sábado, 28 de outubro de 2017
CONVERSA DE PAI E FILHA...POR ANTONIO MARIA
Conversa - Pai, eu tenho um namorado.
***
Pai, que ouve isso da filha mocinha, pela primeira vez, sente uma dor muito grande. Todo sangue lhe sobe à cabeça, e o chão do mundo roda sob seus pés. Ele pensava, até então, que só a filha dos outros tinha namorado. A sua tem, também. Um namorado presunçosamente homem, sem coração e sem ternura. Um rapazola, banal, que dominará sua filha. Que a beijará no cinema e lhe sentirá o corpo, no enleio da dança. Que lhe fará ciúmes de lágrimas e revolta; pior ainda, de submissão, enganando-a com outras mocinhas. Que, quando sentir os seus ciúmes, com toda certeza, lhe dirá o nome feio e, possivelmente, lhe torcerá o braço. E ela chorará, porque o braço lhe doerá. Mas ela o perdoará no mesmo momento ou, quem sabe, não chegará, sequer, a odiá-lo. E lhe dirá, com o braço doendo ainda: "Gosto de você, mais que de tudo, só de você." Mais que de tudo e mais que dele, o pai, que nunca lhe torceu o braço. Só de você é não dele, o pai. E pensará, o pai, que esse porcaria de rapaz fará a filha mocinha beber whisky, e ela, que é mocinha, ficará tonta, com o estomâgo às voltas. Mas terá que sorrir. E tudo o que conseguir dela será, somente, para contar aos amigos, com quem permuta as galolices sobre suas namoradas. Ah! O pai se toma da imensa vontade de abraçar-se à filha mocinha e pedir-lhe que não seja de ninguém. De abraçá-la e rogar a Deus que os mate, aos dois, assim, abraçados, ali mesmo, antes que torça o bracinho da filha. Como é absurda e egoisticamente irracional amor de pai! Mais que ódio de fera. Ele sabe disso e se sente um coitado. Embora sem evitar que todos esses medos, iras e zelos passem por sua cabeça, tem que saber que sua filha é igual à filha dos outros; e, como a filha dos outros, será beijada na boca. Ele, o pai, beijou a filha dos outros. Disse-lhe, com ciúme, o nome feio. E torceu-lhe o braço, até doer. Nunca pensou que sua namorada fosse filha de ninguém. Ele, o pai, humanamente lamentável, lamentavelmente humano. Ele, o pai, tem, agora, que olhar a filha com o maior de todos os carinhos e sorrir-lhe um sorriso completo de bem-querer, para que ela, em nenhum momento, sinta que está sendo perdoada. Protegida, sim. Amada, muito mais. E, quando ela repetir que tem um namorado, dizer-lhe apenas:
***
- Queira bem a ele, minha filha.
Antônio Maria
***
Pai, que ouve isso da filha mocinha, pela primeira vez, sente uma dor muito grande. Todo sangue lhe sobe à cabeça, e o chão do mundo roda sob seus pés. Ele pensava, até então, que só a filha dos outros tinha namorado. A sua tem, também. Um namorado presunçosamente homem, sem coração e sem ternura. Um rapazola, banal, que dominará sua filha. Que a beijará no cinema e lhe sentirá o corpo, no enleio da dança. Que lhe fará ciúmes de lágrimas e revolta; pior ainda, de submissão, enganando-a com outras mocinhas. Que, quando sentir os seus ciúmes, com toda certeza, lhe dirá o nome feio e, possivelmente, lhe torcerá o braço. E ela chorará, porque o braço lhe doerá. Mas ela o perdoará no mesmo momento ou, quem sabe, não chegará, sequer, a odiá-lo. E lhe dirá, com o braço doendo ainda: "Gosto de você, mais que de tudo, só de você." Mais que de tudo e mais que dele, o pai, que nunca lhe torceu o braço. Só de você é não dele, o pai. E pensará, o pai, que esse porcaria de rapaz fará a filha mocinha beber whisky, e ela, que é mocinha, ficará tonta, com o estomâgo às voltas. Mas terá que sorrir. E tudo o que conseguir dela será, somente, para contar aos amigos, com quem permuta as galolices sobre suas namoradas. Ah! O pai se toma da imensa vontade de abraçar-se à filha mocinha e pedir-lhe que não seja de ninguém. De abraçá-la e rogar a Deus que os mate, aos dois, assim, abraçados, ali mesmo, antes que torça o bracinho da filha. Como é absurda e egoisticamente irracional amor de pai! Mais que ódio de fera. Ele sabe disso e se sente um coitado. Embora sem evitar que todos esses medos, iras e zelos passem por sua cabeça, tem que saber que sua filha é igual à filha dos outros; e, como a filha dos outros, será beijada na boca. Ele, o pai, beijou a filha dos outros. Disse-lhe, com ciúme, o nome feio. E torceu-lhe o braço, até doer. Nunca pensou que sua namorada fosse filha de ninguém. Ele, o pai, humanamente lamentável, lamentavelmente humano. Ele, o pai, tem, agora, que olhar a filha com o maior de todos os carinhos e sorrir-lhe um sorriso completo de bem-querer, para que ela, em nenhum momento, sinta que está sendo perdoada. Protegida, sim. Amada, muito mais. E, quando ela repetir que tem um namorado, dizer-lhe apenas:
***
- Queira bem a ele, minha filha.
Antônio Maria
COM BEIJOS....
No teu beijo Deus bota uma mistura
Que imitá-lo eu acho tão custoso
O teu beijo pra mim é mais gostoso,
Que uma manga depois que está madura.
Porque ele pra mim tem mais doçura
Que o miolo da própria melancia
Eu beijei o teu rosto e não sabia,
Que o teu cheiro ficava em minha face
Se o teu beijo matasse quem beijasse
Eu beijava sabendo que morria.
Que imitá-lo eu acho tão custoso
O teu beijo pra mim é mais gostoso,
Que uma manga depois que está madura.
Porque ele pra mim tem mais doçura
Que o miolo da própria melancia
Eu beijei o teu rosto e não sabia,
Que o teu cheiro ficava em minha face
Se o teu beijo matasse quem beijasse
Eu beijava sabendo que morria.
OS MARSUPIAIS...POR BERNARDO CELESTINO PIMENTEL.
A CASSE DOS MAMÍFEROS POSSUEM MUITAS ORDENS...
UMA DAS ORDENS SÃO REPRESENTADOS PELOS CANGURUS...
OS MARSUPIAIS POSSUEM UMA BOLSA NO ABDOME, COM
UMA ABERTURA PARA AGASALHAR OS FILHOTES, ONDE ELES MAMAM...
OS MARSUPIAIS SE DESENVOLVERAM E SE ADAPTARAM BEM NA AUSTRÁLIA, LUGAR DE MUITOS E MÚLTIPLOS CANGURUS...TODOS SÃO MARSUPIAIS...
ESTA CAVIDADE NATURAL CHAMA-SE MARSÚPIO, DAÍ O NOME MARSUPIAIS...
OS FILHOTES COMPLETAM O SEU DESENVOLVIMENTO DENTRO DO MARSÚPIO...
NO BRASIL, OS MARSUPIAIS ESTÃO REPRESENTADOS PELOS TIMBUS OU GAMBÁS...
EXISTE INCLUSIVE NO AGRESTE POTIGUAR...
ENTRE SANTO ANTÔNIO E BREJINHO, PASSAGEM, VIMOS VEZ EM QUANDO O TIMBU...
O TIMBU É UM PREDADOR NATURAL DAS GALINHAS...
SEMPRE ENCONTRO UM TIMBU NAS ESTRADAS DO AGRESTE...
O TIMBU PARECE UM RATO GRANDE DE ÓCULOS...
VEJA ABAIXO UMA FOTO INUSITADA:
UM TIMBU COM A SUA NINHADA,CARREGADA NO PRÓPRIO CORPO...
EM NOVA CRUZ, QUANDO SE FLATULA MUITO FEDORENTO,A GENTE PERGUNTA: COMESTES UM FILHOTE DE TIMBU ?
UMA DAS ORDENS SÃO REPRESENTADOS PELOS CANGURUS...
OS MARSUPIAIS POSSUEM UMA BOLSA NO ABDOME, COM
UMA ABERTURA PARA AGASALHAR OS FILHOTES, ONDE ELES MAMAM...
OS MARSUPIAIS SE DESENVOLVERAM E SE ADAPTARAM BEM NA AUSTRÁLIA, LUGAR DE MUITOS E MÚLTIPLOS CANGURUS...TODOS SÃO MARSUPIAIS...
ESTA CAVIDADE NATURAL CHAMA-SE MARSÚPIO, DAÍ O NOME MARSUPIAIS...
OS FILHOTES COMPLETAM O SEU DESENVOLVIMENTO DENTRO DO MARSÚPIO...
NO BRASIL, OS MARSUPIAIS ESTÃO REPRESENTADOS PELOS TIMBUS OU GAMBÁS...
EXISTE INCLUSIVE NO AGRESTE POTIGUAR...
ENTRE SANTO ANTÔNIO E BREJINHO, PASSAGEM, VIMOS VEZ EM QUANDO O TIMBU...
O TIMBU É UM PREDADOR NATURAL DAS GALINHAS...
SEMPRE ENCONTRO UM TIMBU NAS ESTRADAS DO AGRESTE...
O TIMBU PARECE UM RATO GRANDE DE ÓCULOS...
VEJA ABAIXO UMA FOTO INUSITADA:
UM TIMBU COM A SUA NINHADA,CARREGADA NO PRÓPRIO CORPO...
EM NOVA CRUZ, QUANDO SE FLATULA MUITO FEDORENTO,A GENTE PERGUNTA: COMESTES UM FILHOTE DE TIMBU ?
sexta-feira, 27 de outubro de 2017
SOBRE O HOMEM E OS SEUS RIOS...POR BERNARDO CELESTINO PINMENTEL
TODO HOMEM TEM UMA TERRA, UM AMOR E UM RIO...
EU TENHO TRÊS RIOS, ONDE JÁ DEPOSITEI A MINHA ANGUSTIA E A MINHA ESPERANÇA...
QUANDO CRIANÇA,PESCAVA PIABA NO CURIMATAÚ,COM UMA GARRAFA DE VINHO SECA, COM O FUNDO CÔNCAVO...NESTA ÉPOCA,AINDA NÃO CONHECIA A MALDADE...
DEPOIS, VIM PRO RIO JACÚ, EM SANTO ANTÔNIO, ONDE DURANTE DEZ ANOS, DEPOSITEI A MINHA EUFORIA E VIVACIDADE DE MÉDICO RECÉM SAÍDO DE UMA RESIDENCIA DE CIRURGIA...CONHECÍ A ONÇA E O PREÁ...E A ONÇA SALTAVA E MORDIA...
ATAVICAMENTE , TRAGO DENTRO DE MIM O RIO POTENGÍ, QUE MINHA MÃE AMAVA,E ERA TÃO CANTADO POR DEOLINDO LIMA, NA CANÇÃO PRAIEIRA, DE OTONIEL MENEZES...
SE FOSSE UM ESCAFRANDISTA, E PUDESSE MERGULHAR NA IMENSIDÃO DO POTENGÍ, ENCONTRARIA OS SONHOS DE ARSÊNIO CELESTINO PIMENTEL, O MEU Bisavô, O PORTUGUÊS, QUE GANHOU DO GOVERNADOR, A SUA MARGEM ESQUERDA, E LÁ, ENSINAVA PIANO E CONSULTAVA...
ENCONTRARIA OS ALFARRÁBIOS DE MEU AVÔ , CELESTINO PIMENTEL,COM AS SUAS CONFIDÊNCIAS, OS SEUS SONHOS, PEDAÇOS DO ATHENEU, E OUTROS SEUS AMORES...
ENCONTRARIA POEMAS DA MINHA AVÓ, ANA LIMA, QUE TERMINARAM NO FUNDO DO RIO,DEPOIS DA SUA CURTA EXISTÊNCIA,BEIJANDO VERBENAS...
A OBRA MAIS BONITA DE NATAL É A PONTE NEWTON NAVARRO...
PORÉM QUEM DÁ A SUA BELEZA , É AQUELE ABRAÇO QUE O RIO POTENGÍ DÁ NO MAR...
ENTREGANDO A SUA DOÇURA, A AMARGURA SALGADA DO MAR...
PORÉM QUEM DÁ A SUA BELEZA , É AQUELE ABRAÇO QUE O RIO POTENGÍ DÁ NO MAR...
ENTREGANDO A SUA DOÇURA, A AMARGURA SALGADA DO MAR...
COMO UM HOMEM TAMBÉM SE ENTREGA AO SEU DESTINO,ESQUECENDO ANTIGOS SONHOS,MATANDO AMORES,E PASSANDO A SER UMA MISTURA DE ÁGUAS, DE SONHOS, ESPERANÇAS E FRUSTAÇÔES...
UM HOMEM SE PARECE COM UM RIO,SEGUINDO A SUA DESTINAÇÃO,PREDESTINADA...
UM HOMEM SE PARECE COM UM RIO,SEGUINDO A SUA DESTINAÇÃO,PREDESTINADA...
AS VEZES,ATRAVESSO A PONTE DE TODOS,PARA SAIR UM POUCO DE MIM, E VER NATAL DE LONGE...
QUANDO VOLTO DA REDINHA, AVISTO DO MEIO DA PONTE UM POEMA DE NAVARRO, QUE É A BELEZA DA PRÓPRIA CIDADE...
