se passara....
começou uma ciumeira da madame com a empregada.......até que foi imposta ao médico a pena capital: a expulsão da mãe e da filha...


          A mãe e a filha voltaram para Montanhas....tempos depois, Ana viu a criança, já desfigurada pela pobreza,uma rosa desfolhada...tempos depois a mãe da criança foi assassinada por um amante, e da criança nunca mais  se soube notícias...

               Tenho certeza que toda a vida vitoriosa, de estudos, de erudição  daquele professor, foi destruída na hora que ele teve que apunhalar o seu próprio coração...

A DOR DA ALMA É MAIOR E PROFUNDA, NÃO CICATRIZA COM NADA MATERIAL OU FILOSÓFICO.

         

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