sábado, 24 de setembro de 2016

POESIA...



EU COMO, EU BEBO, EU DURMO E A VIDA PASSO – Abade de Jazente







Eu como, eu bebo, eu durmo e a vida passo 
Ora bem, ora mal, como sucede: 
Tomo tabaco, e chá; e se mo pede 
O génio alguma vez, eu Nize abraço:
As vezes jogo, as vezes versos faço, 
Que mais que a arte a natureza mede: 
E talvez por saber como procede 
Em se mover o Sol círculos traço.
Alguma vez me agrada a soledade, 
Outras vezes a nobre companhia; 
E desta sorte vou passando a idade:
E espero assim que venha a morte fria 
Com o manto da eterna escuridade 
Encobrir-me de todo a luz do dia.

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