ENXERGO NAS SUAS ÁGUAS OS POETAS, QUE COMO NEWTON NAVARRO, FAZIAM DA RIBEIRA A SUA ARCÁDIA,E TODAS AS LÁGRIMAS E SONHOS ERAM DEPOSITADAS,NO RIO POTENGÍ,NAS MADRUGADAS ONDE MORRIAM AS PAIXÕES SEM AMANHÃ...
ENXERGO NAS SUAS ÁGUAS OS POETAS, QUE COMO NEWTON NAVARRO, FAZIAM DA RIBEIRA A SUA ARCÁDIA,E TODAS AS LÁGRIMAS E SONHOS ERAM DEPOSITADAS,NO RIO POTENGÍ,NAS MADRUGADAS ONDE MORRIAM AS PAIXÕES SEM AMANHÃ...
O RIO CARREGAVA PARA O MAR TODOS OS SONHOS,TODAS AS JURAS, TODOS OS BEIJOS, QUE ERAM DESPEJADOS NA RIBEIRA DE ANTIGAMENTE...
ME SENTÍ NA OBRIGAÇÃO DE CANTAR O POTENGÍ, O RIO DE CÃMARA CASCUDO,O RIO DESTA CIDADE,QUE A VEJO DELICIOSA COMO UM PÃO DE LÓ...E AÍ FUI NOSTÁLGICO...REVÍ ANTIGAS MESAS FARTAS...
É FELIZ O HOMEM QUE CANTA A SUA CIDADE E O SEU RIO...
QUE DEPOSITA NAS SUAS ÁGUAS AS SUAS MÁGOAS E SONHOS,
E AO CHEGAR NA SUA FOZ, TROCA TODAS AS SUAS ANGÚSTIAS PELA ESPERANÇA...
IMORTALIZANDO-A...
E AO CHEGAR NA SUA FOZ, TROCA TODAS AS SUAS ANGÚSTIAS PELA ESPERANÇA...
IMORTALIZANDO-A...
E VENDO O MAR COMO EU VEJO:
A TOALHA AZUL QUE FORRA O ALTAR DE DEUS...
CUJOS OLHOS ESTÃO EM TODOS OS LUGARES, CONTEMPLANDO O BEM E O MAL...
quinta-feira, 26 de outubro de 2017
MAIS UMA MÍSTICA: SEMEAR...
Um rapaz entrou numa Loja e viu um senhor no balcão.
Maravilhado com a beleza do lugar, perguntou:
- Senhor, o que se vende aqui?
- Os dons de Deus. Respondeu-lhe o senhor.
- Quanto custam? - voltou a perguntar.
- Não custam nada. Aqui tudo é de graça!
O rapaz contemplou a Loja e viu que haviam jarros de amor, vidros de fé, pacotes de esperança, caixinhas da salvação, muita sabedoria, fardos de perdão, pacotes grandes de paz e muitos outros dons.
O rapaz, maravilhado com tudo aquilo, pediu:
- Por favor, quero o maior jarro de amor, todos os fardos de perdão e um vidro grande de fé, para mim, meus amigos e família.
Então o senhor preparou tudo e entregou-lhe um pequeno embrulho que cabia na palma da sua mão.
INCRÉDULO, o rapaz disse:
- Mas como pode estar aqui tudo o que pedi?
Sorrindo, o gentil senhor lhe respondeu:
- Meu respeitável Irmão, na Loja de Deus não vendemos frutos! Só Sementes! Plante-as !
Maravilhado com a beleza do lugar, perguntou:
- Senhor, o que se vende aqui?
- Os dons de Deus. Respondeu-lhe o senhor.
- Quanto custam? - voltou a perguntar.
- Não custam nada. Aqui tudo é de graça!
O rapaz contemplou a Loja e viu que haviam jarros de amor, vidros de fé, pacotes de esperança, caixinhas da salvação, muita sabedoria, fardos de perdão, pacotes grandes de paz e muitos outros dons.
O rapaz, maravilhado com tudo aquilo, pediu:
- Por favor, quero o maior jarro de amor, todos os fardos de perdão e um vidro grande de fé, para mim, meus amigos e família.
Então o senhor preparou tudo e entregou-lhe um pequeno embrulho que cabia na palma da sua mão.
INCRÉDULO, o rapaz disse:
- Mas como pode estar aqui tudo o que pedi?
Sorrindo, o gentil senhor lhe respondeu:
- Meu respeitável Irmão, na Loja de Deus não vendemos frutos! Só Sementes! Plante-as !
