quarta-feira, 23 de outubro de 2019
SEM MEDO DE ME TORNAR VIDRAÇAS...POR BERNARDO CELESTINO PIMENTEL.
Quando a gente tira aquele cartão de idosos, usado nos estacionamentos, há qualquer coisa de mudança no nosso estado psíquico:você agora é idoso, por mais que o espírito não esteja pronto.
Aos poucos você percebe que os relógios giram os seus ponteiros pra trás, e as escadas fogem dos seus pés...
Aos poucos vai percebendo que suas vestes se escondem dentro das suas malas,se auto empacotam, e algumas delas fecham , sozinhas as suas trancas...
surpreende seus sonhos correndo e se escondendo dentro de impenetráveis e inacessíveis Baús...devagar, lentamente, as coisas mudam...a vida muda, apesar do seu fingimento para desmentir o que o seu coração percebe...
Um dia você percebe que antes mijava no chapéu e que agora está mijando na meia, mesmo fingindo nas academias...
Constata se uma profunda alteração no seu eu...falta-lhe o eu, e este eu era TUDO...
Ratifica-se o que falava Fernando Pessoa:
EU VEJO-ME E ESTOU SEM MIM,
CONHEÇO-ME MAIS NÃO SOU EU...
Ai quem me dera o tempo,quando o sorriso dos meus lábios eram acompanhados do sorriso da minha alma, sincrônicos, no mesmo sentido, na mesma direção e no mesmo módulo...
Mas chega o tempo que o lábio sorrir enquanto a alma chora, e a linha do horizonte se apresenta como a sua última e definitiva rota.
o melhor é que você perde o medo de se tornar vidraças,pois na mocidade, você é um cristal de vidro, que se quebra quando cai.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário