quarta-feira, 9 de novembro de 2016

A POESIA DE ANNA LIMA PIMENTEL...


A BORBOLÊTA – Anna Lima


Quando a travessa aragem matutina
Ia as aguas do lago despertando,
Ella as azas tão louras agitando
Ia beija a rosa purpurina.
Quer no prado ou vergel, quer na campina
Sempre em adejos profugos voando,
Eu a vi quando vinha desabrochando
A flor de luz, a aurora adamantina.
Era pequena e tão mimosa e leve…
– Parecia-me um sonho côr de neve…
Ou a illusão gentil de algum poeta!
Sempre nas tardes frescas, rumorosas,
Eu prendia umas scismas amorosas
N’aza subtil daquella borbolêta.
Janeiro de 1898

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