🌿🌿🍊semear🍊🌿🌿 é o segredo.
segunda-feira, 23 de outubro de 2017
FUNERAL DE UM LAVRADOR...CHICO BUARQUE
Esta cova em que estás com palmos medida
É a conta menor que tiraste em vida
É a conta menor que tiraste em vida
É a conta menor que tiraste em vida
É a conta menor que tiraste em vida
É de bom tamanho nem largo nem fundo
É a parte que te cabe deste latifúndio
É a parte que te cabe deste latifúndio
É a parte que te cabe deste latifúndio
É a parte que te cabe deste latifúndio
Não é cova grande, é cova medida
É a terra que querias ver dividida
É a terra que querias ver dividida
É a terra que querias ver dividida
É a terra que querias ver dividida
É uma cova grande pra teu pouco defunto
Mas estarás mais ancho que estavas no mundo
estarás mais ancho que estavas no mundo
Mas estarás mais ancho que estavas no mundo
estarás mais ancho que estavas no mundo
É uma cova grande pra teu defunto parco
Porém mais que no mundo te sentirás largo
Porém mais que no mundo te sentirás largo
Porém mais que no mundo te sentirás largo
Porém mais que no mundo te sentirás largo
É uma cova grande pra tua carne pouca
Mas a terra dada, não se abre a boca
É a conta menor que tiraste em vida
É a parte que te cabe deste latifúndio
É a terra que querias ver dividida
Estarás mais ancho que estavas no mundo
Mas a terra dada, não se abre a boca.
Mas a terra dada, não se abre a boca
É a conta menor que tiraste em vida
É a parte que te cabe deste latifúndio
É a terra que querias ver dividida
Estarás mais ancho que estavas no mundo
Mas a terra dada, não se abre a boca.
AINDA SOBRE O CERIMONIAL DA MORTE...POR BERNARDO CELESTINO PIMENTEL.
Me encontro cansado, mas a ansiedade e a curiosidade me deixam aceso como um círio, que não se apaga com ventania...
Acabo de chegar do cemitério...vim pra casa, após o meu sepultamento...sou movido pela curiosidade que sempre me definiu...quero ver o que fica do que se pensa que acabou...
Estou mais ansioso do que cansado...temo ser reconhecido, como se um morto pudesse ser visto entre os seus no post morte...
temo encontrar um vidente e me dedurar, e eu ficar sem graça entre os vivos...
Começo a escutar o que se diz nas pequenas rodas de amigos:não sabia que era tão bom...
não sabia que possuía tantas qualidades humanas louváveis...
Era um homem bonito, gentil. de muita fé,difícil de ser reposto nas prateleiras do mundo...
Estou me achando parecido com Brás Cubas, de Machado de Assis, seria uma imitação, ou mais outra maneira de querer ver o que se supõe que acabou...
Me aproximo de cada cachorro meu...meu grande patrimônio afetivo durante toda a minha vida...os cachorros me fitam, eles sim, me sacaram, mas me olham, me cheiram e me traduzem uma certa dúvida...uma indiferença...São AS FIGURAS MAIS TRISTES DA CENA...estão mortos também...um cachorro morre com o seu dono.
Estou vivendo um estado indescritível, onde se vê, se sente,mas não se comunica, não se interage...é por isto que ninguém dá notícia da morte...ninguém fala do depois que morreu...
Não me encontro deprimido...estou ansioso...ávido em saber que tenho que voltar e dormir no meu túmulo implacavelmente...perdi o medo de tudo...um morto nada teme...
sinto me picado, assado, a pele rachando, começaram as autólises do protoplasma, das células....evito espiá las...mas me sinto a cada hora mas leve...a massa está se consumindo...deve ser os pródromos para subir e flutuar até o céu...o que restar de mim veio do pó e se transformará em pó...estava escrito...já não sinto nenhum odor...não tenho saudades...não preciso voltar...é uma viagem unidirecional, essencial á vida, justa...
o que era da vida passou...todos os problemas eram sonhos...todas as dores eram psíquicas, vindas da angústia gerada PELA TRISTEZA QUE SUJA O MUNDO...ao longe escuto os sinos, hoje eles dobram por mim...amanhã tocarão para você...tenho certeza...
Estou falando de uma situação que será fatal e insubstituível no desenrrolar da vida de cada um...não existe escape... não pode ser adiada...é o dia fatal...
È por isso que o anel de São Francisco de Assis era uma caveira, cujo objetivo era lembra-lo que um dia, a morte...
Acabo de chegar do cemitério...vim pra casa, após o meu sepultamento...sou movido pela curiosidade que sempre me definiu...quero ver o que fica do que se pensa que acabou...
Estou mais ansioso do que cansado...temo ser reconhecido, como se um morto pudesse ser visto entre os seus no post morte...
temo encontrar um vidente e me dedurar, e eu ficar sem graça entre os vivos...
Começo a escutar o que se diz nas pequenas rodas de amigos:não sabia que era tão bom...
não sabia que possuía tantas qualidades humanas louváveis...
Era um homem bonito, gentil. de muita fé,difícil de ser reposto nas prateleiras do mundo...
Estou me achando parecido com Brás Cubas, de Machado de Assis, seria uma imitação, ou mais outra maneira de querer ver o que se supõe que acabou...
Me aproximo de cada cachorro meu...meu grande patrimônio afetivo durante toda a minha vida...os cachorros me fitam, eles sim, me sacaram, mas me olham, me cheiram e me traduzem uma certa dúvida...uma indiferença...São AS FIGURAS MAIS TRISTES DA CENA...estão mortos também...um cachorro morre com o seu dono.
Estou vivendo um estado indescritível, onde se vê, se sente,mas não se comunica, não se interage...é por isto que ninguém dá notícia da morte...ninguém fala do depois que morreu...
Não me encontro deprimido...estou ansioso...ávido em saber que tenho que voltar e dormir no meu túmulo implacavelmente...perdi o medo de tudo...um morto nada teme...
sinto me picado, assado, a pele rachando, começaram as autólises do protoplasma, das células....evito espiá las...mas me sinto a cada hora mas leve...a massa está se consumindo...deve ser os pródromos para subir e flutuar até o céu...o que restar de mim veio do pó e se transformará em pó...estava escrito...já não sinto nenhum odor...não tenho saudades...não preciso voltar...é uma viagem unidirecional, essencial á vida, justa...
o que era da vida passou...todos os problemas eram sonhos...todas as dores eram psíquicas, vindas da angústia gerada PELA TRISTEZA QUE SUJA O MUNDO...ao longe escuto os sinos, hoje eles dobram por mim...amanhã tocarão para você...tenho certeza...
Estou falando de uma situação que será fatal e insubstituível no desenrrolar da vida de cada um...não existe escape... não pode ser adiada...é o dia fatal...
È por isso que o anel de São Francisco de Assis era uma caveira, cujo objetivo era lembra-lo que um dia, a morte...
domingo, 22 de outubro de 2017
A CRÔNICA DA SEMANA...POR BERNARDO CELESTIN O PIMENTEL.
Passei a noite de plantão e amanheci na feira livre... a feira da rua São José...
Tenho paixão pelas feiras...continuo um menino de feira...nem a universidade me afastou da querencia das feiras...da simpatia das feiras...da vida á tona que se palpa nas feiras livres...
De um modo geral, nas feiras livres não chegou computador, notebooke nem o zap zap...
As pessoas tem as canelas no chão e ligeiras, é a sobrevivência...uns desejam uns trocados para viver a semana, outros querem a doçura das frutas,outros querem a medicina das verduras, outros querem esquecer a sua dor...e outros apenas, desfilam a sua indiferença diante do alvoroço e a pressa da vida...
Paro inicialmente num velho, já meu parceiro, que me vende uns cds bem baratos...
O velho sabe que adoro sanfoneiro, e coloca os solos de sanfona para eu escutar...eu escuto, como quem está lavando o espírito da anguústia que suja o mundo...me refaço...como preciso de música...como preciso de coisas simples...como preciso da beleza dos vegetais frescos, exuberantes, que me refletem a imagem de Deus...
Atravessei oceanos, atravessei salas de aulas, academias, mas não me separei do menino de Nova Cruz , O MENINO DA SUA MÃE...VOU MORRER ASSIM, simples,ingenuo, solene para as coisas da ALMA, para as coisas do espírito, ajoelhando a alma quando beijo um filho...quando faço justiça...e com um coração chorando quando deslizo diante das minhas convicções...
De repente, um homem numa cadeira de rodas...deformado pela doença...eu digo: olhe como termina quem tem artrite reumatóide de longo tempo...articulações deformadas...sem movimentos...
PENSEI E DISSE A MIM MESMO, VOU COMPRAR UM CADERNO DE CALIGRAFIA, PARA ESCREVER PRO RESTO DA VIDA:
A MELHOR COISA DA VIDA É A SAÚDE...
MEU LEITOR, todo dia faça uma caligrafia: a melhor coisa do mundo é a saúde...
Como perdemos tempo nos preocupando com problemas que na prática não nos prejudica em nada...
Como perdemos tempo deglutindo um passado triste , que nada mais é do que uma roupa , que não nos serve mais...
Nunca fique triste por que não roubou dinheiro público...
Jamais tenha inveja de Gedel...
Esqueça este presidente sórdido chadado Michel Temer...ele está no fim...ele é inconsistente...ele só engana os incautos...um homem sem amanhã.
ELES SÃO MUITOS MAS NÃO PODEM VOAR...
