Sou o verbo sentir...de repente mergulho na saudade profunda, até das pequenas coisas, que um dia foram grandes...
Está tudo velho,onde um dia já fui novo...
Tudo me faz recordar, tudo foi pouco, a vida é pouca....o prazer é muito pouco...
A Resultante da vida é a solidão...a saudade é o máximo divisor comum...um dia morremos tristes.
Ontem, estacionei o carro numa casa fechada, na rua Nival Cãmara, TIROL, e fiquei me lembrando QUE : Nesta casa morava um casal apaixonado Luciano e Lila, ele aposentado do banco do Brasil...alegre, conversador, gentil, gostava de servir...sempre alguém marcado, pedia lhe para organizar o enterro, na hora h...
Providenciou até o enterro do cunhado, Dr, Araken Irere pinto,que adredemente deu-lhe esta missão...me disse no cafezinho, que gostava de organizar os enterros...
EM um espaço de mais ou menos um ano,morre LILA,escutando o pianista do Midway e agora morrre Luciano...
Ao ficar viuvo entregou a casa a uma construtora para um futuro edificio residencial e foi morar em Nova Parnamirim...não cheguei nem a dar os pêsames a Luciano, que conversava muito comigo no café São Brás, no shoping...Luciano desapareceu antes de morrer...abandonou o Midway, sempre tinha notícias do seu pranto constante...
A casa já cheia de máquinas para a construção,as plantas defiando pelo abandono,fez me doer, arder, chorar por dentro...
Luciano comandava um iceberg de dinheiro da minha tia Carmen Pimentel, por confiança e comodidade dela, eram amissíssimos...coincidentemente, ontem, foi o dia que o iceberg descongelou,e correu águas de dinheiro do inventário da velha tia...brotou agua no meu bolso, nos canyons americanos,nas cacimbas de nova cruz, na rua da aurora, em recife...no lago Paranoá , em nova friburgo...
Parei no tempo, trinta minutos,relembrei do casal unido e alegre,da prestimosidade de Luciano Cãmara,ví as folhas das plantas de sombra soluçando...
AGORA NÃO TEM MAIS CARMEN PIMENTEL,NÃO TEM LUCIANO NEM LILA,e a sua casa e suas plantas voltarão a ser pó, como está escrito...
Somos definitivamente pó...
Somos definitivamente finitos...e esta vontade de ser a dor, acaba me matando.
E na área, que era clara, agora, o Breu das trevas,olhando um jardim triste.
Triste dos que perdem os seus donos...sobretudo os jardins,pois a partir daí começa a morte das sempre vivas, o amor perfeito começa a trair, e as rosas passam a cheirar mal...e todas as explicações são impenetráveis como um peixe.
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