domingo, 1 de outubro de 2017

SONETOS...

SONETO ANTIGO –I
Waldir Ribeiro do Val
Nesse rio que corre, transparente,
Quero lavar meu corpo de pecados.
Às águas descerei, e na corrente
Hei de lavar meus erros bem lavados.
Meu corpo inteiro, minha inteira mente
Ficarão sob as águas, mergulhados,
E o rio irá correndo, eternamente,
Para lançar-se em mares ignorados.
Rio do tempo, rio da esperança,
Rio de mansas e profundas águas,
Rio do esquecimento e da lembrança,
No seu leito sereno me transporte,
Meus prazeres levando e minhas mágoas,
Quer seja para a vida ou para a morte.
SONETO ANTIGO – II
Waldir Ribeiro do Val
A lágrima que rola no meu rosto
É irmã do riso que em meu lábio aflora.
Nascem ambos do amor que me devora,
Amor que é meu prazer e meu desgosto.
A lágrima primeiro, o riso agora,
E outra lágrima após o riso exposto.
Na lágrima a tristeza de um sol-posto,
E no riso a alegria de uma aurora.
Lágrima e riso em minha face: riso
A esperança de um bem que se perdeu;
Lágrima, a flor de ausente paraíso.
Como vos amo, de alma agradecida,
Ó lágrima de dor no rosto meu,
Ó riso de esperança em minha vida.

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