quarta-feira, 2 de novembro de 2016

A POESIA DE CECÍLIA MEIRELES...


VIGÍLIA
Como o companheiro é morto,
todos juntos morreremos
um pouco.
O valor de nossas lágrimas
sobre quem perdeu a vida
não é nada.
Amá-lo, nesta tristeza,
é suspiro numa selva
imensa.
Por fidelidade reta
ao companheiro perdido,
que nos resta?
Deixar-nos morrer um pouco
por aquele que hoje vemos
todo morto.

Cecilia Meireles (Nov/1901 – Nov/1964)

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