Poeta cantador Jó Patriota (Jan/1929 – Out/1992)
Jó Patriota
Jó Patriota
Quando a dor se aproxima
Fazendo eu perder a calma
Passo uma esponja de rima
Nos ferimentos da alma.
Fazendo eu perder a calma
Passo uma esponja de rima
Nos ferimentos da alma.
Eu nasci em Itapetim
Lugar onde o camponês
Nunca estudou matemática
Nunca aprendeu português
Mas sabe fazer um verso
Que Castro Alves não fez.
* * *
Maria Rafael dos Anjos Ferreira (Rafelzinha)
Lugar onde o camponês
Nunca estudou matemática
Nunca aprendeu português
Mas sabe fazer um verso
Que Castro Alves não fez.
* * *
Maria Rafael dos Anjos Ferreira (Rafelzinha)
Quem quiser sentir saudade
Faça do jeito que eu fiz
Deixe seu torrão natal
Sem querer como eu não quis
Saia por necessidade
Que depois você me diz
Faça do jeito que eu fiz
Deixe seu torrão natal
Sem querer como eu não quis
Saia por necessidade
Que depois você me diz
Para fazer como eu fiz
Não precisa ter coragem
Depende da precisão
Fazer de tudo embalagem
Se subir num caminhão
Chorar durante a viagem
Não precisa ter coragem
Depende da precisão
Fazer de tudo embalagem
Se subir num caminhão
Chorar durante a viagem
Foi de cortar coração
Na hora da despedida
Saí de onde nasci
Pra terra desconhecida
Por contraste a incerteza
De arrumar o pão da vida
Na hora da despedida
Saí de onde nasci
Pra terra desconhecida
Por contraste a incerteza
De arrumar o pão da vida
Foi na hora da partida
Quem assistiu lamentava
Era bem de tardezinha
Uma chuva se formava
Para o lado do nascente
Ai era que eu chorava.
Quem assistiu lamentava
Era bem de tardezinha
Uma chuva se formava
Para o lado do nascente
Ai era que eu chorava.
Quanto mais longe eu ficava
Mais a saudade crescia
Olhava tanto pra trás
Que o pescoço me doía
Pra ver se ainda avistava
A casa que eu residia
Mais a saudade crescia
Olhava tanto pra trás
Que o pescoço me doía
Pra ver se ainda avistava
A casa que eu residia
Era tão grande o meu pranto
Que Joãozinho se comovia
De vez em quando eu olhava
Me ajeitava, me pedia
Lelê não chore tanto
Nós vamos voltar um dia.
* * *
Espedito de Mocinha
Eu nasci e me criei
Aqui nesse pé de serra
Sou filho nato da terra
Daqui nunca me ausentei
Estudei não me formei
Porque meu pai não podia
Jesus filho de Maria
De mim se compadeceu
E como presente me deu
Um crânio com poesia.
* * *
Oliveira de Panelas
Por este espaço onde moro
Meu sonho é tão colorido
Que eu tenho a doida impressão
Que ele foi construído
Por várias tintas confusas
Que Joãozinho se comovia
De vez em quando eu olhava
Me ajeitava, me pedia
Lelê não chore tanto
Nós vamos voltar um dia.
* * *
Espedito de Mocinha
Eu nasci e me criei
Aqui nesse pé de serra
Sou filho nato da terra
Daqui nunca me ausentei
Estudei não me formei
Porque meu pai não podia
Jesus filho de Maria
De mim se compadeceu
E como presente me deu
Um crânio com poesia.
* * *
Oliveira de Panelas
Por este espaço onde moro
Meu sonho é tão colorido
Que eu tenho a doida impressão
Que ele foi construído
Por várias tintas confusas
De um arco-íris mexido.
* * *
Chico Alves
A ema tem ligeireza
Seja no claro ou na luz
Possui asas mas não voa
É parente de avestruz
E pesa setecentos gramas
O ovo que ela produz.
* * *
Inácio da Catingueira
Tenho pena de deixar
A Serra da Catingueira
A Fazenda Bela Vista
A maior dessa ribeira
O Riacho do Poção,
As quebradas do Teixeira.
* * *
João Paraibano
Poesia uma das flores
Que só Deus beija a corola
Joia que a mão não segura
Se aprende sem escola
Imagem que a gente amarra
Com dez cordas de viola.
* * *
Valdir Teles
Minha mulher já brigou
Com minha própria cunhada,
Chamou a irmã safada
Porque me cumprimentou.
Inda ontem perguntou
Por que é que essa cadela,
Só vem na minha janela
Quando você se apresenta?
Eita mulher ciumenta
Essa que casei com ela!
* * *
Lourival Batista
Sua vida inda está boa
A minha é que está ruim
Que você tá no começo,
Eu já tô perto do fim;
Tô perto de ficar longe
De quem tá perto de mim.
* * *
Assis Coimbra
Eu vou mandar construir
Cadeia para corrupto,
Pois pra mim é um insulto
Essa laia progredir.
E de lá só vão sair
Para o “roubo” devolver.
Depois eu torno prender,
Esse bando de safado,
Que muito já tem roubado,
Faça igual que eu quero ver.
* * *
Chico Alves
A ema tem ligeireza
Seja no claro ou na luz
Possui asas mas não voa
É parente de avestruz
E pesa setecentos gramas
O ovo que ela produz.
* * *
Inácio da Catingueira
Tenho pena de deixar
A Serra da Catingueira
A Fazenda Bela Vista
A maior dessa ribeira
O Riacho do Poção,
As quebradas do Teixeira.
* * *
João Paraibano
Poesia uma das flores
Que só Deus beija a corola
Joia que a mão não segura
Se aprende sem escola
Imagem que a gente amarra
Com dez cordas de viola.
* * *
Valdir Teles
Minha mulher já brigou
Com minha própria cunhada,
Chamou a irmã safada
Porque me cumprimentou.
Inda ontem perguntou
Por que é que essa cadela,
Só vem na minha janela
Quando você se apresenta?
Eita mulher ciumenta
Essa que casei com ela!
* * *
Lourival Batista
Sua vida inda está boa
A minha é que está ruim
Que você tá no começo,
Eu já tô perto do fim;
Tô perto de ficar longe
De quem tá perto de mim.
* * *
Assis Coimbra
Eu vou mandar construir
Cadeia para corrupto,
Pois pra mim é um insulto
Essa laia progredir.
E de lá só vão sair
Para o “roubo” devolver.
Depois eu torno prender,
Esse bando de safado,
Que muito já tem roubado,
Faça igual que eu quero ver.
PEDRO FERNANDO MALTA JÓ PATRIOTA
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