A BORBOLÊTA – Anna Lima
Quando a travessa aragem matutina
Ia as aguas do lago despertando,
Ella as azas tão louras agitando
Ia beija a rosa purpurina.
Ia as aguas do lago despertando,
Ella as azas tão louras agitando
Ia beija a rosa purpurina.
Quer no prado ou vergel, quer na campina
Sempre em adejos profugos voando,
Eu a vi quando vinha desabrochando
A flor de luz, a aurora adamantina.
Sempre em adejos profugos voando,
Eu a vi quando vinha desabrochando
A flor de luz, a aurora adamantina.
Era pequena e tão mimosa e leve…
– Parecia-me um sonho côr de neve…
Ou a illusão gentil de algum poeta!
– Parecia-me um sonho côr de neve…
Ou a illusão gentil de algum poeta!
Sempre nas tardes frescas, rumorosas,
Eu prendia umas scismas amorosas
N’aza subtil daquella borbolêta.
Eu prendia umas scismas amorosas
N’aza subtil daquella borbolêta.
Janeiro de 1898
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