Procure, antes de tudo, o reino de deus e a sua justiça, e tudo lhe será dado por acréscimo...
faça a sua caligrafia diária:vinte vezes, a melhor coisa da vida é a saúde...
Se um dia lhe faltar a carne, compre osso e ponha dentro da sopa...
tenham um bom domingo e se impressione com isto:
a melhor coisa do mundo é a saúde...
UM BEIJO AFETUOSO EM CADA MEU LEITOR.
P.S: ME ENCONTRO COM UM CONHECIDO, DUAS VEZES MAIS VELHO DO QUE EU,ENVELHECIDO, CHEIO DE RUGAS ATÉ O INDEX,ME CUMPRIMENTA: OI TIO...TUDO BEM...EU RESPONDI, MAS FIQUEI UM POUCO PUTO E DISSE O QUE MINHA BABÁ, IRACEMA, ME DIZIA:
A GENTE VER CARRAPATO COM TOSSE E MUCURANA COM COCEIRA...RS...
quinta-feira, 12 de outubro de 2017
sexta-feira, 6 de outubro de 2017
SOBRE A QUEDA DE MICHEL TEMER...
* * *
Luiz Ferreira Lima (Liminha)
Cai a chuva no sertão
Cai o palhaço do palco
Cai a tinta no decalco
Cai o jumento no chão
Cai o preço do feijão
Cai o artista em cena
Cai o pivô da antena
Cai a arca do “Sinai”
Mas Michel Temer não cai
Nem com a gota serena.
Cai o palhaço do palco
Cai a tinta no decalco
Cai o jumento no chão
Cai o preço do feijão
Cai o artista em cena
Cai o pivô da antena
Cai a arca do “Sinai”
Mas Michel Temer não cai
Nem com a gota serena.
Cai a árvore na cidade
Cai a lata de azeite
Cai o mosquito no leite
Cai a coroa do frade
Cai raio na tempestade
Cai Silvio Santos e Datena
Cai o galho da verbena
Cai no penhasco o “bonsai”
Mas Michel Temer não cai
Nem com a gota serena.
Cai a lata de azeite
Cai o mosquito no leite
Cai a coroa do frade
Cai raio na tempestade
Cai Silvio Santos e Datena
Cai o galho da verbena
Cai no penhasco o “bonsai”
Mas Michel Temer não cai
Nem com a gota serena.
Cai do pescoço a corrente
Cai o menino no rio
Cai o carro no desvio
Cai o guiso da serpente
Cai o cabelo no pente
Cai o chinês em Xangai
Cai o tio e cai o pai
Cai o toucinho na brasa
Mas nem com o “caray” de asa
O Michel Temer não cai.
Cai o menino no rio
Cai o carro no desvio
Cai o guiso da serpente
Cai o cabelo no pente
Cai o chinês em Xangai
Cai o tio e cai o pai
Cai o toucinho na brasa
Mas nem com o “caray” de asa
O Michel Temer não cai.
Cai o Collor no lixão
Cai o Cunha acabrunhado
Cai o Aécio cagado
Cai Jucá no mensalão
Cai a bandeja da mão
Cai o peso no Uruguai
Cai o hotel em Dubai
Cai bomba na faixa de gaza
Mas nem com o “caray” de asa
O Michel Temer não cai.
Cai o Cunha acabrunhado
Cai o Aécio cagado
Cai Jucá no mensalão
Cai a bandeja da mão
Cai o peso no Uruguai
Cai o hotel em Dubai
Cai bomba na faixa de gaza
Mas nem com o “caray” de asa
O Michel Temer não cai.
domingo, 1 de outubro de 2017
SONETOS...
SONETO ANTIGO –I
Waldir Ribeiro do Val
Waldir Ribeiro do Val
Nesse rio que corre, transparente,
Quero lavar meu corpo de pecados.
Às águas descerei, e na corrente
Hei de lavar meus erros bem lavados.
Meu corpo inteiro, minha inteira mente
Ficarão sob as águas, mergulhados,
E o rio irá correndo, eternamente,
Para lançar-se em mares ignorados.
Rio do tempo, rio da esperança,
Rio de mansas e profundas águas,
Rio do esquecimento e da lembrança,
No seu leito sereno me transporte,
Meus prazeres levando e minhas mágoas,
Quer seja para a vida ou para a morte.
Quero lavar meu corpo de pecados.
Às águas descerei, e na corrente
Hei de lavar meus erros bem lavados.
Meu corpo inteiro, minha inteira mente
Ficarão sob as águas, mergulhados,
E o rio irá correndo, eternamente,
Para lançar-se em mares ignorados.
Rio do tempo, rio da esperança,
Rio de mansas e profundas águas,
Rio do esquecimento e da lembrança,
No seu leito sereno me transporte,
Meus prazeres levando e minhas mágoas,
Quer seja para a vida ou para a morte.
SONETO ANTIGO – II
Waldir Ribeiro do Val
Waldir Ribeiro do Val
A lágrima que rola no meu rosto
É irmã do riso que em meu lábio aflora.
Nascem ambos do amor que me devora,
Amor que é meu prazer e meu desgosto.
A lágrima primeiro, o riso agora,
E outra lágrima após o riso exposto.
Na lágrima a tristeza de um sol-posto,
E no riso a alegria de uma aurora.
Lágrima e riso em minha face: riso
A esperança de um bem que se perdeu;
Lágrima, a flor de ausente paraíso.
Como vos amo, de alma agradecida,
Ó lágrima de dor no rosto meu,
Ó riso de esperança em minha vida.
É irmã do riso que em meu lábio aflora.
Nascem ambos do amor que me devora,
Amor que é meu prazer e meu desgosto.
A lágrima primeiro, o riso agora,
E outra lágrima após o riso exposto.
Na lágrima a tristeza de um sol-posto,
E no riso a alegria de uma aurora.
Lágrima e riso em minha face: riso
A esperança de um bem que se perdeu;
Lágrima, a flor de ausente paraíso.
Como vos amo, de alma agradecida,
Ó lágrima de dor no rosto meu,
Ó riso de esperança em minha vida.
SOLIDÃO...
IMAGENS E REFLEXÕES SOBRE A SOLIDÃO
Marguerite, 1918 - De Guy Rose
A solidão é a sorte de todos os espíritos excepcionais.
(Arthur Schopenhauer)
Automat, 1927 - De Edward Hopper
“Quem, portanto, não ama a solidão,
também não ama a liberdade:
apenas quando se está só é que se está livre [...]
Cada um fugirá, suportará ou amará a solidão
na proporção exata do valor da sua personalidade.
Pois, na solidão, o indivíduo mesquinho
sente toda a sua mesquinhez,
o grande espírito, toda a sua grandeza;
numa palavra: cada um sente o que é.”
(ARTHUR SCHOPENHAUER)
A lover of Dickens - Charles Spencelayh
O segredo de uma velhice agradável
consiste apenas na assinatura
de um honroso pacto com a solidão.
(Gabriel García Márquez)
***
Bete providenciou tudo sozinha: bolo, salgadinhos, vela,
flores e mensagens. Foi o aniversário mais feliz de sua vida.
Por orlando Silveira
POESIA
CANÇÃO DO CORAÇÃO
Fernando Mendes Vianna
Fernando Mendes Vianna
Coração, cavalo verde
com espumas, vento e mar.
Coração, cavalo verde,
teu galope é navegar.
Da esmeralda, este cavalo
me conduz até o gral.
Meu destino é galopá-lo
e desvendar o animal.
Ó cavalo da esperança,
que ânsias na sua crina!
Que importa se ele me cansa:
galopá-lo é minha sina.
Coração, cavalo verde
Com espumas, vento e mar.
Coração, cavalo verde,
teu galope é navegar.
com espumas, vento e mar.
Coração, cavalo verde,
teu galope é navegar.
Da esmeralda, este cavalo
me conduz até o gral.
Meu destino é galopá-lo
e desvendar o animal.
Ó cavalo da esperança,
que ânsias na sua crina!
Que importa se ele me cansa:
galopá-lo é minha sina.
Coração, cavalo verde
Com espumas, vento e mar.
Coração, cavalo verde,
teu galope é navegar.
A POESIA DE CARLOS PENA FILHO...
SONETO – Carlos Pena Filho
Por trás do musgo silencioso e espesso,
que cresce no teu ventre desolado,
nasce um mundo obscuro e inusitado
que eu não sei se mereço ou desmereço,
que cresce no teu ventre desolado,
nasce um mundo obscuro e inusitado
que eu não sei se mereço ou desmereço,
Sei apenas que às vezes, quando teço
canções noturnas do prazer frustrado,
sou, nem sei por que sombras, exilado
para além do meu fim e meu começo.
canções noturnas do prazer frustrado,
sou, nem sei por que sombras, exilado
para além do meu fim e meu começo.
Esse teu mundo, concha que é morada
de anêmonas e polvos, é mais raro
que a luz de Deus na noite abandonada.
de anêmonas e polvos, é mais raro
que a luz de Deus na noite abandonada.
E é por isso talvez que não se entrega
e me deixa a esperar teu corpo claro
de fêmea esquiva que ao prazer se nega.
e me deixa a esperar teu corpo claro
de fêmea esquiva que ao prazer se nega.
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